A trilha do medo, a trilha da cura: a literatura de horror de autoria negra feminina na Bahia, uma leitura de Jovina Souza e Hildália Fernandes

dc.contributor.advisorFreitas , Ricardo Oliveira de
dc.contributor.authorSantos, Margarete de Carvalho
dc.contributor.refereeSamyn, Henrique Marques
dc.contributor.refereeGonçalves, Luciana Sacramento Moreno
dc.date.accessioned2024-02-22T18:58:24Z
dc.date.available2024-02-22T18:58:24Z
dc.date.issued2023-05-09
dc.description.abstractEsta pesquisa analisa a produção literária contemporânea de horror de autoria negra feminina na Bahia com o objetivo de investigar quais saberes emergem e seus possíveis efeitos psíquicos em um corpo negro, a partir da leitura crítica dos seguintes textos: o conto “Relicário”, da escritora Hildália Fernandes (2015), e o conto “A tumba n. 03”, da poeta Jovina Souza (no prelo). Oriento-me metodologicamente a partir da teoria da epistemologia do romance, idealizada pelo teórico brasileiro Wilton Barroso Filho, e tomo como ponto de partida a pesquisa da teórica afro-americana Kinitra Brooks (2018) sobre a produção de horror de autoria negra feminina na diáspora, para me questionar sobre como as produções baianas se comportam ao trazerem temas sobrenaturais e sombrios aliados à violência racial. Coloco-me aqui enquanto pesquisadora encarnada, nos termos descritos pela antropóloga baiana Suely Messeder (2020), uma vez que meu corpo move e é movido por esta pesquisa, bem como intercruzo as análises das produções com o meu processo de escrita criativa com temática afro-brasileira. Fundamento as análises a partir do conceito de dispositivo de racialidade pensado por Sueli Carneiro (2005) para que possamos entender como o gênero literário do horror, que possui como principal característica provocar medo, pode nos inscrever no signo de morte ou nos retirar dele a fim de nos proporcionar caminhos de cura através da narrativa. Como resultados, apresento quais as possibilidades que as autoras baianas nos apontam para lidarmos com a dor e o medo de forma resiliente a fim de construir um processo de cura: Jovina Souza nos orienta a fazer o letramento racial para pensarmos estratégias de sobrevivência e nos chama a atenção para nossa capacidade cognitiva para lidar com o trauma racial; e Hildália Fernandes nos apresenta o Abèbè enquanto instrumento para resgatarmos aspectos importantes da nossa identidade que podem reverberar na nossa psique. Utilizo o termo cura dentro da abordagem pensada por bell hooks (2023), para se referir a nossa capacidade de construir mapas a fim de lidarmos com as dores oriundas dos traumas raciais. Me aproximo também dos estudos psicanalíticos que articulam racismo e condição mental, a citar a pesquisa de Neusa Santos Souza (1983). Para refletir como o medo e a dor são manipulados enquanto signo, ancoro-me nos estudos de Byung-Chul Han (2021) e para entender a influência da narrativa literária no processo de cura, trago estudos do Walter Clyde W. Ford (1999), e principalmente me apoio no mito de Ananse Ntontan que me oferece a ideia de cura pela contação de história.
dc.description.abstract2This research aims to investigate which knowledges and psychic effects on a black body emerge from our critical reading of contemporary horror literature written by black women from Bahia. The analyses are based on the following short stories: “Relicário” by Hildália Fernandes (2015) and “A tumba n. 03” by Jovina Souza (in press). I use the epistemology of the novel, idealized by the Brazilian theorist Wilton Barroso Filho, to guide the methodology and I a start this study from the research of the African-American theorist Kinitra Brooks (2018) on the horror literature by black women in the diaspora, to question myself about how black women from Bahia direct their text when they bring supernatural and malignant themes associated with racial violence. I consider myself as an incarnated researcher, in the terms described by the Bahian anthropologist Suely Messeder (2020), because my body moves and it is also moved by this research, as well as I intersect the analyzes of the texts with my own process of creative writing using Afro-Brazilian themes. I support the analyzes using the concept of racial device developed by Sueli Carneiro (2005) to understand how the horror literature genre, which has the main characteristic of provoking fear, can inscribe us in the sign of death or remove us from it. As a result, I address the possibilities that the black Bahian writers guide us to deal with pain and fear: Jovina Souza guides us to do racial literacy to think about survival strategies and draws attention to our cognitive ability to deal with racial trauma; while Hildália Fernandes presents us with the Abèbè as an instrument to rescue important aspects of our identity that can reverberate in our psyche. We use the term healing within the approach thought by bell hooks (2023), to refer to our ability to build maps in order to deal with the pain arising from racial trauma. I also associate the analysis with the psychoanalytic studies that articulate race and mental condition, citing the research of Neusa Santos Souza (1983). To reflect on how fear and pain are manipulated as a sign, I follow Byung-Chul Han (2021) ideas about pain. And to understand the influence of literary narrative in the healing process, I bring studies by Walter Clyde W. Ford (1999), and mainly I base myself on the myth of Ananse Ntontan, who offers me an idea of healing through storytelling. Keywords: horror; black women writers from Bahia; speculative sankofarration; healing; Jovina Souza; Hildália Fernandes.
dc.format.mimetypeapplication/pdf
dc.identifier.citationSANTOS, Margarete de Carvalho. A trilha do medo, a trilha da cura: a literatura de horror de autoria negra feminina na Bahia, uma leitura de Jovina Souza e Hildália Fernandes. Orientador: Ricardo Oliveira de Freitas. 152 fs. Dissertação (Mestrado em Estudos de Linguagens). Universidade do Estado da Bahia, Departamento de Ciências Humanas (DCH), Campus I, Salvador, 2023
dc.identifier.urihttps://saberaberto.uneb.br/handle/20.500.11896/5104
dc.identifier2.Lattes3382140613170782
dc.identifier2.ORCID0000-0002-7850-3113
dc.language.isopor
dc.publisherUniversidade do Estado da Bahia
dc.publisher.programPrograma de Pós-Graduação em Estudos de Linguagens
dc.rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess
dc.rights.urihttp://creativecommons.org/licenses/by-nd/3.0/br/
dc.rights2Attribution-NoDerivs 3.0 Brazilen
dc.subject.keywordsHorror
dc.subject.keywordsAutoras negras baianas
dc.subject.keywordsSankofanarração especulativa
dc.subject.keywordsCura
dc.subject.keywordsJovina Souza
dc.subject.keywordsHildália Fernandes
dc.titleA trilha do medo, a trilha da cura: a literatura de horror de autoria negra feminina na Bahia, uma leitura de Jovina Souza e Hildália Fernandes
dc.title.alternativeThe fear path, the healing path: the black women's horror literature in Bahia, an analysys of Jovina Souza and Hildália Fernandes
dc.typeinfo:eu-repo/semantics/masterThesis
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