O presente trabalho consiste num estudo sobre as marcas da infância marginalizada em Capitães da Areia, de Jorge Amado. Esse romance aborda a vida pregressa de meninos abandonados pela sociedade. Eles possuem virtudes e defeitos, porém muitas vezes os defeitos se acentuam muito mais. Partindo dessa premissa, a pesquisa tem como objetivo principal analisar a representação da figura do herói e do anti-herói da modernidade através do personagem Pedro Bala de Capitães da Areia. Com os objetivos específicos tentamos compreender por meio do contexto em que vive, o real envolvimento do protagonista com seu bando e analisar os pontos positivos e negativos em liderar um grupo de meninos de rua. O romance procura mostrar não apenas os assaltos e as atitudes violentas da vida rude, mas também as aspirações e os pensamentos ingênuos, comuns a qualquer criança. Pedro Bala é o chefe do grupo capitães da areia e passa toda sua trajetória liderando e mostrando sua coragem. Com todos os atributos verificados no enredo, as características do protagonista seriam compatíveis para representação da figura de herói e anti-herói? Confirma-se essa problemática no decorrer da narrativa. Este estudo contou com uma pesquisa bibliográfica de cunho analítico pautando-se nas especificidades dos estudos dos seguintes teóricos: Tringali (1994), Campbell (1997-2002), Pauletti; Botoso (2012), Cardoso (2017), Nascimento (2019), entre outros. Constata-se que o protagonista deste romance pode ser considerado como o “Herói de Mil Faces” de Campbell.