A bovinocultura brasileira enfrenta perdas econômicas significativas devido às parasitoses gastrintestinais. O uso intensivo e inadequado de anti-helmínticos tem favorecido o surgimento de resistência, tornando urgente a avaliação da eficácia dos fármacos. Objetivou-se analisar a eficácia de vermífugos à base de ivermectina (1%, 3,15% e 4%), doramectina (1%) e levamisol (17,76%) no controle de nematódeos em bovinos. O estudo experimental foi conduzido em uma fazenda em São Desidério-BA, utilizando 141 bovinos distribuídos em grupos tratados e controle, o delineamento foi feito em Blocos Casualizados (DBC). Amostras fecais foram coletadas no dia 0 (antes do tratamento) e aos 30, 60 e 90 dias pós-tratamento. A carga parasitária foi determinada pela técnica de Ovos por Grama de Fezes (OPG) e a eficácia foi calculada pelo teste de Redução da Contagem de Ovos nas Fezes (RCOF). Os dados, não paramétricos, foram analisados pelos testes de Kruskal-Wallis, Dunn e Wilcoxon. Os resultados demonstraram que todos os princípios ativos reduziram a carga parasitária em comparação ao controle. A doramectina apresentou eficácia superior (>98%) e mais prolongada até o 90º dia. As formulações de ivermectina foram eficazes, porém com variações na persistência. O levamisol mostrou menor persistência, com declínio na eficácia após 60 dias. Considera-se que, embora todos os fármacos tenham sido eficazes, a doramectina destacou-se pela ação sustentada. A similaridade de eficácia entre as concentrações de ivermectina sugere um limiar de dosagem. O estudo reforça a necessidade de monitoramento contínuo por meio do OPG/RCOF e a adoção de manejo integrado para um controle parasitário sustentável.