Campus XVI - Departamento de Ciências Humanas e Tecnologias (DCHT) - Irecê
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Navegando Campus XVI - Departamento de Ciências Humanas e Tecnologias (DCHT) - Irecê por Orientador "Figueiredo, Joabson Lima"
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- ItemA (in)visibilidade das mulheres negras em jogos eletrônicos de survival horror(Universidade do Estado da Bahia, 2023-07-17) Silva, Kadidja de Queirós Meireles; Figueiredo, Joabson Lima; Ferreira, Suiane Costa; Barbosa, Sara Rogéria Santos; Farias, Juliana BarretoEste trabalho tem por objetivo analisar as representações femininas negras da indústria gráfica dos jogos eletrônicos de Survival Horror mais recentes, abrangendo os anos 2000 a 2020. Inicialmente, propõe-se expor as principais referências bibliográficas referentes à tecnologia e jogos eletrônicos como Caillois (2017) e Huizinga (2019), dialogando, posteriormente, em como a tecnologia engessa, mas também tem a funcionalidade de subverter, as imagens estereotipadas dos corpos femininos negros. A partir das referências acerca da tecnologia e dos jogos eletrônicos, intenciono investigar as transformações narrativas e ilustrativas destas mulheres negras como representações em jogos eletrônicos de grandes desenvolvedoras. A partir dessas transformações, examino as “novas” representações femininas negras: mulheres estas que ainda refletem alguns estereótipos, mas com caracterizações negativas mais acentuadas, propiciando um debate da evolução da construção das mulheres negras em jogos eletrônicos. O gênero Survival Horror, gênero que consiste em jogos com o intuito de sobreviver a situações amedrontadoras, foi escolhido por conta de o gênero não ser desenvolvido para atender ao público feminino de jogadores – por ser um gênero que perpetua, principalmente, a masculinidade tóxica -, dessa forma, possui um design hegemonicamente masculino com a utilização exacerbada de violência, sexualização, diálogos e situações que reforçam e consentem atitudes machistas e, em alguns casos, específicos à identidade racial, o racismo. O objetivo principal deste trabalho consiste em analisar o design e narrativa de algumas personagens femininas negras, identificar os estereótipos presentes e as modificações significativas nas “novas” representações.
- ItemA cosmopolítica de Ogum no direito à ancestralidade(Universidade do Estado da Bahia, 2023-08-22) Rocha, Paola Odònílé de Mori; Figueiredo, Joabson Lima; Hoshino, Tiago de Azevedo P.; Vergne, Maria Cleonice de Souza“A cosmopolítica de Ogum no direito à ancestralidade”, versa sobre os percursos de um Terreiro de Candomblé no Sertão do São Francisco, Nordeste do Estado da Bahia, Brasil, denominado Centro Ogum Oledeji, que através da trajetória de vida da Yalorixá, conhecida como Mãe Neta, traz uma narrativa marcada por negações, desafios e violência provocadas pela sociedade e pelo Estado policial, em face a sua condição no direito de vivenciar sua ancestralidade. O Povo de Terreiro afro-brasileiro, se constitui pela força da ancestralidade negra, marcada por condições de subjugação desde os tempos coloniais aos tempos atuais, sinais do processo de escravização, cujas consequências se desdobram em configurações político-raciais de natureza diversa. Para esta pesquisa, utilizamos o método empírico de abordagem qualitativa e de bases auto etnográficas, onde a narrativa da Yalorixá Oledeji demonstra uma cosmopolítica de encruzilhadas conduzida pelo Orixá Ogum, que define seus caminhos, desde a sua infância à fase adulta, na busca pelo direito de vivenciar uma cultura de Terreiro, através da religiosidade e tradições. Contudo, sua trajetória é marcada por um período de ditadura militar, num recorte temporal entre os anos de 1978 a 1988, onde o racismo imprimiu na lei e na atuação do Estado, políticas de repressão e perseguição. As consequências desta necropolítica (Mbembe, 2018), atingiu frontalmente o mundo de crianças e adolescentes, sendo necessário uma intersecção de seus direitos, como viés na realidade dos Povos de Terreiros. A categoria cosmopolítica, é utilizada neste trabalho a partir do pensamento sociológico de Anjos (2006), no qual aponta uma filosofia política na religiosidade afro-brasileira capaz de equacionar o senso de afirmação étnica das diferenças; e Mbembe (2018), sobre a crítica do poder e o conflito étnico social e racial, paradigmas presentes na práxis dos Povos de Terreiros, quando a ancestralidade assume papel libertador na complexa trama de oposições e convivências.
- ItemILÉ ÈKÓ TI IMÒ: aprendizagem e preservação da língua iorubá no terreiro ILÊ AXÉ ALÁ KIRIJ(2022-09-13) Oliveira, Roseneide Passos Vitório de; Figueiredo, Joabson Lima; Sales, Cristian Souza; Serpa, Luís Felippe Santos PerretEsta pesquisa trata do processo de difusão de saberes e aprendizagens constituídas no espaço do Terreiro de Candomblé, uma religião de matriz africana, cujos ensinamentos e práticas religiosas resultam de um contexto histórico oriundo de diversos grupos étnicos e suas heranças linguísticas, sendo estes trazidos de África a partir do processo operativo escravocrata. A partir desse panorama, a pesquisa tem como cerne a investigação acerca das formas de aprendizagem e preservação da língua iorubá em um Terreiro de Candomblé, o qual tem seus princípios ritualísticos pautados na “nação” Ketu. Então, a questão da pesquisa indagou: Como ocorre o processo de ensino e aprendizagem do iorubá e suas práticas educativas no cotidiano do Terreiro de Candomblé Ilê Axé Alá Kirij? Diante dessa inquietação traçou-se como objetivo geral analisar o processo de aprendizagem do iorubá entre membros do Terreiro de Candomblé Ilê Axé Alá Kirij. Visando reflexionar sobre o universo do Candomblé a pesquisa se embasou principalmente nos estudos de autores que dialogam acerca do tema como: Caputo (2012), Castro (2005; 2011), Carneiro (1948), Kileuy; Oxaguiã (2009), Lima (1976), Lody (1987), Mattoso (1992), Munanga (2004), Oliveira (2011), Parés (2018), Prandi (2003; 2005), Pinto (2013), Reis (2016), Rodrigues (2010) Rufino (2019), Santos (2010), Santana (2021), Sodré (2019), Silveira (2006), dentre outros. Enquanto trajetória metodológica elegeu-se a pesquisa qualitativa por contemplar um percurso subjetivo, não havendo a necessidade de quantificar dados, trazendo o viés interdisciplinar da História Cultural em associação com a História Oral, além da etnografia, ao ligar diretamente o pesquisador com o objeto pesquisado. Para isso, foi utilizado como técnicas e instrumentos de pesquisa a observação participante e coleta de depoimentos orais a partir das entrevistas semiestruturadas, realizadas com membros do Ilê Axé Alá Kirij, dos mais velhos aos mais novos em idade de santo, a partir da participação efetiva e relação com o iorubá no espaço do Terreiro observado. A investigação constatou que a aprendizagem da língua iorubá é um elemento essencial para cultuar os orixás na referida comunidade religiosa, as quais ocorrem a partir de uma dinâmica diversificada, em atividades cotidianas próprias de ritos e rituais, onde os vários momentos vividos no Terreiro são aproveitados para aprender o idioma constituindo-se em uma forma de preservar a cultura religiosa herdada dos nossos ancestrais. Por fim, possibilitar o entendimento de que os Terreiros compõem-se em espaços de ensino não formal, que se difere da educação formal que ainda faz uso de currículos partindo de uma perspectiva eurocêntrica é reconhecer que o Terreiro de Candomblé é local que propicia a agregação de conhecimentos, valores como humildade, respeito e fé, sendo base para difusão e perpetuação da língua iorubá enquanto herança ancestral.