"Para que estudar, se no final todo mundo vai morrer?": experiências de enlutamento no cotidiano escolar de jovens Pretxs

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Data
2022-03-21
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Resumo

Esta tese buscou compreender o cotidiano escolar de jovens pretxs impactadxs pelo processo de luto decorrente da morte de pessoas amadas envolvidas com o tráfico de drogas. Visando a compreensão proposta acima, problematizei: como essxs educandxs pretxs elaboram emoções perpetradas pelas perdas de entes queridos? Quais são as estratégias utilizadas por elxs no processo de elaboração do luto na permanência escolar? Para tanto, adotei a abordagem qualitativa de cunho fenomenológico-interpretativo, situada em campo educacional, intercruzando-a com procedimentos etnometodológicos. Assim, utilizei técnicas como amostragem aleatória, questionário, entrevista individual, grupo focal, além da observação, da escuta e da percepção. Por conta do surgimento da Covid-19 e consequente fechamento da escola (entre 2019 e 2021), passei a fazer uso também da ferramenta WhatsApp pelo celular. Na primeira etapa da pesquisa (amostragem aleatória), contemplei 139 educandxs, na faixa etária de doze a vinte anos, a fim de reconhecer dados socioeconômicos e dar vazão à partilha de seus sonhos, perspectivas de futuro e existência ou não de familiares e/ou amigxs mortxs por envolvimento com o tráfico de drogas. Essa foi uma estratégia de seleção e convite para participação do grupo focal de sete educandxs com cotidianos escolares impactados pela vivência com o processo de luto. No início da segunda etapa da pesquisa, três pessoas saíram do grupo, seja por determinação dxs responsáveis e/ou por decisão própria, permanecendo como participantes quatro pessoas. A cada etapa concluída no processo da pesquisa, compreendia que nem sempre os sinais revelados eram de dor, de tristeza, de arrependimento, de raiva, de dúvida, de desesperança, mas também de alegria, de esperança, de sonho por um futuro melhor e o desejo em continuar vivendo era pulsante e mergulhado entre o triste e o alegre, a esperança e a desesperança, o estar bem e o estar mal, entre o choro e o sorriso.


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OLIVEIRA, Moisés Batista Santos de “Para que estudar, se no final todo mundo vai morrer?”: experiências de enlutamento no cotidiano escolar de jovens pretxs. Salvador, 2022. 219 f. Orientadora: Sueli Ribeiro Mota Souza. Tese (Doutorado) – Programa de Pós-Graduação em Educação e Contemporaneidade (PPGEduc). Departamento de Educação, Campus I, Universidade do Estado da Bahia, 2022.
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