Per!go: humanos e não humanos - reflexões sobre mundos
Data
Orientador
Título da Revista
ISSN da Revista
Título de Volume
Editor
Resumo
O jogo didático apresentado neste produto convoca a uma metodologia interativa acordada numa perspectiva Cosmopolítica, no qual foi resultado de uma experiência minha enquanto professora de geografia e meus alunos da 3ª série do Ensino Médio do Colégio Pequeno Príncipe uma escola particular da rede privada de Guanambi-BA. no ano de 2022 como tentativa de coletivamente estudar e elaborar um jogo pensando o conteúdo – Mineração – e a interação humanos e não humanos como relação entre mundos. O jogo tem por objetivo favorecer a experiência da composição de mundos e a habitabilidade mais que humana nas inter-relações no espaço de exploração de recursos minerais e apreciar a metodologia interativa como prática Cosmopolítica. A proposta é uma ática de pensar os conteúdos não apenas a partir da dinâmica econômica e de um modelo de sociedade considerado dominante, mas também das interações e presenças de humanos e não humanos no espaço estudado. O conceito de Cosmopolítica é aqui assumido a partir da formulação da filósofa Isabelle Stengers (2018), o qual remete a existência de vários mundos, não apenas humanos, mas também não humanos, essa dinâmica reforça firmemente a necessidade de diálogos entre as diversas visões/mundos para vivência coletiva segura de que todos são importantes e necessários para novas experiências. Além da Cosmopolítica, trazemos a formulação do conceito de Habitabilidade mais que humana das possibilidades de mundos e percepção do coletivo, não apenas humanos, mas também não humanos como animais, vegetais, rochas, solos e tudo que compõe o nosso espaço de vivência. Para despertar essas percepções, propusemos a metodologia interativa, como dispositivo que possibilita ao professor e aos alunos pensar determinado conteúdo a partir dos dois conceitos apresentados anteriormente, articulando ideias e leituras para questionamentos sobre a visão do outro que pode ser um humano ou não. A ideia não é se colocar no lugar do outro, mas a partir do outro. Por exemplo, qual a percepção do espaço modificado para a exploração mineral de determinada espécie animal ou vegetal? E para os indígenas e outros que foram deslocados para outras áreas em função desse projeto econômico? A posição não é despertar a culpabilidade para algo ou alguém, mas pensar e imaginar situações diversas sobre modificações feitas ou a ser realizada em prol de um grupo de humanos. A metodologia interativa pensada neste estudo propõe portanto, a possibilidade de estudo mais detalhado e diversificado sobre qualquer conteúdo que se disponha alcançar.