Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu (Mestrado Acadêmico) em Estudo de Linguagens (PPGEL)
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O Programa de Pós-Graduação em Estudo de Linguagens/PPGEL, vinculado ao Departamento de Ciências Humanas do Campus I da Universidade do Estado da Bahia, tem sua sede na cidade de Salvador/Bahia. Recomendado pela CAPES (Ofício N◦ 602-11/2005/CTC/CAPES–19/09/2005), foi implantado em 2006, ofertando o Curso de Mestrado. Na avaliação do quadriênio 2013-2016, alcançou a nota 4, obtendo, em 2020, a aprovação do curso de Doutorado. Recomendado pela CAPES e reconhecido pelo Ministério da Educação através da Portaria 997, de 23/11/2020, publicada no D.O.U. de 24/11/2020, o Doutorado tem início em 2021.
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Navegando Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu (Mestrado Acadêmico) em Estudo de Linguagens (PPGEL) por Orientador "Carvalho, Cristina dos Santos"
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- ItemO apagamento do -R em posição de coda silábica : há influência da fala na escrita discente?(2013-08-01) Ribeiro, Lorena Nascimento de Souza; Carvalho, Cristina dos Santos; Mota, Jacyra Andrade; Lopes, Norma da SilvaDiversos fenômenos de variação linguística presentes na fala, transpostos para as produções escritas de alunos, têm sido colocados indistintamente como erros de cunho ortográfico em muitas salas de aula. Esta realidade motiva o presente estudo, haja vista a necessidade de trabalhos que sirvam de norte para práticas docentes mais situadas no universo multifacetado da nossa língua. Neste trabalho, é apresentado, à luz da Sociolinguística Laboviana, um estudo dos usos dos róticos em 192 produções escritas de alunos de ensino básico (5º e 9º anos do ensino fundamental e 3º ano do ensino médio) das redes pública e privada de ensino na cidade de Salvador. Concebendo a língua como fruto das interações sociais, o estudo aqui realizado pretende verificar o papel dos fatores sociais no fenômeno investigado, sobretudo o papel do grupo social escolar no processo de aquisição da modalidade escrita da língua, por vezes, divergente da modalidade oral do aluno. Ademais visa analisar como os contextos linguísticos favorecedores da variação na fala estão presentes no apagamento do R em posição de coda na escrita desses alunos, observando desta forma como a fala pode influenciar a escrita. Para tanto, foram controladas três variáveis sociais (escolaridade, gênero/sexo e rede de ensino) e oito variáveis linguísticas (gênero textual, extensão do vocábulo, contexto precedente, contexto subsequente, modo de articulação do segmento subsequente, ponto de articulação do segmento subsequente, sonoridade do do segmento subsequente, classe morfológica do vocábulo). Os resultados revelaram que, na escrita, o fenômeno é pouco presente e, à medida que o aluno avança nas séries do ensino básico, a manutenção dos róticos em posição de coda silábica é mais recorrente, evidenciando, deste modo, o papel decisivo da escola como lugar de manutenção do padrão linguístico.
- ItemGramaticalização de entender no português moçambicano: de verbo cognitivo a marcador de requisito de apoio discursivo(Universidade do Estado da Bahia, 2025-06-11) Lima, Ana de Jesus; Carvalho, Cristina dos Santos; Oliveira, Josane Moreira; Souza, Pedro Daniel dos SantosNesta dissertação, temos como objetivo geral analisar, no português moçambicano (PM), os usos, gramaticalizados ou não, do verbo entender, nas seguintes formas e/ou construções: entende, entendes, entendem, tá entendendo, está a entender, entendeu e entendeste. Mais especificamente, pretendemos: (i) identificar os usos do verbo entender na variedade em questão; (ii) distinguir os usos menos e mais gramaticalizados desse verbo; (iii) descrever a trajetória de gramaticalização dos usos de entender no PM; (iv) verificar quais parâmetros linguísticos estão correlacionados à gramaticalização de entender. Para tanto, baseamo-nos nos pressupostos teórico-metodológicos do Funcionalismo norte-americano (Hopper, 1987; Martelotta; Areas, 2003; Furtado da Cunha; Costa; Cezario, 2003 etc.), especialmente naqueles da abordagem clássica da Gramaticalização (Hopper, 1991; Hopper; Traugott, 2003[1993] etc.), e em trabalhos sobre a trajetória de gramaticalização de verbos que passaram a funcionar também como marcadores discursivos de requisito de apoio discursivo (RAD) (Valle, 2001, 2014; Freitag, 2008 etc.). Para a descrição dos usos de entender, utilizamos dados empíricos do PM contemporâneo (século XXI), extraídos do Corpus do Português (Davies; Ferreira, 2006). Realizamos uma pesquisa de viés metodológico qualiquantitativo, considerando os seguintes parâmetros linguísticos: tempo e modo verbais; pessoa gramatical do sujeito; explicitude/omissão do sujeito; contexto interrogativo/não interrogativo e tipo de pergunta; presença e tipo de complemento verbal; tipo de sequência linguística. Os resultados demonstram que entender tem sido empregado, no PM, como: verbo pleno com diferentes acepções relacionadas à atividade mental (funcionando, portanto, como verbo cognitivo); verbo modal; marcador discursivo do tipo RAD; desses usos, o mais frequente na amostra é o de verbo pleno, que tende a ocorrer no presente do indicativo (nas formas entendem e entende), com sujeito explícito na terceira pessoa do singular (P3), em contexto não interrogativo, com sintagma nominal como complemento e em sequências expositivas. Em relação ao processo de gramaticalização, pudemos: (i) evidenciar uma mudança categorial de verbo pleno para verbo modal, uso em que entender deixa de ser elemento lexical e ganha função gramatical e valor volitivo; (ii) confirmar a hipótese de que o uso como marcador discursivo é o mais gramaticalizado e, consequentemente, mais abstratizado ao exercer funções interacionais. Quanto à correlação entre os usos gramaticalizados e os parâmetros linguísticos considerados na pesquisa, verificamos que entender: (i) como verbo modal, é mais utilizado no pretérito perfeito do indicativo (na forma entendeu), com sujeito explícito na terceira pessoa do singular (P3), em contexto não interrogativo, com oração encaixada não-finita como complemento e em sequências narrativas; (ii) como marcador discursivo, tende a ocorrer mais no presente do indicativo (na forma entendes), com sujeito implícito na segunda pessoa do singular (P2), em contexto interrogativo com pergunta retórica, sem complemento verbal e em sequências argumentativas. Ademais, a partir dos dados examinados, propusemos duas trajetórias de mudança para o verbo entender – verbo pleno > verbo modal e verbo pleno > marcador discursivo –, que ilustram um fenômeno denominado, na literatura funcionalista, de poligramaticalização (Braga; Paiva, 2003). Consideramos que, nas duas trajetórias, há atuação da metáfora como mecanismo motivador das mudanças categoriais de entender.
- ItemO fenômeno de redução da partícula não no português falado na cidade de Salvador(Universidade do Estado da Bahia, 2014) Ferreira, Naiara de Souza; Carvalho, Cristina dos Santos; Lopes, Norma da Silva; Rodrigues , Angélica Terezinha CarmoEste trabalho investiga o fenômeno da redução da partícula negativa não em posição pré verbal, que se realiza na sua forma plena [nãw] ou através das suas variantes reduzidas [‘nũ], [‘nu] e [n’]. Como objetivo geral, pretende-se analisar, quantitativa e qualitativamente, esse fenômeno linguístico variável nas falas culta e popular de Salvador, a partir da atuação de fatores linguísticos e sociais. O aporte teórico é, primeiramente, o da sociolinguística variacionista nos moldes em que é desenvolvida por Labov (1966, 2008 [1972]). Esta pesquisa se fundamenta ainda no funcionalismo, mais especificamente, na abordagem da gramaticalização (HOPPER, 1991; HOPPER; TRAUGOTT, 1993, 2003; MARTELOTTA; VOTRE; CEZÁRIO, 1996, dentre outros). Do ponto de vista da metodologia adotada, seguem-se os pressupostos da sociolinguística variacionista. Os corpora utilizados nesta pesquisa constam de dezoito inquéritos linguísticos integrantes de diferentes bancos de dados: doze do Programa de Estudos do Português Popular de Salvador (PEPP) e seis do Projeto de Estudo da Norma Linguística Urbana Culta no Brasil (NURC). Os resultados quantitativos evidenciaram que: (a) a foma reduzida [‘nũ] é a mais realizada entre as quatro variantes registradas na pesquisa; (b) dentre os fatores considerados, foram selecionados, em ordem de relevância, como estatisticamente significativos para análise do fenômeno da redução do não a escolaridade, a faixa etária, o tipo de estrutura negativa, o ambiente fonético, o sexo/gênero, o tipo de frase, a posição do sujeito da oração em que se encontra o item negativo e o tipo de complemento verbal; (c) pensando-se em uma trajetória de gramaticalização, os itens [‘nũ] e [‘nu] têm se comportado como clíticos e a forma [n’] como afixo nas estruturas negativas; (d) o ambiente com verbo iniciado por vogal e a estrutura de dupla negação constituem os contextos motivadores da gramaticalização do clítico em afixo. Assim, constata-se, empiricamente, que existe um processo de redução da partícula não em posição pré-verbal atuante na negação no português brasileiro (PB) e, mais especificamente, na fala soteropolitana. Tal redução tem sido associada à emergência de padrões negativos alternativos do PB e/ou ao processo de gramaticalização (CAVALCANTE, 2007; CUNHA, 1996