Estudos como os de Bourdieu e Coleman já sinalizavam desde a década de 1960, que as relações estabelecidas entre a sociedade e a escola necessitavam de análises que buscassem compreender de que forma essa instituição colaborava no processo de reprodução das desigualdades existentes na sociedade. Desta forma, através de análises realizadas a partir dos microdados da Prova Brasil de 2013, levantamos informações sobre as características socioeconômicas, raciais e culturais dos estudantes do 5º ano do Ensino Fundamental das escolas públicas municipais de Salvador no intuito de observar quais são as relações estabelecidas entre o nível socioeconômico, a raça e o desempenho escolar revelado através do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB). Além de uma revisão bibliográfica que nos apresentasse o estado atual das pesquisas que buscaram compreender a influência que a identificação racial da criança pode exercer no seu desempenho escolar, foram realizados cruzamentos estatísticos com os microdados disponibilizados pelo questionário contextual que os alunos responderam na Prova Brasil- 2013 com a finalidade de compreender se o pertencimento a uma categoria racial interfere na posse de capital econômico, capital cultual e capital social familiar. Posterior a esse processo, um estudo de caso foi realizado no intuito de observar quais estratégias são elaboradas por uma escola na Rede Municipal de Educação de Salvador para diminuir os efeitos das condições socioeconômicas e raciais no desempenho escolar. Entrevistas semiestruturadas e observações livres foram realizadas no contexto da escola. Observamos que, entre outros fatores, a liderança administrativa e pedagógica da gestora escolar parece diminuir os possíveis impactos que o meio social e condição racial possa exercer no desempenho escolar.