Campus XVI - Departamento de Ciências Humanas e Tecnologias (DCHT) - Irecê
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- ItemA (in)visibilidade das mulheres negras em jogos eletrônicos de survival horror(Universidade do Estado da Bahia, 2023-07-17) Silva, Kadidja de Queirós Meireles; Figueiredo, Joabson Lima; Ferreira, Suiane Costa; Barbosa, Sara Rogéria Santos; Farias, Juliana BarretoEste trabalho tem por objetivo analisar as representações femininas negras da indústria gráfica dos jogos eletrônicos de Survival Horror mais recentes, abrangendo os anos 2000 a 2020. Inicialmente, propõe-se expor as principais referências bibliográficas referentes à tecnologia e jogos eletrônicos como Caillois (2017) e Huizinga (2019), dialogando, posteriormente, em como a tecnologia engessa, mas também tem a funcionalidade de subverter, as imagens estereotipadas dos corpos femininos negros. A partir das referências acerca da tecnologia e dos jogos eletrônicos, intenciono investigar as transformações narrativas e ilustrativas destas mulheres negras como representações em jogos eletrônicos de grandes desenvolvedoras. A partir dessas transformações, examino as “novas” representações femininas negras: mulheres estas que ainda refletem alguns estereótipos, mas com caracterizações negativas mais acentuadas, propiciando um debate da evolução da construção das mulheres negras em jogos eletrônicos. O gênero Survival Horror, gênero que consiste em jogos com o intuito de sobreviver a situações amedrontadoras, foi escolhido por conta de o gênero não ser desenvolvido para atender ao público feminino de jogadores – por ser um gênero que perpetua, principalmente, a masculinidade tóxica -, dessa forma, possui um design hegemonicamente masculino com a utilização exacerbada de violência, sexualização, diálogos e situações que reforçam e consentem atitudes machistas e, em alguns casos, específicos à identidade racial, o racismo. O objetivo principal deste trabalho consiste em analisar o design e narrativa de algumas personagens femininas negras, identificar os estereótipos presentes e as modificações significativas nas “novas” representações.
- ItemA cosmopolítica de Ogum no direito à ancestralidade(Universidade do Estado da Bahia, 2023-08-22) Rocha, Paola Odònílé de Mori; Figueiredo, Joabson Lima; Hoshino, Tiago de Azevedo P.; Vergne, Maria Cleonice de Souza“A cosmopolítica de Ogum no direito à ancestralidade”, versa sobre os percursos de um Terreiro de Candomblé no Sertão do São Francisco, Nordeste do Estado da Bahia, Brasil, denominado Centro Ogum Oledeji, que através da trajetória de vida da Yalorixá, conhecida como Mãe Neta, traz uma narrativa marcada por negações, desafios e violência provocadas pela sociedade e pelo Estado policial, em face a sua condição no direito de vivenciar sua ancestralidade. O Povo de Terreiro afro-brasileiro, se constitui pela força da ancestralidade negra, marcada por condições de subjugação desde os tempos coloniais aos tempos atuais, sinais do processo de escravização, cujas consequências se desdobram em configurações político-raciais de natureza diversa. Para esta pesquisa, utilizamos o método empírico de abordagem qualitativa e de bases auto etnográficas, onde a narrativa da Yalorixá Oledeji demonstra uma cosmopolítica de encruzilhadas conduzida pelo Orixá Ogum, que define seus caminhos, desde a sua infância à fase adulta, na busca pelo direito de vivenciar uma cultura de Terreiro, através da religiosidade e tradições. Contudo, sua trajetória é marcada por um período de ditadura militar, num recorte temporal entre os anos de 1978 a 1988, onde o racismo imprimiu na lei e na atuação do Estado, políticas de repressão e perseguição. As consequências desta necropolítica (Mbembe, 2018), atingiu frontalmente o mundo de crianças e adolescentes, sendo necessário uma intersecção de seus direitos, como viés na realidade dos Povos de Terreiros. A categoria cosmopolítica, é utilizada neste trabalho a partir do pensamento sociológico de Anjos (2006), no qual aponta uma filosofia política na religiosidade afro-brasileira capaz de equacionar o senso de afirmação étnica das diferenças; e Mbembe (2018), sobre a crítica do poder e o conflito étnico social e racial, paradigmas presentes na práxis dos Povos de Terreiros, quando a ancestralidade assume papel libertador na complexa trama de oposições e convivências.
- ItemA escravidão em Cumbe: agência e potencial escolar(UNEB, 2023-04-24) Lordelo, Roberto José Seixas Dourado; Silva, José Carlos de Araujo; Ferreira, Carlos Augusto Lima; Chinen, Nobu; Ferreira, Jackson André da SilvaA presente pesquisa se desenvolve a partir do objetivo de encontrar potencialidades pedagógicas para o ensino da história da escravidão brasileira na publicação em quadrinhos intitulado Cumbe. Publicado em 2014, escrito e desenhado por Marcelo D’Salete, o volume aborda a escravidão no Brasil numa perspectiva que se relaciona com a mais recente fase da historiografia da escravidão, e justamente por ser uma história em quadrinhos de fácil acesso ao grande público, pode ser utilizada como veículo introdutor das discussões feitas na academia, nas salas de aula do Ensino médio. Para concluir a sua intenção, a pesquisa aponta diferentes interpretações sobre a escravidão presentes ao longo do século XX, até chegar ao momento atual, orientado pelo paradigma da agência, relacionando-o com a ficção presente em Cumbe. Para compreender o contexto de surgimento de Cumbe, realizou-se uma incursão na história do estabelecimento dos quadrinhos enquanto mídia popular, apontando o caráter racista da maneira preponderante de representação de personagens negros durante quase todo o século XX, algo que veio a ser ultrapassado recentemente.
- ItemA identidade da entidade “A Jurema na ritualidade afro-indígena do Candomblé de Mãe Edneusa”(UNEB, 2023-07-20) Veriato, Sílvia Janayna de Oliveira; Guimarães, Francisco Alfredo Morais; Nascimento, Marcos Tromboni de Souza; Guimarães, Eduardo Alfredo MoraisEsta pesquisa investiga a identidade da Jurema dentro do Terreiro de Candomblé Abassá da Deusa Òsùn de Idjemim. Fez-se necessário percorrer uma narrativa histórica de como se deu o levante da Aldeia da Jurema dentro do Terreiro, como a Jurema atua no fortalecimento do Terreiro e quais os elementos da sua atuação que refletem a sua identidade indígena. O corpo e suas representações físicas, emocionais e espirituais dos conhecimentos ancestrais afro-indígenas dentro do Candomblé. Dentro desta cosmopercepção, verifica-se também os elementos de cura usados pela Jurema, seus adornos, apetrechos e vestimentas como afirmação de sua identidade indígena. Traçando um caminho para compreender as estéticas e performances como materialização da ritualidade no Terreiro. Abordando a pedagogia da Jurema, que acolhe, aconselha, cuida e cura, apresentando os seus ensinamentos para se ter bons caminhos.
- ItemA mulher na ciência do Amaro(UNEB, 2023-08-31) Oliveira, Elaine Patrícia de Sousa; Cancela, Francisco Eduardo Torres; Nunes, Luciana de Castro; Guimaraes, Francisco Alfredo Morais; Vergne, Maria Cleonice de SouzaO trabalho intitulado “A Mulher na Ciência no Amaro” versa sobre a presença das mulheres na ciência indígena do Povo Pankararé de Glória – Bahia – Brasil. Situados na região do Raso da Catarina, os Pankararé possuem em seu sistema de crença relacionados ao culto a natureza através do Toré, Mesa da Ciência e a dança dos Praiá realizados num território sagrado denominado Amaro. As mulheres participam deste sistema numa conotação polissêmica desde os fenômenos relacionados à sustentação do rito no puxamento de cânticos, quer seja na busca constante de espaços, no qual a presença e o papel das mulheres sejam reconhecidos. Todo trabalho foi demarcado por torés de conversas, no qual foi possível traçar uma cartografia de cunho visual através de fotografias, etnodesenhos e conversações que impulsionaram a escrevivência, num esforço de compartilhamento de informações e análise da realidade vivida. O recorte de gênero apontado, aufere não apenas o complexo sistêmico de separatismo e preconceito cunhado às mulheres indígenas, mas, permitiu-nos por outro lado, identificar em que medida as mulheres indígenas protagonizam, na transmissão de saberes, fazeres e poder ecocosmológico, bem como, no reforço as lutas de resistência em torno da identidade e do território. A Mãe do Terreiro e as mulheres do Amaro, desenvolvem papéis históricos e relações sociopolíticas e organizativos na resistência do Povo Pankararé. Assim, as desigualdades são superadas na medida de uma consciência feminina acerca dos seus papéis coletivos. O sagrado, as memórias, as gestas, os ritmos são composições que marcam paisagens sonoras, cartografias emancipatórias dos próprios corpos femininos.
- ItemAnálise comparativa das concepções políticas e estéticas representativas dos blocos afro ILÊ AIYÊ e Olodum em Salvador em 1980 e 1990(2022-08-12) Silva, Sérgio Luiz Lima da; Acosta-Leyva, Pedro; Souza, Rosemeire de Oliveira; Ribeiro, Fábia BarbosaA presente dissertação tem como abordagem central dar visibilidade a uma análise comparativa das concepções políticas e estéticas representativas do Ilê Aiyê e do Olodum em Salvador nos anos de 1980 e 1990, a partir dos seus aspectos sociais, artísticos e culturais. Para atingir essa perspectiva, foi feito um levantamento e investigação dos aspectos sócioculturais e educacionais inerentes às representações políticas e estéticas das duas entidades, embasadas em variadas fundamentações teóricas e conceituais, fruto das fontes bibliográficas e orais que serão desenvolvidas ao longo da escrita. Ao final, pretendemos identificar os possíveis aspectos semelhantes e diferentes dentro dos limites pesquisados.
- ItemAncestralidades, memórias e sociabilidades na comunidade quilombola do maracujá, Conceição do Coité - Ba (1870 - 1950)(2021-12-17) Cedraz, Ana Cláudia do Carmo; Santos, Joceneide Conceição Cunha; Santos, Cristiane Batista da Silva; Oliveira, Iris VerenaO presente estudo tem como objetivo rastrear trajetórias de vida de escravizados, libertos e seus descendentes entre as duas décadas que antecederam a abolição, em 1888, e a primeira metade do século XX no território que atualmente é reconhecido como comunidade quilombola do Maracujá. A intenção foi analisar as relações sociais e de família, os vínculos de trabalho, de compadrio e a religiosidade da atual comunidade quilombola. Para isso, utilizamos fontes históricas diversas, documentos oficiais, registros cartoriais e eclesiásticos, relatórios de Presidentes da Província, censo de 1882, jornais da época, depoimentos orais, entre outras fontes. A história oral possibilitou a inserção nas memórias, nas experiências vividas. Estas fontes nos legaram informações importantes sobre a última geração de homens e mulheres escravizados na Freguesia de Nossa Senhora da Conceição do Coité, como viviam, como conseguiram sua alforria, e as estratégias usadas para circular na sociedade escravista nas últimas décadas da escravidão. Em posse dessas informações seguimos as trilhas dos descendentes de escravizados e libertos que escolheram a comunidade quilombola do Maracujá para residir e constituir suas famílias. As memórias também possibilitaram reconstruir algumas práticas religiosas e as festas em homenagem aos santos, caboclos e orixás que ocorriam neste perímetro quilombola.
- ItemAndreza, mulata, e José, africano: trajetórias de escravidão e liberdade no Sertão da Bahia (Morro do Chapéu, século XIX)(Universidade do Estado da Bahia, 2023-10-24) Carvalho, Sheyla Oliveira; Farias, Juliana Barreto; Santos, Joceneide Cunha dos; Reis , Isabel Cristina Ferreira dosTrata-se da análise da trajetória de Andreza Maria do Espírito Santo, mulata liberta, que foi cativa do próprio marido, o africano liberto, José Gomes de Araújo, ao lado do qual negociou e fez fortuna em Morro do Chapéu no século XIX. Através da trajetória dessa mulata e de seu marido, busquei adentrar no universo da escravidão e liberdade no sertão da Bahia. O recorte espacial foi a freguesia, e depois vila, de Nossa Senhora da Graça do Morro do Chapéu. Sua economia era baseada na mineração, policultura e, especialmente, na produção de gado vacum para abastecer o mercado de Salvador e Recôncavo. Além do caráter econômico, parto da ideia que mesmo com uma baixa estrutura de posse quando comparada a outras vilas da Província da Bahia, especialmente as localizadas no Recôncavo baiano, Morro do Chapéu era fortemente hierarquizada e pautada nas relações de dependência e de trocas pessoais. Mesmo com essas condições, pessoas negras e escravizadas prosperaram e conquistaram a liberdade por meio de diferentes mecanismos, como a compra de alforria, estratégias matrimoniais, estabelecimento de vínculos pessoais com pessoas de maior posse e poder econômico etc. Para seguir meus personagens, utilizei procedimentos próprios da trajetória e da micro-história. Nesse sentido, fiz um amplo uso da técnica da ligação nominativa. As principais fontes utilizadas foram inventários, testamentos, processos criminais, processos cíveis, livros de nota, livros de batismo, casamento e óbito.
- ItemAs leis de Jurupari: um estudo sobre as narrativas sagradas de Jurupari no noroeste amazônico(Universidade do Estado da Bahia, 2023-03-30) Silva, Manoel Antunes da; Guimarães, Francisco Alfredo Morais; Cancela, Francisco Eduardo Torres; Urpia, Ana Maria de OliveiraEsta pesquisa de caráter interdisciplinar, envolvendo os campos da História, Antropologia e Psicologia Analítica, procura refletir sobre as narrativas sagradas de Jurupari dos povos indígenas na área cultural do Noroeste Amazônico. A Tradição Sagrada de Jurupari é um fenômeno histórico-cultural que se apresenta em três diferentes aspectos simbólico-ritual: histórias de heróis culturais; instrumentos sagrados e rituais de iniciação masculinos. Busca-se apontar os padrões de comportamento presentes nas narrativas sagradas de Jurupari, compartilhados pelos grupos étnicos de línguas Tukano Oriental, Arawak e Makú. Esta pesquisa tem como objetivo analisar quais são os padrões de comportamento presentes nas narrativas sagradas de Jurupari. Os objetivos específicos são: contextualizar os aspectos culturais e históricos dos povos indígenas do Noroeste Amazônico; identificar como se deu o processo de apropriação da cultura letrada na autoria do intelectual indígena Maximiano José Roberto; descrever as Leis de Jurupari, a fim de distinguir quais são os padrões de comportamento presentes nas narrativas sagradas de Jurupari; bem como interpretar de forma comparativa versões mitológicas dos grupos étnicos Tukano, Desana, Tariano e Baniwa, a fim de indicar os diversos caminhos da individuação da Tradição Sagrada de Jurupari. O paradigma metodológico-guia desta investigação pauta-se na pesquisa exploratória e descritiva, utilizando-se de meios da pesquisa documental e da pesquisa bibliográfica. Como técnica de produção de dados utilizamos uma abordagem qualitativa. Depois de analisar os padrões de comportamento presentes nas narrativas sagradas de Jurupari, o estudo leva às considerações finais de que as realidades míticas produzem modelos de comportamentos opostos/complementares, que conduzem os povos indígenas através de uma “ação simbólica” em direção a um Princípio de Individuação da Tradição de Jurupari.
- ItemAscensão de duas famílias negras no sertão da Chapada Diamantina (século XIX)(2020-12-31) Dias, Ana Lécia Silva; Silva, Jackson André Ferreira da; Sampaio, Moiseis de Oliveira; Jesus, Paulo César Oliveira deEste trabalho analisa e acompanha trajetórias de mobilidade e ascensão social empreendida por escravos, por homens e mulheres livres, alforriados e descendentes de escravos, que lograram êxito no sertão da Chapada Diamantina, mais precisamente em Morro do Chapéu, além de compreender a composição e importância da família escrava e família negra na sociedade do sertão baiano no século XIX. Para tal investigação, utilizei registros de batismo como fonte principal, acrescidos de registro de casamento, processo-crime, cartas de alforria, além de explorar notas de compra e venda de propriedades. Aposto na ideia de subordinação tanto do escravo, quanto do livre e liberto, no sentido paternalista, que busca proveito nessa servidão, também pontuei os laços de solidariedade e compadrio entre senhores, escravos e agregados. Elenquei casamentos consensuais e legitimados entre livres e escravos, como mecanismo muitas vezes de sobrevivência e oportunidade. Para compreender as estratégias de ascensão econômica e social oportunizadas pelo sistema escravista, segui as trajetórias de duas famílias, sendo uma estruturada por agregados livres, moradores da fazenda Gurgalha, composta por Simão e Ezalta Dias Coelho e a outra estruturada por liberto e escrava, parte dela, oriunda da áfrica, que conseguiu liberdade, bens, entre eles, escravos, refirome a José Gomes da Silva e Andrezza Maria do Espirito Santo.
- ItemAscensão de duas famílias negras no sertão da Chapada Diamantina (século XIX)(UNEB, 2020-12-31) Dias, Ana Lécia Silva; Ferreira, Jackson André da Silva; Sampaio, Moiseis de Oliveira; Jesus, Paulo César OliveiraEste trabalho analisa e acompanha trajetórias de mobilidade e ascensão social empreendida por escravos, por homens e mulheres livres, alforriados e descendentes de escravos, que lograram êxito no sertão da Chapada Diamantina, mais precisamente em Morro do Chapéu, além de compreender a composição e importância da família escrava e família negra na sociedade do sertão baiano no século XIX. Para tal investigação, utilizei registros de batismo como fonte principal, acrescidos de registro de casamento, processo-crime, cartas de alforria, além de explorar notas de compra e venda de propriedades. Aposto na ideia de subordinação tanto do escravo, quanto do livre e liberto, no sentido paternalista, que busca proveito nessa servidão, também pontuei os laços de solidariedade e compadrio entre senhores, escravos e agregados. Elenquei casamentos consensuais e legitimados entre livres e escravos, como mecanismo muitas vezes de sobrevivência e oportunidade. Para compreender as estratégias de ascensão econômica e social oportunizadas pelo sistema escravista, segui as trajetórias de duas famílias, sendo uma estruturada por agregados livres, moradores da fazenda Gurgalha, composta por Simão e Ezalta Dias Coelho e a outra estruturada por liberto e escrava, parte dela, oriunda da áfrica, que conseguiu liberdade, bens, entre eles, escravos, refiro-me a José Gomes da Silva e Andrezza Maria do Espirito Santo.
- ItemO autorreconhecimento e a titulação das terras da Comunidade Remanescente de Quilombos Coloudos Ramos Presidente Dutra (Ba) – entraves e conquistas(2022-12-18) Moitinho, Vanessa Silva Dourado; Sampaio, Moises de Oliveira; Souza, Álvaro César P. de; Figueiredo, Joabson LimaEsta dissertação tem por objeto a análise da autodefinição e regularização do território ocupado pela comunidade remanescente de quilombos Coloudos Ramos – Presidente Dutra Bahia, com seus entraves e conquistas, sob uma perspectiva histórico-jurídica. A discussão orienta-se pela caracterização das comunidades quilombolas do sertão baiano e a efetividade dos direitos fundamentais conquistados pela categoria, a partir da previsão do art. 68 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias da Constituição Federal de 1988 e do Decreto Lei nº. 4.887/2003. Na fundamentação teórica, vale-se de perspectivas elaboradas no campo da história regional, abordando os temas sertão como região e a escravidão no sertão X litoral baiano, o surgimento das comunidades negras rurais no século XX, posteriormente reconhecidas como quilombolas. Nesse contexto, são explicitados os conceitos de quilombo e comunidade quilombola com base na construção teórico histórica dos termos para melhor compreensão do tema. Além disso, discute-se a ressignificação do termo quilombo, reafirmando a partir de uma perspectiva étnica a existência dos quilombos do sertão, com a autoafirmação da identidade quilombola. Finalmente, é feita uma análise das legislações federais e estaduais aplicáveis aos remanescentes de quilombos. Conclui-se que, os procedimentos conquistados e normatizados, legitima a comunidade como minoria historicamente discriminada, dependentes de maior proteção Estatal, pois, embora tais procedimentos garantam à comunidade o acesso a politicas públicas sociais, estas, não se mostram suficientes para suprir as necessidades básicas destas comunidades do sertão baiano.
- ItemBatukaderas: (re)existência feminina no batuku de cabo verde(2020-11-20) Santos, Denise Assis dos; Leyva, Pedro Acosta; Farias, Juliana Barreto; Andrade, Rutte Tavares CardosoEsta dissertação se constitui como o traçado de uma trajetória por lugares de fala femininos, com a intenção de compreender como o batuku de Cabo Verde pode suscitar análise acerca de preconceitos arraigados e cristalizados a respeito da mulher negra naquela localidade. Assim, formulou-se a seguinte questão norteadora desta pesquisa, motivando o delineamento do percurso desta dissertação: É possível identificar, por meio da tradição das mulheres de Cabo Verde, o batuku como forma de resistência aos ditames da subjugação de uma ideologia falocêntrica e das questões de raça imbricadas naquele contexto? Desta forma, traçou-se como objetivo geral analisar a relevância das mulheres batukaderas como marca identitária de raça e gênero em Cabo Verde como constructo cultural. Como objetivos específicos, identificar as interseccionalidades de gênero e raça em Cabo Verde; destacar a história deste Arquipélago para contextualização da temática em questão e, por fim destacar a ação política da dança e da música como mecanismos de resistência ao longo dos anos. Trata-se de um trabalho de escrita de cunho qualitativo, no qual se utilizou da pesquisa bibliográfica e, como sujeitos da investigação, foram escolhidas mulheres batukaderas cabo-verdianas. Como aporte teórico, o texto se pautou nas pesquisas de Beauvoir (2016), Carreira (2000), Castells (2002), Davis (2013), Dove (1998), Hall (2015), Oyewumi (2017), Ribeiro (2016), Semedo (2008), Scott (1995), entre outros. Neste sentido, foi possível entrever a luta pela afirmação de identidade de um povo na performance de mulheres negras por intermédio da metáfora do batuku, onde se notam na música e na dança traços de resistência cultural e de (re/ des) construção incessante.
- ItemBIAFRA: As Representações Jornalísticas e Literárias da Guerra Civil Nigeriana (1967-1970)(2022-08-25) Ribeiro, Mariana Licurgo Ferreira; Seibert, Karl Gerhard; Nunes, Alyxandra Gomes; Figueiredo, Fábio BaqueiroBiafra, projeto de nação que se tornou guerra e por fim um símbolo de fome, violência e miséria. A Guerra Civil Nigeriana, ao longo de seus trintas meses, angariou a atenção do mundo para olhar e se penalizar por aquelas crianças famintas e esquálidas, cujas fotos os jornais publicavam atendendo ao propósito da agência de relações públicas Markpress – a serviço do governo de Biafra - a fim de, por piedade, conseguir uma sobrevida para Biafra. Este estudo se propõe a analisar quais representações acerca de Biafra foram forjadas pelos discursos jornalísticos e literários e quais mecanismos foram usados para isso. Para tanto, a pesquisa, dividida em quatro capítulos, traça um caminho que parte de uma revisão historiográfica sobre a Guerra de Biafra, a partir de autores que estiveram presentes em território biafrense durante os combates, como Jean Buhler (1969), Forsyth (1977) e Achebe (2012) e autores que realizaram estudos à posteriori como Falola e Heaton (2014), dentre outros. Partindo para a apresentação da Teoria da Análise do Discurso, através especialmente de Eni Orlandi (2005; 2009), assim como Hall (2016) a nível da compreensão da Teoria das Representação e Mudimbe (2013) e Goffman (2008) para a introdução às noções de estigma e etnocentrismo epistemológico. Ao final, faz-se a análise das fontes literárias Meio Sol Amarelo (ADICHE, 2008) e Destination Biafra (EMECHETA, 1983) no terceiro capítulo e, no quarto, a análise da cobertura de O Globo ao longo de toda a Guerra Civil Nigeriana. Observando que, mesmo passados 50 anos do fim dos conflitos, a disputa pela narrativa histórica é preponderante. Enquanto a imagem de Biafra, no Ocidente, através da cobertura jornalística contemporânea de O Globo reforçou lugares já demarcados acerca do que seriam os povos africanos, a partir de uma lógica etnocêntrica e paternalista. Por outro lado, os discursos forjados posteriormente pela literatura nigeriana de língua inglesa, nas figuras de Adichie (2008) e Emecheta (1983), ajudam a perceber o conflito pela lógica daqueles que, outrora, foram manchete pelas suas mazelas e não pelas suas histórias.
- ItemCaderno de educação do ILÊ AIYÊ: Produção, Recepção e sua Utilização na Escola Mãe Hilda(2022-06-22) Antunes, Joelma Cristina de Lima; Vieira Filho, Raphael Rodrigues; Nogueira, Claudete de Souza; Moura, Milton AraújoEsta pesquisa se propôs analisar os Cadernos de Educação, materiais pedagógicos produzidos pela Associação Carnavalesca Bloco Ilê Aiyê, refletindo sobre a forma como foram produzidos e como são utilizados pelos professores da Escola Mãe Hilda, instituição que compõe o Projeto de Extensão Pedagógica (PEP) do bloco afro. Como o Ilê Aiyê elaborou seus projetos educacionais, práticas pedagógicas e currículo? No que se difere do ensino proporcionado pelos sistemas estatais? O que oferece de contribuição para a sociedade? Foram algumas das interrogações que me instigaram no desenvolvimento desta pesquisa. Tendo como referência as orientações das leis 10.639/03 e 11.645/08, verificamos em que medida os Cadernos contribuem ou não para uma releitura histórica, política, social e cultural em relação ao protagonismo da população negro-africana na história, e se os projetos educativos do Ilê podem ajudar na construção de uma educação antirracista e proporcionar práticas pedagógicas inclusivas no que se refere ao campo das relações etnicorraciais. Selecionamos os Cadernos de Educação para análise: Vol. I – Organizações e Resistência Negra, de 1995; e o Vol. XVI – Candaces Rainhas do império Méroe, de 2008. Para obter as informações necessárias e construir os argumentos teóricos respondendo nossas questões, utilizamos uma metodologia qualitativa, baseada na pesquisa documental, na história oral e nos estudos culturais. Tivemos como instrumentos: a análise da bibliográfica e historiografia sobre o próprio bloco e os materiais didáticos produzidos pelo Ilê Aiyê; a observação em sala de aula, com registros em diário de campo; e a entrevista semiestruturada referenciada realizada com 4 interlocutoras: 3 Educadoras que participaram diretamente da construção do PEP e Cadernos de Educação e 1 Educadora que atualmente leciona na Escola Mãe Hilda. Essas mulheres nos ajudaram a compreender como os Cadernos de Educação foram criados, o contexto político, as lutas sociais, simbólicas, as intencionalidades e a vida de lutas da rede de intelectuais militantes negros insurgentes que contribuíram na construção das ações educativas do Ilê e sobretudo dos Cadernos. Também pudemos compreender como os Cadernos de Educação tem sido utilizado atualmente na Escola Mãe Hilda em suas práticas pedagógicas. As informações e dados produzidos foram tratados, categorizados e perscrutados através da triangulação e análise crítica sócio histórica das diversas fontes pesquisadas. Conforme observado os Cadernos de Educação são hoje utilizados na Escola Mãe Hilda como materiais complementares para elaboração de projetos coletivos orientados para o trato da História da África e das populações negras e das relações etnicorraciais em sala de aula. Por tratarem de temas dos desfiles de carnaval do Bloco, os Cadernos trazem uma diversidade de linguagens: imagéticas, poéticas, sonoras, entre outras, que são transformadas em instrumentos pedagógicos pelas educadoras da escola, tornando o processo de ensinoaprendizagem prazeroso e integrado as vivências dos alunos. Após a pesquisa consideramos que os Cadernos de Educação são materiais preciosos que podem e devem ser utilizado como referência em outros espaços educacionais, sobretudo nas escolas públicas.
- ItemAs cartas como vestígios históricos dos caminhos e andanças da primeira missão jesuítica na América portuguesa colonial (1549-1568)(2020-10-27) Jesus, Hélia Regina Mesquita de; Cancela, Francisco Eduardo Torres; Guimarães, Francisco Alfredo Morais; Paraíso, Maria Hilda BaqueiroO presente trabalho se ocupa de investigar as andanças sacerdotais jesuíticas e as relações estabelecidas com os povos indígenas, no início do Brasil Colônia – a temporalidade compreende os anos entre 1549 à 1568, que é quando ocorreram as missões jesuíticas –, a partir das cartas avulsas dos missionários da Companhia de Jesus. Tem-se como objetivo explorar e apresentar os caminhos executados pelos missionários, deixados nos vestígios históricos das documentações consultadas, para estreitar as relações sociais com os povos indígenas no intuito de “catequizar e salvar almas”, mas que em seus bastidores guardava a intenção de facilitar a empresa colonial. Também, como objetivo final desse trabalho, esforçou-se para evidenciar as resistências e negociações indígenas, assim como de que forma ocorreram tais atuações nativas na lida com as atuações missionárias, além das influências indígenas sobre os colonos e indivíduos de origem européia. Para este estudo, usamos como base teórica as discussões propostas por Manuela Carneiro, Maria Regina Celestino, John Manuel Monteiro, Maria Cristina Pompa, Maria Hilda Baqueiro e Pedro Luis Puntoni. Com o método hermenêutico fizemos a crítica documental interna e externamos as informações mais pertinentes para desvelar as ações indígenas na manutenção de sua cultura. Este trabalho buscou realizar um estudo analisando de quais formas as relações estabelecidas entre os missionários da Companhia de Jesus, colonos e os povos indígenas influenciaram na construção de um sistema de relações políticas, culturais e sociais e na formação de uma sociedade complexa, tal qual a conhecemos e temos hoje. Por fim, conclui-se que os povos indígenas protagonizaram ações individuais e coletivas que demonstraram suas negociações e resistências nas relações estabelecidas com os colonizadores e missionários lusitanos.
- ItemDas áfricas aos quilombos: (re) pensando a história do povo negro no sul da Bahia(2022-08-02) Santana, Mauricio; Guimarães, Eduardo Alfredo Morais; Guimarães, Francisco Alfredo Morais; Vazquez, Petilda ServaQuando se trata da história da Bahia, raros são os textos que falam da trajetória dos negros, da existência de quilombos na floresta Atlântica, dos modos de vida de escravizados e escravizadas na região, dos sofrimentos que os negros e negras vivenciaram nessas terras e de sua valorosa contribuição para a economia regional. Em face disso, esta pesquisa teve como objetivo geral investigar quais as contribuições histórico-econômicas dos quilombos que se formaram no Sul e Baixo Sul da Bahia. Especificamente pretende-se resgatar a trajetória da diáspora africana pelo atlântico rumo ao Sul e Baixo Sul da Bahia; discorrer historicamente sobre os quilombos, apontar como eles têm sido compreendidos na contemporaneidade e, por fim, mostrar como a academia, particularmente a baiana, tem lidado com a questão dos quilombos. Para alcançar os objetivos propostos, este estudo foi desenvolvido por meio de uma pesquisa bibliográfica e qualitativa, pois está presente na pesquisa, a percepção quanto a valores, crenças e o posicionamento do pesquisador que atua como uma espécie de intérprete da realidade. Os resultados da pesquisa revelaram um silenciamento acerca dos modos de vida, das práticas agrícolas que garantiram a sustentabilidade dos quilombos e, em particular, acerca do cultivo e do processamento da mandioca, base da alimentação quilombola e do cultivo da mandioca no Sul e Baixo Sul da Bahia. Conclui-se que os quilombos foram muito importantes na economia do Sul e Baixo Sul da Bahia com papel importante no processo de ocupação dos “sertões” haja vista que as comunidades quilombolas remanescentes têm enfrentado, ultimamente, uma perda significativa de direitos.
- ItemDas águas encantadas aos remanescentes dos quilombos: os impactos socioeconômicos da certificação da Comunidade Lagoa do Gaudêncio, Lapão, Bahia(2023-03-15) Novaes, Carolina Guimarães; Sampaio, Moises de Oliveira; Figueiredo, Joabson Lima; Bonfim, Urbano Félix Pugliese do; Cunha, Rubia Mara Souza Lapa; Souza, Álvaro César PereiraO estudo investiga como surgiu e foi elaborado o procedimento para a certificação dos remanescentes das comunidades dos quilombos, sobretudo como a comunidade da Lagoa do Gaudêncio, localizada no município de Lapão, sertão da Bahia, organizou-se para ser reconhecida e quais foram os impactos socioeconômicos desse trâmite. Para tanto, a pesquisa se utiliza de revisão bibliográfica, fontes documentais e pesquisa de campo, além da coleta de fontes orais mediante entrevistas com os membros da comunidade. Ademais, é feito um recorte nos anos de 2006 até 2016, sem prejuízo dos recuos e avanços no tempo, sendo que o trabalho é dividido em introdução, três seções e considerações finais. A primeira seção aborda a evolução dos conceitos de quilombo e a inovação constitucional que previu os remanescentes das comunidades dos quilombos, o que permite entender como as comunidades negras rurais sertanejas, a exemplo da Lagoa do Gaudêncio, puderam ser assim reconhecidas. Ainda nessa seção, a história regional é manejada para aferir como ocorreu a formação dessas comunidades. Na seção seguinte, o foco é a identificação das características históricas, étnicas e culturais, bem como dos conflitos existentes na comunidade da Lagoa do Gaudêncio. Já na última seção, a construção das normas e o desenrolar do trâmite para a certificação dos remanescentes das comunidades dos quilombos são analisados, inclusive a organização da comunidade da Lagoa do Gaudêncio para iniciar o reconhecimento e a documentação apresentada pela associação representante junto à Fundação Palmares, bem como são identificados os impactos socioeconômicos desse procedimento. Por fim, são feitas as considerações finais do trabalho com a abordagem dos resultados obtidos.
- ItemDe escravizados à sujeitos de direito: o acesso à justiça de escravizados(as) na Bahia oitocentista (1860 à 1888)(2021) Pinho, Dandara Amazzi Lucas; Sampaio, Moises de Oliveira; Sá, Gabriela; Félix, UrbanoA presente pesquisa tem como principal objetivo investigar de que modo se constituía o acesso à justiça dos escravizados na Bahia oitocentista. Sendo assim, a perspectiva que este trabalho propõe é a de compreender o Direito como um espaço de discussão e apropriação, verificando-se como os atores sociais do período imperial faziam uso desse sistema. A partir da revisão de bibliografia, passa a explorar a evolução jurídico-legislativa e a forma como o ordenamento jurídico se estruturava do período colonial ao fim do Império, no tocante ao Estado brasileiro. Estabelecido esse contexto, coteja-se como o instituto da escravidão se encaixava nessa dinâmica e de que maneira os escravizados eram tratados pela esfera jurídica. No primeiro momentoserá abordado os contornos da escravidão na América Latina em comparação com a política escravagista de outros países, no tópico seguinte, serão apresentados alguns apontamentos acerca da vida dos negros libertos após a abolição da escravatura. Por sua vez, o terceiro tópico discorrerá acerca de pontos de contato entre a Independência do Brasil e o Comércio Escravocrata, um tópico importante que ajudará a compreender a influência da Inglaterra em torno da questão do tráfico atlântico devido à sua pressão diplomática. Em seguida serão expostas as contradições da Constituição de 1824 em relação à política escravagista, levando em consideração que foram os ventos liberais de “Liberdade, Igualdade e Fraternidade” que levaram à Independência do Brasil em relação ao Reino de Portugal. Aqui o estudo entra em seu segundo estágio, ensejo em que começam a ser abordados os principais projetos de lei que dizem respeito ao tráfico negreiro e a condição do negro em situação de escravidão no país, o que se defende que seja de fundamental importância para identificar as características e objetivos da Lei Feijó e da Lei Eusébio de Queiroz. E por fim discorrerá acerca do Estatuto Civil do Escravo será analisada mais a fundo a condição do negro perante o ordenamento jurídico brasileiro e em que medida ele possuía acesso a Justiça no período oitocentista.
- ItemDe figurantes a protagonistas: a influência do Instituto Ponte Nova na inserção de negros e mestiços na elite do sertão baiano (1950-1970)(2022-09-09) Silva, Silvia Guimarães; Damasceno, José Jorge Andrade; Silva, Elizete; Barbosa, Sandra Regina; Vilas Boas, Ester Fraga do NascimentoO Instituto Ponte Nova foi uma das mais influentes instituições de ensino no interior da Bahia no início do século XX. Fazia parte de um projeto dos Missionários Presbiterianos estadunidenses (calvinistas) que pretendia formar líderes religiosos para a expansão do protestantismo no Brasil. Dentre os pastores formados no Instituto, alguns deles eram negros e mestiços, que foram inseridos a uma elite intelectual existente, sendo destoada da maioria branca, tanto por sua cor quanto pela opção religiosa. Este trabalho objetiva analisar a inserção de negros e mestiços na elite do sertão da Bahia nas décadas de 50 a 70, através da trajetória dos pastores presbiterianos Áureo Bispo dos Santos e Neemias Alexandre da Silva, que tinham em comum a origem étnica e social, ambos advindos de famílias pobres originários do interior da Bahia, tiveram acesso à educação formal no Instituto Ponte Nova. Através da história regional utilizando estudos bibliográficos, entrevistas, documentos será possível compreender como se deu essa ascensão econômica e intelectual dos pastores citados e suas trajetórias que propiciou a outros tantos a mesma possibilidade de crescimento. Este formato de proselitismo protestante proporcionou ainda que indiretamente a formação de uma elite intelectual das camadas mais pobres na Chapada Diamantina, que via nos líderes religiosos citados exemplos a serem seguidos.
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