“Privilegiada fina dama de raros dotes”: estratégias e desafios na carreira da juíza negra Mary de Aguiar Silva em Belmonte (1967-1972)
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Resumo
O presente artigo tem como objetivo narrar a trajetória profissional da magistrada Mary de Aguiar Silva na cidade de Belmonte, sul da Bahia, nas décadas de 1960 e 1970, apontando algumas estratégias e dificuldades. Para alcançar nosso objetivo de pesquisa, nos amparamos em referências do feminismo negro, autoras como Lélia Gonzalez e Angela Davis foram fundamentais no caminhar da pesquisa. Sobre as fontes foi analisamos os periódicos do Boletim Oficial, e outras fontes relevantes, como fotografias, periódicos digitais do TJ-BA, periódicos de outros estados da mesma época em que ela era juíza. Os jornais foram utilizados como uma fonte primária para investigar a atuação da juíza Mary de Aguiar na cidade, utilizando manchetes e notícias para compreender seu impacto e envolvimento na comunidade local. Além disso, a análise dos jornais permitiu uma melhor compreensão do contexto da cidade de Belmonte, servindo como uma forma de apresentar a cidade por meio de suas publicações. Ao focarmos na figura da juíza Mary de Aguiar, também buscamos compreender os desafios e estratégias enfrentados por mulheres negras no exercício da magistratura. Identificamos conflitos políticos ocorridos na cidade, bem como ofensas direcionadas à figura de Mary de Aguiar, e investigamos as estratégias adotadas por ela para enfrentar essas adversidades. A análise abrange não apenas as questões jurídicas, mas também aspectos políticos e sociais que permearam sua atuação como magistrada na cidade de Belmonte.