Campus X - Departamento de Educação (DEDC) - Teixeira de Freitas
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Navegando Campus X - Departamento de Educação (DEDC) - Teixeira de Freitas por Orientador "Sales, Karina Lima"
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- ItemPerformance e oralidade: o movimento Slam como fenômeno político-cultural de resistência de mulheres negras periféricas baianas(Universidade do Estado da Bahia, 2025-02-26) Metzker, Eliza Maria da Silva; Sales, Karina Lima; Gund, Ivana Teixeira Figueiredo; Araújo, Gessé AlmeidaEsta dissertação realiza um estudo acerca das relações intrínsecas que se estabelecem entre as concepções de performance e oralitura em produções literárias marginais-periféricas de mulheres brasileiras, especificamente do Estado da Bahia, no território de identidade do Extremo Sul. Visa-se investigar de que forma esses conceitos estão imbrincados na tessitura das obras poéticas de quatro jovens artistas baianas que fizeram parte do circuito das batalhas de poesia falada do Coletivo Slam Marginal, nascido e se fortalecendo na cidade de Teixeira de Freitas (BA). Nesse contexto, discorre-se sobre a gênese do movimento hip-hop, sua vertente rap e os passos dados até chegar no que conhecemos hoje como poetry slam. Para tanto, estabelece-se um contraponto entre a cultura hip-hop em geral para as batalhas de poesia em específico, no intuito de expor que o primeiro ainda é um movimento majoritariamente masculino no cenário cultural, ao passo que no último há uma presença expressiva de mulheres (cis e trans), que continua crescendo. Em seguida, pretende-se refletir acerca da correlação entre voz, palavra, corpo e escrita e como esses elementos constituem as performances poéticas dos slammers, atribuindo significados a diferentes signos e criando uma interlocução com o ouvinte-participante dos slams. Corroborando com o pressuposto de que o poetry slam é um fenômeno político-cultural de resistência feminina negra, por fim serão analisados textos poéticos das quatro jovens artistas baianas, a saber, Mariellen Ribeiro (Afropecado), Izabela Germano (Monarka), Vitória Silva (Vi Silva) e Jadna Silva, participantes ativas dos dois circuitos realizados pelo Slam Marginal em seus dois anos de existência. Tendo em vista a força denunciativa materializada pelo poder da linguagem, expressa na performance, essas jovens poetas transcendem o aspecto das temáticas dos textos, que englobam o genocídio do povo preto, racismo, machismo, feminicídio e amor como ato revolucionário, e alcançam perspectivas ancestrais constituídas pela memória negra e seus insumos. O argumento da dissertação é que tudo isso configura estratégias de resistência política-cultural da juventude negra periférica, em especial as produções de conhecimento de mulheres negras periféricas baianas, envolvendo vivências próprias de periferias múltiplas e dos coletivos de slam que englobam cada um. Isso fortalece a literatura marginal-periférica como letramentos de reexistência, ou seja, práticas desenvolvidas em ambientes não escolares que visam destacar as identidades sociais (incluindo identidades étnico-raciais) suscitando reflexões e estimulando o caráter transgressor em seu fazer artístico.
- ItemQuarto de despejo e diário de Bitita: Carolina Maria de Jesus e a escrita de resistência contra a necropolítica.(Universidade do Estado da Bahia UNEB, 2023-07-31) Costa, Milana Santos; Sales, Karina Lima; Guimarães, Michel Silva; Gund, Ivana Teixeira FigueiredoA presente dissertação tem como objeto de estudo as obras literárias Quarto de Despejo: diário de uma favelada(1960) e Diário de Bitita (1986), escritas por Carolina Maria de Jesus. O objetivo é analisar nessas obras uma escrita de resistência contra a necropolítica, com a percepção de uma escrita denunciativa do abandono do Estado, mediante políticas de subalternização e segregação de grupos minoritários, principalmente negros, e como essas ações tiveram impacto na inserção da escritora no cenário nacional. O escopo teórico-crítico deste trabalho é composto por diferentes autores. Para subsidiar a discussão sobre a biopolítica e necropolítica, utilizou-se o aporte dos teóricos Foucault (2008), Agamben (2002) e Mbembe (2018). Sobre o conceito de escrevivência recorremos aos estudos de Conceição Evaristo. Especificamente para basilar os estudos biográficos de Carolina recorremos aos estudos de pesquisadores como de Levine e Meihy, Castro e Machado, Farias e Fernandes. Os resultados das análises permitem reforçar a hipótese de que a construção literária das obras delimitadas, pautadas sob a égide da necropolítica, configura-se em uma escrita de resistência.
- ItemRadiografia/datilografia do gueto: uma discussão sobre autorretrato e geografia do espaço em narrativas marginais-periféricas de Ferréz(Universidade do Estado da Bahia, 0024-07-24) Sousa, Simony Oliveira de; Sales, Karina Lima; Nascimento, Juciene Silva de Sousa; Silva , Cibele Verrangia Correa daO presente estudo analisa narrativas de Ferréz à luz da literatura marginal-periférica: Contos/crônicas extraídos da obra Ninguém é inocente em São Paulo e trechos do romance Capão pecado sob a ótica dos conceitos de autorretrato literário e geografia do espaço, a fim de se investigar em que medida esses pressupostos se ficcionalizam através da radiografia da periferia realizada pelo autor, constituindo-se em um autorretrato dos contextos narrados. Como ponto de partida, traçam-se reflexões em torno da acepção literatura marginal e do próprio conceito de marginalidade. Para tanto, utiliza-se o termo Literatura marginal-periférica reformulado por Érica Peçanha do Nascimento (2006), no intuito de delimitar o estudo a partir desse prisma conceitual. Seguindo esse limiar, apresenta-se a definição de Autorretrato discutida por Eunice Ribeiro (2015), Querido (2012); Pires (2019) e também presente no trabalho de Almi Junior (2020), concatenado à ideia de Radiografia da realidade proposta por Bellucco (2006) e Silva (2010), com vistas a compreender como as narrativas de Ferréz analisadas se apresentam enquanto práticas verbais e literárias que autorretratam a periferia na qual o próprio autor se insere. Faz-se, ainda, ao longo do trajeto, uma abordagem geográfica desses conceitos, ampliada pelos estudos sugeridos por Gomes (2010) e Schneider (2015), ambos respaldados pela corrente socioantropológica de Marc Augé (1994), além de aspectos abordados por Dalcastagnè (2012), que explicitam a ideia do espaço literário, os quais são embasados pelos conceitos de desterritorialização, reterritorialização e multiterritorialidade cunhados pelos filósofos franceses Deleuze e Guattari (1992; 2009), em diálogo, outrossim, com a proposta de Bhabha (1998) sobre a definição dos entrelugares, os quais propiciam meios subjetivos de natureza singular e coletiva que ressignificam as identidades. Ademais, inclui-se no presente estudo o conceito de realidadeficção proposto por Ludmer (2013) mediante o entendimento de que textos marginais-periféricos podem ser enxergados como pós-autônomos, visto que exigem do leitor uma espécie de esvaziamento, para o qual imbricam-se ficção e realidade. Com base nos pressupostos levantados ao longo da pesquisa, chegou-se à conclusão de que embora as possibilidades de análise não se esgotem na delimitação pretendida, a força propulsora desse movimento de produção literária marginal-periférica, reside justamente na resistência da palavra que se coloca como manifesto-testemunho das “minorias” que, através da “radiografia/datilografia” literária de autores como Ferréz, contestam, protestam e reivindicam de modo legítimo a urgência de se autorretratarem.
- ItemRadiografia/datilografia do gueto: uma discussão sobre autorretrato e geografia do espaço em narrativas marginais-periféricas de Ferréz(Universidade do Estado da Bahia, 2024-07-24) Sousa, Simony Oliveira de; Sales, Karina Lima; Nascimento, Juciene Silva de Sousa; Silva, Cibele Verrangia Correa daO presente estudo analisa narrativas de Ferréz à luz da literatura marginal-periférica: Contos/crônicas extraídos da obra Ninguém é inocente em São Paulo e trechos do romance Capão pecado sob a ótica dos conceitos de autorretrato literário e geografia do espaço, a fim de se investigar em que medida esses pressupostos se ficcionalizam através da radiografia da periferia realizada pelo autor, constituindo-se em um autorretrato dos contextos narrados. Como ponto de partida, traçam-se reflexões em torno da acepção literatura marginal e do próprio conceito de marginalidade. Para tanto, utiliza-se o termo Literatura marginal-periférica reformulado por Érica Peçanha do Nascimento (2006), no intuito de delimitar o estudo a partir desse prisma conceitual. Seguindo esse limiar, apresenta-se a definição de Autorretrato discutida por Eunice Ribeiro (2015), Querido (2012); Pires (2019) e também presente no trabalho de Almi Junior (2020), concatenado à ideia de Radiografia da realidade proposta por Bellucco (2006) e Silva (2010), com vistas a compreender como as narrativas de Ferréz analisadas se apresentam enquanto práticas verbais e literárias que autorretratam a periferia na qual o próprio autor se insere. Faz-se, ainda, ao longo do trajeto, uma abordagem geográfica desses conceitos, ampliada pelos estudos sugeridos por Gomes (2010) e Schneider (2015), ambos respaldados pela corrente socioantropológica de Marc Augé (1994), além de aspectos abordados por Dalcastagnè (2012), que explicitam a ideia do espaço literário, os quais são embasados pelos conceitos de desterritorialização, reterritorialização e multiterritorialidade cunhados pelos filósofos franceses Deleuze e Guattari (1992; 2009), em diálogo, outrossim, com a proposta de Bhabha (1998) sobre a definição dos entrelugares, os quais propiciam meios subjetivos de natureza singular e coletiva que ressignificam as identidades. Ademais, inclui-se no presente estudo o conceito de realidadeficção proposto por Ludmer (2013) mediante o entendimento de que textos marginais-periféricos podem ser enxergados como pós-autônomos, visto que exigem do leitor uma espécie de esvaziamento, para o qual imbricam-se ficção e realidade. Com base nos pressupostos levantados ao longo da pesquisa, chegou-se à conclusão de que embora as possibilidades de análise não se esgotem na delimitação pretendida, a força propulsora desse movimento de produção literária marginal-periférica, reside justamente na resistência da palavra que se coloca como manifesto-testemunho das “minorias” que, através da “radiografia/datilografia” literária de autores como Ferréz, contestam, protestam e reivindicam de modo legítimo a urgência de se autorretratarem.