Este artigo analisa a atuação da Comissão Estadual da Verdade da Bahia (CEV BA), instituída entre 2013 e 2016, à luz dos princípios da História Pública e da Justiça de Transição. A pesquisa, de abordagem qualitativa, baseou-se na análise documental, bibliográfica e oral, incluindo o relatório final da Comissão, legislações, registros audiovisuais e entrevista com um de seus coordenadores. O estudo evidencia as condições políticas e institucionais que possibilitaram a criação da CEV BA, seu funcionamento, os eixos temáticos adotados e as ações realizadas, como audiências públicas, parcerias institucionais e divulgação de materiais pedagógicos. Discute-se também às recomendações formuladas, como a criação de memoriais e políticas permanentes de memória, bem como os limites enfrentados, como a ausência de documentos, a falta de recursos e a descontinuidade administrativa. Conclui-se que a CEV BA desempenhou papel relevante no resgate de memórias silenciadas e na promoção de reparação simbólica, apesar de restrições estruturais e políticas que impediram a plena implementação de suas recomendações.