Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu (Doutorado Acadêmico) em Educação e Contemporaneidade (PPGEduC)
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Navegando Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu (Doutorado Acadêmico) em Educação e Contemporaneidade (PPGEduC) por Orientador "Costa, Lívia Alessandra Fialho da"
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- ItemConvivendo com a deficiência intelectual: percursos de cuidado e educação nas redes parental e social de apoio(2014-08-22) Portela, Cláudia Paranhos de Jesus; Costa, Lívia Alessandra Fialho da; Costa, Lívia Alessandra Fialho da; Galvão, Nelma de Cássia Silva Sandes; Cruz, Antonio Roberto Seixas da; Jacquet, Christine; Queiroz, Delcele Mascarenhas; Messeder, Marcos Luciano LopesEsta investigação, de natureza qualitativa, debruçou-se sobre o tema dos percursos de cuidado e educação das pessoas com deficiência; mais concretamente, sobre a formação e atuação das redes de apoio parental e social no cuidado e educação da pessoa com deficiência intelectual. Para tanto, busca analisar as estratégias de cuidado elaboradas e experienciadas pelas famílias diante da necessidade de cuidar, educar e socializar filhos(as) com deficiência intelectual. A pesquisa, realizada entre os anos de 2010 e 2014, utilizou a entrevista semiestruturada com dezesseis famílias de pessoas com deficiência intelectual, adultas, da cidade do Salvador/BA. Os resultados obtidos na investigação revelaram uma realidade familiar em que as mães aparecem como as principais cuidadoras dos(as) filhos(as). Evidenciou-se também que o apoio fornecido pelas redes parental e social se revelam como fatores determinantes no processo de cuidado, educação e socialização do(a) filho(a) com deficiência intelectual, tendo em vista que, quanto maior é o apoio recebido, mais qualidade de vida se dá às pessoas com deficiência e às suas famílias. Quanto aos doadores das redes de entreajuda parental e social, as mulheres se destacam como protagonistas das redes de solidariedade. Sobre a relação existente entre a escolha das redes de entreajuda e o posicionamento das famílias na estrutura sócioprofissional, a constatação é que quanto mais elevado é o grau de escolaridade e a estrutura socioprofissional dos(as) cuidadores(as), menor é a proporção dos apoios recebidos. Por último, o que pudemos concluir é que as pessoas eleitas pelos(as) cuidadores(as) para compartilhar seus sentimentos sobre a criação, educação e socialização dos(as) filhos(as), sobretudo, daqueles com deficiência, são as pessoas que usufruem da sua confiança. Neste caso, embora presentes, os parentes consanguíneos ou afins não aparecem como os únicos sujeitos privilegiados nas relações de apoio e entreajuda. Amigos e mesmo terapeutas se revelam, com suas especificidades, como agentes importantes no processo de cuidado. O mapeamento da rede de relacionamentos e dos recursos sociais acessados pelas famílias participantes dessa investigação revelou o entrelaçamento de relações entre os familiares, demais parentes, amigos, vizinhos, profissionais, organizações privadas e serviços públicos. A pesquisa aponta a necessidade de novos estudos comparativos que estabeleçam a relação entre a influência das redes de solidariedade familiar e social no desenvolvimento da pessoa com deficiência intelectual.
- Item“Fazer o corre e ter o pão de cada dia”: participação política, dinâmicas de socialização e educação em famílias de putas(2021-04-15) Silva, Fernanda Priscila Alves da; Costa, Lívia Alessandra Fialho da; Piscitelli, Adriana Gracia; Costa, Livia Alessandra Fialho da; Sousa, Fabiana Rodrigues de; Lemos, Ana Claudia; Messeder, Marcos Luciano LopesO foco desta tese é a análise das narrativas das mulheres trabalhadoras sexuais – Autorreferenciadas mulheres da batalha – sobre suas práticas e dinâmicas de socialização, formação, cuidado e educação dos seus filhos e filhas. Trata-se de um estudo empírico, de cunho exploratório, realizado entre os anos de 2017-2021. O referencial teórico se circunscreve ao campo de estudos em educação e dialoga com referenciais teóricos da Sociologia, da Antropologia e da Psicologia. Tais referenciais favorecem a compreensão de como um processo de socialização e cuidado que permite às pessoas tornarem-se e constituírem-se sujeitos, em um movimento dialético e dialógico, onde a relação entre as pessoas, no processo de cuidado, educar-se e socializar-se é sempre uma relação entre outros, entre mãe/pai (cuidadores) e filhos (as), educador(a) e educandos(as), entre as pessoas e o mundo que o cerca. O grupo pesquisado é composto de mulheres de baixa renda, em exercício de prostituição, prevalecendo idade a partir dos 35 anos, além de um grupo mais amplo de pessoas que consiste do grupo que compõe os familiares e rede de apoio e cuidado das crianças e socialização e educação dos filhos e filhas. As trabalhadoras sexuais entrevistadas neste estudo são, em sua maioria, autodeclaradas negras, de famílias de camadas populares. A pesquisa realizou-se por meio de visitas a locais onde as mulheres da batalha se encontram: praça, rua, bares, unidades domiciliares com o objetivo de conhecer as redes de relações e apoio onde elas exercem o cuidado como forma de educação e socialização de seus filhos e filhas. Foi realizada uma aproximação das interlocutoras da pesquisa, sendo elas, ora as próprias trabalhadoras sexuais, ora alguns filhos adultos que aceitaram participar da pesquisa. As técnicas foram entrevistas, histórias de vida, histórias de família, contatos com as famílias e mais outras técnicas como, por exemplo, a observação e construção etnográfica. Os resultados apontaram que as famílias das trabalhadoras sexuais, as famílias de Putas, não se diferenciam em termos de organização dos outros modelos de famílias. Entretanto, a convivência com mães trabalhadoras sexuais constroe sujeitos com olhares diversificados e abertos às questões apresentadas pelo Movimento de Trabalhadoras Sexuais. Por outro lado, o processo de organização e colaboração das trabalhadoras sexuais preconiza uma forma de cuidado pautada na solidariedade, rede que se apoia e organização coletiva no processo de socialização e educação dos filhos e filhas: a roda colaborativa é uma expressão de como as redes de afeto contribuem no “corre” das mães que também são Putas.
- ItemHá flores no cárcere: estudo do conhecimento sobre mulheres encarceradas e educação (2010-2020)(Universidade do Estado da Bahia, 2024-05-27) Rosa , Urania de Souza Santa; Costa, Lívia Alessandra Fialho da; Onofre, Elenice Maria Cammarosano; Julião, Elionaldo Fernandes; Rios, Jane Adriana Vasconcelos Pacheco; Messeder, Marcos LucianoEste estudo teve como objetivo realizar o estado do conhecimento dos trabalhos acadêmicos produzidos no âmbito da pós-graduação brasileira, na área de concentração “Educação”, acerca do tema mulheres encarceradas e educação, no período de 2010 a 2020. Para tanto, foi feito um levantamento no banco de dados Plataforma Catálogos de Teses e Dissertações da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). Trata-se de uma pesquisa bibliográfica que busca responder ao seguinte problema: Qual a produção acadêmica e as suas tendências, no âmbito da pós-graduação brasileira – área de educação – no período de 2010 a 2020 acerca do tema mulheres encarceradas ou em situação de privação de liberdade e educação? Os resultados do levantamento evidenciaram 66 trabalhos acadêmicos, 16 teses e 50 dissertações, produzidos na década pesquisada. Consideramos a temática educação escolar e prisão feminina como uma subárea em ascensão no campo da educação. Os estudos mostraram que a população de mulheres encarceradas no Brasil é numerosa e significativa, sendo a maioria pobre, negra (preta e parda), jovem, mãe, solteira, advinda de áreas periféricas, com baixa escolarização e trajetórias escolares marcadas por abandonos na infância e adolescência, ocupando trabalhos precarizados antes do aprisionamento, presa sob a alegação de envolvimento com o tráfico de drogas e pouco visitada. As tendências e recortes dos trabalhos analisados evidenciam uma prevalência de estudos de caso e como principais referenciais teóricos tem-se Julião (2007, 2009, 2011, 2012, 2016, 2018a); Onofre (2007, 2012, 2013, 2014, 2016) e Ireland (2011, 2013), para o debate sobre a educação em espaços prisionais; Freire (1977, 1995, 1996), para a compreensão da educação “libertadora e emancipatória”; Foucault (2014), para aprofundamento da categoria prisão moderna. Corroboraram que o direito à educação é para todos, inclusive para pessoas que estejam sob pena privativa de liberdade em instituições prisionais. Dado o pouco acesso à escola na prisão, a produção acadêmica neste período, indica para o não cumprimento do direito à educação dessas mulheres que se encontram sob custódia do Estado. Pontua um cenário de disputa entre as instituições prisão e escola; contradições quanto à propagada ressocialização no sistema prisional; precarização da escola e seu funcionamento, do currículo, do ensino de EJA nas prisões e das “celas de aula” adaptadas. Ressaltam dificuldades em exercer uma educação enquanto prática de liberdade num universo de rigidez e normas estabelecidas como se apresenta a prisão. O maior desafio ainda consiste na garantia e oferta da educação escolar básica na prisão e o entendimento de que não se trata de benefício, mas sim de um direito humano fundamental e subjetivo, conforme têm sinalizado estudiosos brasileiros do campo da educação em prisões.
- ItemO rezar e o festar na comunidade do Mulungu: dinâmicas de sociabilidade educativa(2016-05-02) Jesus, Maria Eunice Rosa de; Costa, Lívia Alessandra Fialho da; Castro, Yêda Antonita Pessoa; Mahfoud, MIguel; Nascimento, Antonio Dias; Messeder, Marcos Luciano LopesEsta tese apresenta o Jiro do Reis e a celebração em louvor a São Sebastião como um importante evento festivo religioso da comunidade negra rural do Mulungu, localizada no município de Boninal, na Chapada Diamantina, Bahia, na medida em que a festa, além do seu caráter religioso, promove de forma substancial uma reflexão sobre a vida da comunidade, possibilitando o fortalecimento de vínculos familiares e comunitários. Neste sentido, o Jiro do Reis do Mulungu é compreendido como o principal mecanismo gerenciador da Festa de São Sebastião através dos dispositivos religiosos, da economia de autogestão da festa. Através das redes de sociabilidade e solidariedade entre os/as festeiros/as, os/as promesseiros/promesseiras, os visitantes e devotos, ao logo de quatro décadas aproximadamente, o Reis do Mulungu, liderado por mulheres pôde sair em seu Jiro, nas comunidades circunvizinhas com o propósito de pagar uma promessa, bem como anunciar a festa em louvor a São Sebastião – protetor e guardião da comunidade do Mulungu. Logo, o Jiro do Reis e a festa em louvor a São Sebastião constitui-se o lugar de reunir, congregar muitas pessoas as quais estão em constante movimento quando rezam, dançam e cantam no espaço sagrado da casa, afirmando a identidade de um grupo, uma comunidade, bem como contribuindo para a produção de uma grande quantidade de energia, que é redistribuída para todos os participantes num processo de metamorfose ao logo do tempo. Assim, busquei compreender o Jiro do Reis e a festa em louvor a São Sebastião como uma prática cultural que reestabelece o encontro e a fé, reforçando o pertencimento a uma religião quando os sujeitos se unem para celebrar a vida e os Santos. Assim, a atuação feminina na condução das festas católicas da referida comunidade torna-se essencial para a manutenção das festividades, do cotidiano e da família, por isso, as experiências de vida dos sujeitos privilegiados, ou seja, as mulheres as quais assumem um lugar de liderança no contexto da festa são tomadas aqui como representação de si e de seu entorno, uma vez que recuperam no tempo presente aspectos de suas vidas contadas como lugar de construção do sujeito possuidor de saberes. Com isso, a pesquisa Etnográfica foi a minha escolha metodológica, uma vez que parece ser o caminho que melhor traduz a rotina diária e os eventos especiais que nos levam a uma compreensão das redes de significações do real entre as festividades, as crenças, os modos de viver que são partilhados pelo sujeito e com seu grupo social. Deste modo, espero, a partir desta pesquisa, contribuir para o reconhecimento e importância que as manifestações religiosas têm para as comunidades negras rurais, bem como a participação das mulheres como guardiãs de saberes locais indispensáveis na formação sociocultural do lugar, pois as Mulheres do Mulungu, representando as mulheres negras nas suas diferentes atribuições cotidianas de ser mãe, dona-de-casa, trabalhadora rural, doméstica as quais fizeram parte do universo desta pesquisa, quando donas do próprio discurso, elas se revelam pelos laços de parentesco e de solidariedade. Além disso, elas se identificam pelo forte compromisso que têm com a comunidade, preocupadas em manter viva e atuante as marcas da cultura de um povo vivenciadas e transmitidas através de suas festividades.
- ItemO território de identidade de Irecê e o contexto das escolas do meio rural: lacunas e tensões na territorialização da educação do campo(2015) Sodré, Maria Dorath Bento; Costa, Lívia Alessandra Fialho daEsta pesquisa analisa as contradições entre a proposta da Educação do Campo assumida no Plano de Desenvolvimento Rural Sustentável-PTDRS do Território de Identidade de Irecê-TII, na Bahia e, as condições materializadas no contexto da educação instalada no meio rural do Território. Uma das questões condutoras deste estudo é a identificação e problematização acerca das lacunas e tensões para territorializar a proposta da Educação do Campo. A orientação teórica assume a perspectiva das tensões e lacunas para compreender, as relações entre o modelo hegemônico de educação no TII e a contra-hegemonia, expressas nos princípios da Educação do Campo assumidas no PTDRS. As principais categorias norteadoras foram: hegemonia e contra-hegemonia de Gramsci (1991), acrescidas também das contribuições de Schneider (2004), no que se refere a abordagem territorial e, ainda, a de território, em Milton Santos (1994) constituem o suporte teórico. A pesquisa de campo desenvolvida entre os anos de 2013 e 2014 envolveu entrevistas, observações, grupos focais com participação dos professores das quatro escolas de povoados do município de Ibititá que traduzem, paradigmaticamente, semelhanças aos demais municípios do TII. Quanto à metodologia há um trabalho relacional entre concepções de diferentes sujeitos, sendo os atores da proposta no TII e os professores. Verticalizada no instrumento do grupo focal com professores das escolas e entrevistas com representantes do Colegiado Territorial. O estudo apresenta as lacunas tanto na operacionalização da proposta quanto no envolvimento dos professores e nos conflitos com o sistema municipal de ensino. Estas lacunas envolvem concepção de campo e de perspectiva para o mundo rural o que impactam nas tensões para o processo de territorialização da educação no TII e traduz as contradições entre a vida do território e as promessas do TII com o PTDRS. Conclui-se nesse trajeto que há lacunas e tensões entre o propor e o fazer, não houve mobilização de poder e encaminhamentos para agir na estrutura política em contra-hegemonia para materializa o plano de desenvolvimento sustentável rural. A trama da precarização do meio rural e sua escola encontra assim, outro reforço.