Do ato de existir ao desencontro de si: quem és tu, macabéa?
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Resumo
A pesquisa baseada na obra A hora da estrela, da profundamente intimista Clarice Lispector, debate a condição humana, a formação identitária, o desencontro de si e a crise existencial da protagonista Macabéa bem como os fatores que contribuem para o seu (re)descobrimento. A discussão fomenta hipóteses ora aceitas ora questionadas por autores diversos, como Sá (1979); Gotlib (1995); Lobo (2007); Montenegro (2001); Nascimento (2012); Nunes (1995); Freud (1976); Brandão (2006); Santos e Silverman (2000) e Morin (1986) que, dialogando com Lispector, além de discutirem as relações macabeanas, questionam a condição do homem marginalizado, alienado e subordinado aos comandos de uma sociedade paralisada e paralisante. O diálogo realizado entre a escritora, a nordestina e os outros personagens,aborda a descriminação sociocultural a que todos os homens estão sujeitos, discute seus conflitos interiores e exteriores, o aprisionamento de si, o (re)encontro de referenciais perdidos noutros tempos, através dos fluxos de consciência e introspecções e o intenso desejo de encontrarem a essência da vida. Como Macabéa, existem muitos perdidos no espaço, seu profundo desencontro é o arcabouço do homem que vive sob condições de vida interna e externa, brutalmente violentada. Através dos elementos sociais, culturais, literários e psicológicos, busca-se entender quais fatores possibilitaram a Macabéa construir e desconstruir sua identidade, demarcar seu espaço na grande metrópole e mais, conquistar a liberdade, podendo ser aquilo que sempre desejou. Por meio de uma escrita cuidadosamente intimista narra-se a triste vida e a feliz morte de um ser mulher: perdido, confuso e metamórfico e seus reflexos no homem contemporâneo, que carrega em si, tantas marcas de opressão, repressão e preconceito.