O presente artigo busca através da obra “Quarto de despejo: diário de uma favelada da escritora Carolina Maria de Jesus, analisar as condições de sobrevivência e subsistência da população negra no período pós abolição até final da década de 1960. Esse estudo analisa a situação dessa população que ficou sujeita a informalidade após a abolição e que também foi submetida à precarização de moradia, alimentação, trabalho e/ou a falta dele, agravada pela crescente desigualdade social e racial. A análise da denúncia pungente da exclusão social e racial feita pela autora por meio da sua trajetória narrada, nos leva a análise da importância do letramento da mulher negra e sua escrita de refúgio e denúncia. Por fim, esse trabalho ambientado na favela do Canindé, São Paulo, aborda a partir dos relatos pessoais da autora, os aspectos em comum à vida de outras mulheres negras.