A Onomástica, ciência linguística ligada à Lexicologia, possui duas áreas de estudo: a Antroponímia e a Toponímia. Esta última, oriunda do grego topos (lugar) + ónyma (nome), estuda a motivação dos nomes próprios de lugares, ou seja, os topônimos. Esses carregam uma profunda significação acerca da história local e das relações sociais, étnicas e culturais de um povo. Tem-se como objetivo nessa dissertação de mestrado, a partir de um estudo de cunho bibliográfico e documental, analisar os topônimos dos cursos d’água do Território de Identidade 22 Médio Rio de Contas (hidrônimos), contribuindo para o reconhecimento, valorização e difusão dos saberes locais, relacionando-os à cultura e à história do lugar. O estudo encontra-se ancorado em Dick (1990) e em alguns conceitos teóricos de Biderman (2001), Krieger (2010) e Seabra (2015). O corpus foi constituído a partir da coleta dos 110 topônimos identificados como hidrônimos no sítio do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e do SEI (Superintendência de Estudos Sociais e Econômicos da Bahia). Elaborou-se fichas lexicográfico-toponímicas para cada topônimo e procedeu-se a sua classificação conforme modelo taxionômico proposto por Dick (1990). Ao buscar as motivações acerca dos mesmos, constatou-se a prevalência das taxes de natureza física (61,11%) sobre os de natureza antropocultural (38,89%). O mergulho na história e nos costumes do povo do território estudado, através da análise toponímica, revela aspectos característicos da flora, da fauna, da hidrografia, da pecuária de uma região. Dessa maneira, mais que um estudo linguístico, o estudo toponímico propicia uma fonte riquíssima de pesquisa que dialoga com a História, com a Geografia, com a Antropologia, com a Sociologia e com outras áreas do conhecimento, capaz de contribuir para a promoção do resgate cultural da história do povo e de sua relação com a história, a cultura e a memória do Território de Identidade 22 Médio Rio de Contas.