Esta Dissertação, resultante de uma pesquisa de mestrado, junto ao Programa de Pós Graduação em Educação e Contemporaneidade, da Universidade do Estado da Bahia, descreve inicialmente a rotina dos catadores de materiais recicláveis nas ruas e nos lixões, no Estado da Bahia, os processos de opressão detectados sofridos pela categoria e sua emergência como categoria a partir de sua origem entre os trabalhadores rurais emigrados do campo devido a um conjunto de processos tais como a modernização conservadora e a fragilização crescente das suas condições de reprodução social. Em seguida, toma-se em consideração a proposta de educação popular do Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis - MNCR que visa fortalecer a construção da autonomia desses sujeitos, reforçando-os em seu processo de reumanização no sentido freiriano e de emancipação, por meio da luta pelo direito a ter direitos e contra os preconceitos pelos quais são estigmatizados. É apresentada também a legislação brasileira relacionada à categoria. Trata-se de uma etnopesquisa-ação, realizada enquanto o pesquisador assessorava a secretaria estadual do Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis. Como tal, é um estudo qualitativo a partir da escuta e registro de narrativas de vida de quatro líderes do MNCR na Bahia identificados durante o estudo exploratório, que se deu por meio de estudo bibliográfico, estudo da legislação brasileira e discussões com a equipe de articulação estadual do MNCR/BA, durante as intervenções. As etapas da pesquisa são apresentadas no capítulo do percurso metodológico e as conclusões no ítem final.