Livro didático: uma análise do seu uso em sala de aula
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Resumo
Este trabalho analisa dois livros didáticos de Língua Portuguesa utilizados no Ensino Fundamental, com ênfase nas abordagens adotadas para o ensino de gramática. A investigação se fundamenta nas diretrizes propostas pelos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) e pela Base Nacional Comum Curricular (BNCC), bem como em concepções contemporâneas de linguagem que privilegiam a interacionalidade e o uso social da língua. Observou-se que os manuais mantêm, majoritariamente, práticas tradicionais, centradas na memorização de regras gramaticais e desvinculadas das práticas discursivas reais. Tal orientação contraria os pressupostos de autores como Travaglia (1996), Antunes (2014), Koch (2002) e Rojo (2009), que defendem um ensino de gramática voltado para a reflexão crítica, contextualizada e integrada à leitura e à produção de textos. Os dados revelam, ainda, a ausência de articulação entre as propostas dos documentos oficiais e as atividades sugeridas nos livros, especialmente no que diz respeito à promoção de múltiplos letramentos, à valorização da diversidade linguística e à construção de sentidos nas práticas de linguagem. Assim, conclui-se que é urgente repensar o uso pedagógico do livro didático, compreendendo-o como um instrumento que deve mediar, e não limitar, o desenvolvimento da competência linguística e comunicativa dos estudantes.