Fotografia como documentação sócio-histórica da Comunidade Quilombola de Lagoa do Zeca (Canarana, Bahia)
Data
Autores
Orientador
Título da Revista
ISSN da Revista
Título de Volume
Editor
Resumo
Este trabalho tem como objetivo analisar como a fotografia pode atuar como ferramenta de documentação sócio-histórica, ajudar a sociolinguística e como instrumento de valorização da identidade cultural da comunidade quilombola de Lagoa do Zeca, localizada no município de Canarana (Bahia). A pesquisa fundamenta-se nos princípios da Sociolinguística (Labov, 2008) e consiste na produção e na análise de um arquivo fotográfico realizado pelo próprio autor — membro da comunidade. O estudo investiga como os registros visuais capturam práticas culturais, tradições, artefatos, espaços e marcas linguísticas que, em muitos casos, não encontram espaço na documentação escrita ou oral tradicional. A fotografia, nesse contexto, revela-se não apenas como ilustração, mas como evidência visual de práticas africanizadas e afrodescendentes, permitindo identificar elementos socioculturais que sustentam a classificação da comunidade como [+africanizada], conforme os critérios propostos por Santana, Araujo e Freitag (2018a, 2018b). A metodologia inclui observação participante e registro e análise fotográfica em diálogo com autores como Albuquerque e Klein (1987), Labov (2008), Santana, Araujo e Freitag (2018a, 2018b) e Koutsoukos (2020). Os resultados demonstram que a fotografia fortalece os processos de reconhecimento étnico-racial, contribui para o registro sociolinguístico da comunidade e atua como documento de resistência frente ao apagamento histórico e cultural. Conclui-se que os registros visuais analisados contribuem significativamente para a preservação da memória e da identidade quilombola, ampliando as possibilidades metodológicas da Sociolinguística.