Tendo como objeto de análise os pequenos produtores agrícolas do município de Paulo Afonso-BA, este trabalho tem como objetivo apreender os mecanismos que presidem o processo de reprodução social e física da pequena produção agrícola daquele município bem como a reprodução do espaço rural dessa área, elegendo como eixo principal de abordagem a relação desse segmento da agricultura com o circuito de comercialização das feiras da região. Partiu-se do pressuposto de que a articulação da pequena produção em causa com o circuito do capital é o meio pelo qual o sobre trabalho do pequeno agricultor, materializado em produto excedente, é apropriado pelo capital mercantil, representado, no caso em análise, pela intermediação que atua na área. Para realização desse estudo, utilizou-se um vasto material bibliográfico, visando fundamentar a análise tanto do ponto de vista empírico como teórico. No desenvolvimento do estudo utilizou-se, também, informações estatísticas, cartográficas e de pesquisa direta, esta última realizada através de entrevista com pequenos agricultores, com intermediários e com feirantes envolvidos na comercialização dos gêneros produzidos pela pequena agricultura do município. Constatou-se, com a análise, que, na venda da produção ao intermediário, este se apropria de uma parcela significativa do sobre trabalho do pequeno produtor, ao passo que, na venda direta ao consumidor pelo agricultor retalhista e pelas mulheres-feirantes, o pequeno produtor retém uma parcela importante de seu sobre trabalho, representando, portanto, esta última forma de comercialização, a principal estratégia de reprodução social da categoria.