A percepção sobre os quadrinhos no Brasil ganha novas dimensões no século XXI, deixando de ser uma leitura infantil de entretenimento para se tornar uma leitura dinâmica, que tem ganhado importância no meio acadêmico com pesquisas nas mais diversas áreas e com amplo viés no campo da Educação. Sendo assim, esta pesquisa apresentou os desdobramentos do Projeto Era Uma Vez...Brasil, aliado à liberdade de produção possibilitada pelo universo do game Kimera – Cidades Imaginárias, construindo, assim, uma nova leitura, dentro da perspectiva dimensional trazida pelo jogo, submetendo, então uma proposta metodológica para utilização de histórias em quadrinhos em sala, nas aulas de História, com foco na produção discente de conhecimento, propondo o universo quadrinístico, desenvolvido na primeira edição da revista “Turminha da Maya e a Bússola K”, para uso nas aulas, para que venham a contribuir para a autonomia dos estudantes, bem como para a ampliação das possibilidades de utilização dessa ferramenta e suas estratégias em sala de aula, contemplando as biodiversidades apresentadas pelas escolas. A construção da proposta metodológica para utilização de HQ foi desenvolvida no Colégio Militar de Salvador, para duas turmas eletivas (pesquisa e validação) de oitavo e nono ano do Ensino Fundamental II, escola parceira do grupo de pesquisa Geotecnologias, Educação e Contemporaneidade (GEOTEC) e seu projeto articulador K-Lab. Para o desenvolvimento desse projeto, considerou-se uma pesquisa qualitativa com procedimentos de pesquisa participante estaria mais adequada aos propósitos do estudo e às demandas dos sujeitos envolvidos. Nesse sentido, buscou-se autores como Guimarães (1990) e Brandão e Streck (2006). Os conceitos de linguagem de histórias em quadrinhos foram apresentados principalmente por Cagnin (2014). McCloud (1995) e Groensteen (2015). Quanto às relações entre história em quadrinhos e aprendizagens, relevam-se em Ramos (2016); Ramos e Vergueiro (2009), e Barbosa et al (2018). Enseja-se, numa próxima etapa, expandir as aprendizagens proporcionadas pela produção de HQ a outras disciplinas, expandindo para um maior número de escolas das redes públicas e particulares, alimentando a rede de possibilidades tecida pelos integrantes dos projetos em questão.