O lugar do sinal-nome nas comunidades surdas no semiárido Pernambucano
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Resumo
Esta pesquisa analisou as experiências de criação e adoção de sinais-nome em duas comunidades Surdas do Semiárido pernambucano, localizadas nas cidades de Salgueiro e Petrolina (PE), com o intuito de investigar o papel dessa tradição na formação identitária de Surdos e ouvintes. A partir de uma perspectiva desconstrucionista, buscou-se discutir a influência das representações na produção da identidade Surda, apresentando o sinal-nome como uma narrativa visual que reflete a percepção dos Surdos sobre si e sobre os ouvintes, e pode interferir na construção da subjetividade desses sujeitos. Para tanto, foram feitas observações participantes e entrevistas em profundidade documentadas por vídeo, com quinze pessoas. Os principais resultados encontrados indicaram que o sinal-nome é considerado e valorizado como um traço característico da cultura Surda, sendo a aquisição do nome visual um marco da inserção dos sujeitos – tanto Surdos como ouvintes – nas duas comunidades onde o estudo foi desenvolvido. A maioria dos participantes entrevistados considerou que o sinal-nome legitima a riqueza gramatical e semântica da Libras, bem como, o potencial criativo dos Surdos para explorar essa Língua. Além disso, esse artefato cultural demonstrou ter a função prática de otimizar a comunicação nas comunidades Surdas, e, ao mesmo tempo, um grande valor simbólico de representação da identidade pessoal, que é influenciado pela performance repetitiva do sinal e pelo grau de envolvimento dos Surdos e ouvintes com as comunidades.