Líderes negras em Salvador: fala e preconceito
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Resumo
O desenvolvimento dessa pesquisa toma por base os fundamentos da Teoria da Sociolinguística Variacionista, proposta por Labov em 1972 (LABOV, 2008), que insiste na relação entre língua e sociedade. O corpus da pesquisa é composto por entrevistas com oito mulheres negras, com idade entre 40 a 65 anos, moradoras de bairros periféricos de Salvador, que ocupam uma posição de liderança em sua comunidade. A pesquisa tem objetiva analisar a variação da concordância de número no sintagma nominal, fenômeno que comporta duas variantes no português: a realização com marcas de plural- S e a variante Ø (sem o S). Sendo assim, propõem-se como objetivos: (i) identificar os condicionamentos lingüísticos e sociais da concordância de número no sintagma nominal na fala dessas mulheres; (ii) analisar a própria avaliação das falantes acerca da variação do fenômeno em estudo e sobre a variante Ø (zero - ausência da marca de plural); (iii) identificar o estigma e a forma como esse fato pode interferir no falante; (iv) identificar a atitude do mercado de trabalho diante da variação lingüística. Das análises realizadas na pesquisa, pode-se observar que o condicionamento individual, relacionado à experiência de vida, foi a primeira variável selecionada; retirando essa variável da análise, outras três foram selecionadas: escolaridade (mais escolaridade, mais concordância), saliência fônica (mais saliente, mais concordância) e número de elementos do sintagma (sintagmas menores, mais concordância).