Campus I - Departamento de Ciências da Vida (DCV) - Salvador
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Navegando Campus I - Departamento de Ciências da Vida (DCV) - Salvador por Autor "Albuquerque , Polianna Lemos Moura Moreira"
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- ItemAvaliação do Uso de Soro Antibotrópico e Pré-Soroterapia por Indivíduos Atendidos em um Hospital Terciário do Nordeste do Brasil(Universidade do Estado da Bahia, 2023-07-25) Santos, Jader Fernando Ribeiro dos; Xavier, Rosa Malena Fagundes; Albuquerque , Polianna Lemos Moura Moreira; Teles, André Lacerda Braga; Silva Júnior, Geraldo Bezerra daIntrodução - O acidente ofídico é um problema global de saúde que afeta principalmente moradores e trabalhadores rurais de baixa renda. No Brasil, o acidente botrópico é o mais comum, com cerca de 20 mil casos por ano. Os Centros de Assistência Toxicológica fornecem soro antibotrópico para o tratamento, contudo podem causar reações adversas nos pacientes, como reações febris e anafilaxia. A pré-soroterapia, que consiste na administração de glicocorticoide, anti-histamínico e/ou adrenalina, pode ser utilizada para reduzir essas reações, embora sua efetividade ainda seja debatida e nem todos os serviços de saúde a adotem. Ademais, a dose do soro antibotrópico é fixada de acordo com a classificação de gravidade. Desde 2014, devido a modificações nos laboratórios farmacêuticos oficiais, o Ministério da Saúde recomendou o racionamento de doses com uso de doses fixas. Objetivo - Avaliar o uso de soro antibotrópico e pré-soroterapia por pacientes atendidos por acidente botrópico num hospital de referência do Nordeste do Brasil. Materiais e Métodos - Estudo transversal, descritivo e analítico, com base nos registros de atendimentos de 2019 no Hospital Instituto Dr. José Frota, em Fortaleza, Ceará. Foram incluídos pacientes com diagnóstico de acidente botrópico, excluindo casos sem dados completos ou sem uso de soro. A gravidade foi classificada conforme critérios do Ministério da Saúde. Os dados foram tabulados no Microsoft Excel e no SPSS com análise estatística. Foram realizados testes de normalidade e testes de hipótese para análise das variáveis. Resultados – O estudo incluiu 186 casos, sendo a maioria do sexo masculino (154 casos, 82,2%), de idade entre 19 e 59 anos (115 casos, 61,8%). A maioria dos pacientes era de áreas rurais (177 casos, 95,1%) e os acidentes ocorreram principalmente em áreas externas (131 casos, 70,4%), com maior frequência entre os meses de maio e setembro, atingindo o pico em junho. Sobressaiu os casos leve (97 casos, 52,2%). Como desfecho, 131 casos, 70,4%, saíram curados. Os exames laboratoriais apresentaram valores médios dentro dos limites de referência. No entanto, o tempo de protrombina e o tempo de tromboplastina ativada mostraram-se prolongados em 97,1% e 85,7% dos casos, respectivamente. A pré-medicação foi utilizada por 152 pacientes (87,1%). O esquema preferido foi a combinação de hidrocortisona, prometazina e ranitidina (93 casos, 50,0%). Os pacientes utilizaram de 1 a 12 ampolas no tratamento inicial, de 2 a 8 na complementação, já a média total de ampolas, somando tratamento inicial e complementação, foi de 2 a 12. A média de ampolas para o tratamento inicial foi de 5,17 (± 2,52), sendo que 22 pacientes (12,9%) precisaram de doses complementares, com média de 5,86 (± 1,95) ampolas. No tratamento final, a média foi de 5,84 (± 3,06) ampolas. Conclusão – Os homens em idade ativa, trabalhadores rurais, foram os mais afetados pelos acidentes botrópicos. O soro antibotrópico desempenha um papel fundamental na resolução dos envenenamentos, sendo essencial que esteja disponível para aqueles mais vulneráveis a esses acidentes. A pré-soroterapia é frequentemente utilizada, mas há variação nos esquemas adotados. Estudos adicionais são necessários para avaliar se há melhora nos desfechos clínicos dos pacientes que sofreram acidentes botrópicos.