Desde a chegada dos portugueses, para iniciar o processo de colonização, a Rua Direita dos Mercadores, localizada no Centro Antigo da capital baiana, foi a primeira via de acesso em território brasileiro, antes mesmo de a Cidade do Salvador ser denominada a Capital do Brasil. Por sua localização estratégica, foi de vital importância para o desenvolvimento do país e da capital. Nela, ergueram-se as primeiras construções do período colonial como a Casa do Governador (atualmente o Palácio do Rio Branco) e a Casa da Câmara (hoje Câmara de Vereadores). Vários foram os nomes dados à rua, em diferentes contextos sócio-históricos. Rua Chile, nome atual desde 1902, foi uma homenagem à esquadra da Marinha de Guerra Chilena. Ao longo dos seus 474 anos, o referido espaço urbano passou por diversos momentos de prestígios, lugar frequentado pela elite da cidade, mas também muitos períodos de declínios. Neste trabalho, propõe-se analisar as Formações Discursivas e Ideológicas (FD´s e FI’s) materializadas na constituição de algumas nomeações da primeira rua do Brasil Colonial, atualmente denominada Rua Chile, situada no Antigo Centro Histórico da cidade do Salvador/Bahia. Tendo como suporte teórico a Análise do Discurso (AD) de linha francesa filiada a Michel Pechêux, o presente estudo, apresenta uma análise de como as nomeações que se referem a esta rua tem sido discursivizadas em determinados contextos sócio-históricos. A partir da análise das diversas nomeações anteriores à Rua Chile observa-se como o espaço urbano se constitui como um lugar para experiências turísticas, culturais, sociais, abrindo espaço para o capitalismo. Cada uma das nomeações destacada apresenta (re)significações desta rua desde a fundação da cidade, em 1549, inscrevendo-se na história a partir do funcionamento do interdiscurso possibilitando diversos discursos como o de local turístico e cultural, local de práticas religiosas, local de diversão, além de local do vandalismo e abandono, local da exclusão, local do silenciamento, entre outros.