Limitação de vida diária em pacientes com doença pulmonar obstrutiva crônica
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Resumo
FUNDAMENTO: A Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) é definida como uma doença pulmonar prevenível e tratável, com efeitos extrapulmonares importantes. A limitação progressiva da atividade física é uma delas, contribuindo para a morbidade e mortalidade desses pacientes. O índice de preditor de mortalidade BODE propõe a avaliação dos pacientes com DPOC de forma sistêmica, incluindo o índice de massa corporal, obstrução ao fluxo aéreo, dispnéia e tolerância ao exercício. OBJETIVO: Avaliar as repercussões na realização nas atividades de vida diária (AVD) com a escala London Chest Activity of Daily Living (LCADL) em pacientes com DPOC bem como estratificar a amostra quanto ao índice multifuncional BODE. MÉTODOS: Estudo transversal que utilizou dados primários e secundários, realizado no ambulatório de pneumologia de um hospital público universitário de Salvador-Ba. A amostra foi composta por pacientes com diagnóstico de DPOC, segundo os critérios GOLD. Os instrumentos utilizados foram a escala LCADL e a de dispnéia do Medical Research Council (MRC), o índice de gravidade BODE e a distância percorrida no Teste de caminhada de seis minutos (TC6’). As variáveis idade, sexo, IMC, gravidade da doença, limitação na atividade física de vida diária, escore de dispnéia e distância percorrida em metros no teste da caminhada dos seis minutos foram observadas. Para comparação entre os grupos foi utilizado o teste de Mann-Whitmey e de Kruskal-Wallis e para associação entre variáveis contínuas o coeficiente de correlação de Spearman. Um p < 0,05 foi considerado estatisticamente significante. RESULTADOS: Foram incluídos no estudo 21 pacientes; destes 15 (71%) eram sexo masculino. A média de idade foi de 69,8±8,2 anos, VEF1 pós BD em relação ao previsto 44,5 ± 19,4%, distância percorrida no TC6’ 343 ± 117,1m e MRC 1,8 ± 1,2. De acordo com o GOLD, 10 (47,6%) dos pacientes eram DPOC grave. O índice BODE foi dividido em quatro quartis, 10 (47,6%) dos pacientes pertenciam ao quartil 2 (pontuação de 3 a 4). A média do escore total do LCADL foi de 21± 12, variando de 12 a 74% da pontuação total, sendo o componente de cuidados pessoais de maior comprometimento. Não houve correlação com a distância percorrida no TC6’ e a pontuação total da escala LCADL (r = -0,421; p=0,057) CONCLUSÕES: O estudo sugere que pacientes com DPOC atendidos ambulatorialmente apresentam limitação variável nas atividades físicas de vida diária por conta da dispnéia, e que este sintoma limita principalmente as atividades de cuidados pessoais e domésticas.