A produção de cerâmicas em Itatim é muito mais que uma forma de trabalho: é um modo de vida que atravessa gerações, sustentando famílias e preservando a identidade cultural da região. Os ceramistas locais dedicam-se diariamente ao molde, à queima e ao acabamento das peças, unindo técnica, tradição e sensibilidade artística. Cada objeto produzido carrega a experiência daqueles que aprenderam o ofício observando pais, avós, bisavós e pessoas da comunidade. Ao longo dos anos, a cerâmica itatinhense consolidou-se como uma prática essencial tanto para a economia quanto para a memória afetiva da cidade. O saber fazer, transmitido de geração para geração, fortalece laços comunitários e mantém vivas técnicas ancestrais que resistem ao tempo. Esses conhecimentos, embora tradicionais, continuam em constante transformação, pois cada ceramista imprime sua marca pessoal nas peças que cria. A elaboração deste estudo foi realizada sob orientação da professora Virginia Mota Lages Gomes, no âmbito da disciplina Epistemologia da Educação, da Universidade do Estado da Bahia (UNEB). O processo incluiu visitas a três olarias da cidade: a de Nilda do Carmo dos Santos, a de Iraci Silva Santana Machado e a de Valdelício Santana de Assis. Em cada uma delas, observamos o trabalho cotidiano, os modos de organização, as técnicas de produção e a força simbólica que sustenta a cerâmica como patrimônio vivo de Itatim. Ao reunir essas informações, buscamos valorizar os saberes tradicionais que circulam entre famílias e comunidades, reafirmando a importância de apoiar práticas culturais que unem passado, presente e futuro. Reconhecer o trabalho dos ceramistas de Itatim é também reconhecer sua contribuição para a economia local, para a preservação de experiências ancestrais e para a continuidade de um conhecimento que molda identidades e transforma vidas.