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Navegando Graduação por Autor "Aguiar, Pâmela Roberta Dantas"
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- ItemPerfil da atividade de caça e uso da fauna silvestre na comunidade de Queixo D'antas, Campo Formoso, Bahia, Brasil(Universidade do Estado da Bahia, 2010-09-11) Aguiar, Pâmela Roberta Dantas; Barreto, Rebeca Mascarenhas Fonseca; Santana, Cristiana de Cerqueira Silva; Rodrigues, Renato GarciaA fauna silvestre ainda hoje, é utilizada como fonte de alimento para as populações tradicionais. Entretanto, há pouco conhecimento sobre a atividade de caça no nordeste brasileiro. Nesse contexto, o referente estudo objetivou avaliar o perfil da atividade de caça e uso da fauna silvestre na comunidade de Queixo D’antas, localizada no Município de Campo Formoso, Bahia, Brasil. Foram realizadas 40 entrevistas semi-estruturadas em maio de 2010, sendo entrevistados 29 homens e 11 mulheres. A maioria dos entrevistados (67.5%) afirmou caçar, sendo que 55.17% caçam por subsistência e 37.93% caçam por diversão. Esse tipo de atividade é praticada mais pelos homens do que pelas mulheres. Entretanto, as atividades de caça não são influenciadas pela renda e pelo nível de escolaridade, podendo este quadro estar relacionado a motivos culturais. Dentre os animais mais caçados, foram citados: tatu-verdadeiro (Dasypus novemcinctus), tatu-peba (Euphractus sexcinctus), veado (Mazama sp.), mocó (Kerodon rupestres), caititu (Tayassu tajacu), tatu-bola (Tolypeutes tricinctus), gato-do-mato (Leopardus pardalis), juriti (Leptotila rufoaxilla), codorna (Nothura boraquira), pombo (Zenaida auriculata) e teiú (Tupinambis sp). Os dados evidenciaram que o tatu-verdadeiro é considerado preferido para caçar (n=6). Desta forma, a elevada caça de tatu-verdadeiro pode ser explicada pela facilidade de encontrar este animal na região e por causa da sua carne, que é considerada saborosa pelos caçadores. Com relação aos métodos e técnicas de caça, foram apontados três tipos: o “uso da espingarda” (47,5%), seguida da “caça com cachorro” (40 %) e a utilização de armadilhas com 10% das citações. A redução da fauna silvestres na área de estudo também foi relatada pelos moradores, onde foram apontadas 16 espécies, sendo as mais mencionadas o tamanduá-bandeira (Myrmecophaga tridactyla; n=17) a onça (Panthera onca; n=7) e o tatu-verdadeiro (D. novemcinctus; n=3) sendo que para os motivos dessa redução foram atribuídos o excesso de caça (35%), o aumento da população humana (15%), e a migração da fauna silvestre (10%). Das espécies domesticadas citadas nas entrevistas como o passarinho (Passeriformes, n=8), jandaiá (Aratinga solstitialis, n= 2), rebançã ( Zenaida auriculata n=2), juriti ( Leptotila rufaxila, n= 2) e o papagaio ( Amazona Xanthops, n= 2) provavelmente algumas delas destinam-se ao comércio de animais vivos ou à manutenção como animais de estimação . Deste modo, foram registradas 15 receitas preparadas com a carne de caça, sendo que o animal mais citado no preparo foi o tatu-verdadeiro (32.5%). Contudo, os moradores da comunidade de Queixo D’antas têm o conhecimento a respeito da importância da conservação da fauna e flora do local, no entanto, a onça e a cobra foram os únicos animais apontados por eles como perigosos. Esses dados mostram a urgência da legalização da criação do Parque Nacional do Boqueirão da Onça (PNBO), assim como de trabalhos educativos na comunidade, uma vez que será importante para o manejo e conservação da biodiversidade local.