Saberes e fazeres em saúde na interface com a educação popular: experiência de mulheres no Quilombo de Trindade Biritinga (BA)

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dc.contributor.advisorFerreira, Maria Jucilene Lima
dc.contributor.authorMeireles, Gercilene
dc.contributor.refereeLima , Jamile da Silva
dc.contributor.refereeCarvalho, Sandra Maria Gadelha
dc.date.accessioned2024-08-28T18:22:59Z
dc.date.available2024-08-28T18:22:59Z
dc.date.issued0024-04-29
dc.description.abstractSaúde e Educação são referências para a produção da vida em sua totalidade. Nesse contexto, o caminho a ser seguido não pode prescindir da perspectiva da emancipação humana. As relações entre saúde popular e processos educativos perpassam o cuidado, a forma amorosa e respeitosa de interagir e reconhecer o(a) outro(a) em suas singularidades e diversidades. Estes são sinais reveladores, que apontam os desafios e limites que perpassam, especialmente, o campo da educação e saúde, principalmente no contexto atual, onde existe uma síndrome civilizatória contemporânea, marcada pelo descuido e descaso com a produção da vida. Essa síndrome (Boff, 2014) afeta a humanidade e a natureza com a lógica social capitalista, a qual prioriza interesses econômicos e lucrativos em detrimento da vida. Face a esse argumento, tem-se a seguinte indagação: de que modo os saberes e fazeres de mulheres no Quilombo de Trindade, localizado no município de Biritinga, na Bahia, potencializam práticas educativas não escolares, ao desenvolverem situações de cura e cuidado em saúde individual e coletiva? Quanto ao objeto, a pesquisa se propõe a analisar os saberes e fazeres em saúde individual e coletiva pelas mulheres no Quilombo de Trindade, bem como suas potencialidades educativas para as relações sociais e de saúde no quilombo. Quanto à metodologia, realizou-se, inicialmente, uma revisão sistemática para fins de apropriação da atualidade do tema. Este trabalho se constitui de uma pesquisa de natureza participante-ação e de abordagem quanti-qualitativa. Realizou-se, no campo empírico, a observação participante, entrevistas coletivas e roda de conversa, por meio do dispositivo intitulado Tenda do Conto (Gadelha, 2015), com oito interlocutores(as) da pesquisa. Esse processo oportunizou um encontro de diálogo e reflexão com as mulheres no Quilombo de Trindade que, por meio de suas falas, expressaram suas vivências, experiências e as práticas de cura, cuidado e formação em saúde individual e coletiva. No caminho percorrido, foi possível perceber a ausência de políticas públicas de saúde no Brasil, no âmbito do SUS, que atendam as especificidades e particularidades em saúde para os territórios quilombolas. Verificou-se, ainda, que os territórios da Atenção Básica (AB), no município, são marcados pelos interesses hegemônicos do capital, responsável por produzir na população do campo e quilombola desigualdades sociais em saúde extremas. A Estratégia Saúde da Família (ESF), a qual é atribuída a capacidade organizacional no planejamento da assistência à saúde de qualidade no território estudado, ainda se encontra marcada por iniciativa hegemônica, questão que compromete o protagonismo social das mulheres no quilombo e a capacidade do território para a efetividade de uma atenção integral à saúde da população quilombola. No Quilombo de Trindade, por meio da observação participante, constatamos um distanciamento entre os saberes técnicos dos profissionais de saúde e os saberes e fazeres em saúde de nossas interlocutoras, existindo, portanto, maior valorização da medicina convencional em detrimento dos saberes tradicionais quilombolas. Desse percurso, surge um projeto de intervenção, por meio da Tenda do Conto, que visa fortalecer os saberes e fazeres em saúde das mulheres no Quilombo de Trindade, abrindo caminhos de diálogo e entrelaçamento de saber, com práticas educativas (não escolar). Assim, os resultados apontam que as potencialidades das práticas de cura e cuidado em saúde individual e coletiva, desenvolvidas pelas interlocutoras da pesquisa, que se materializam no uso das plantas medicinais e espiritualidade, fortalecem a identidade das mulheres quilombolas, as quais são portadoras de práxis libertadoras, pautada na emancipação humana e transformação social, na medida em que socializam, divulgam e repassam a outras gerações seus saberes e fazeres, e têm o cuidado consigo mesmo e com o outro, como fundamento do seu agir humano, em que valores como partilha e solidariedade são essenciais em uma sociedade tão individualista como a nossa
dc.description.abstract2Salud y Educación son referentes para la producción de vida en su totalidad. En este contexto, el camino a seguir no puede prescindir de la perspectiva de la emancipación humana. Las relaciones entre salud popular y procesos educativos permean el cuidado, la forma amorosa y respetuosa de interactuar y reconocer a los demás en sus singularidades y diversidades. Son signos reveladores que señalan los desafíos y límites que permean, especialmente, el campo de la educación y la salud, especialmente en el contexto actual, donde existe un síndrome de civilización contemporánea marcado por el descuido y el desprecio por la producción de vida. Este síndrome (Boff, 2014) afecta a la humanidad y a la naturaleza con una lógica social capitalista, que prioriza los intereses económicos y lucrativos en detrimento de la vida. Ante este argumento, surge la siguiente pregunta: ¿cómo los saberes y prácticas de las mujeres del Quilombo de Trindade, ubicado en el municipio de Biritinga, en Bahía, potencian las prácticas educativas no escolares, desarrollando situaciones de curación y cuidado de la salud individual y colectiva? El objeto de investigación tiene como objetivo analizar los conocimientos y prácticas en salud individual y colectiva de las mujeres del Quilombo de Trindade, así como su potencial educativo para las relaciones sociales y de salud en el quilombo. En cuanto a la metodología, inicialmente se realizó una revisión sistemática con el propósito de apropiarse de la actualidad del tema. Este trabajo consiste en una investigación acción-participativa y un enfoque cuantitativo-cualitativo. Se realizaron observación participante, entrevistas colectivas y círculos de conversación en el campo empírico, a través del dispositivo Tenda do Conto (Gadelha, 2015), con ocho interlocutores de la investigación. Este proceso brindó oportunidad para un encuentro de diálogo y reflexión con mujeres del Quilombo de Trindade quienes, a través de sus discursos, expresaron sus experiencias y prácticas de curación, cuidado y formación en salud individual y colectiva. El camino recorrido permitió percibir la ausencia de políticas públicas de salud en Brasil, en el ámbito del SUS, que respondan a las especificidades y particularidades en salud de los territorios quilombolas. También se constató que los territorios AB en el municipio están marcados por los intereses hegemónicos del capital, responsables de producir desigualdades sociales extremas en salud en la población rural y quilombola. La Estrategia de Salud de la Familia (ESF), a la que se atribuye capacidad organizativa en la planificación de una atención de salud de calidad en el territorio estudiado, sigue marcada por una iniciativa hegemónica, cuestión que compromete el protagonismo social de las mujeres en el quilombo y la capacidad del territorio. para la eficacia de la atención sanitaria integral a la población quilombola. En el Quilombo de Trindade, a través de la observación participante, observamos una brecha entre los conocimientos técnicos de los profesionales de la salud y los conocimientos y prácticas de salud de nuestros interlocutores, con el resultado de que hay, por tanto, una mayor valoración de la medicina convencional en detrimento de la conocimientos tradicionales quilombolas. De este camino surgió un proyecto de intervención a través de Tenda do Conto que tiene como objetivo fortalecer los conocimientos y prácticas en salud de las mujeres en Quilombo de Trindade, abriendo caminos para el diálogo y entrelazando conocimientos con prácticas educativas (no escolares). Así, los resultados indican que el potencial de las prácticas de curación y cuidado en la salud individual y colectiva desarrolladas por los interlocutores de la investigación, que se materializan en el uso de plantas medicinales y la espiritualidad, fortalecen la identidad de las mujeres quilombolas, que, como desean, son portadoras de praxis. liberador, basado en la emancipación humana y la transformación social, en la medida que socializan, difunden y transmiten sus conocimientos y prácticas a otras generaciones y cuidan de sí mismos y de los demás como fundamentos de su acción humana, en la que valores como el compartir, la solidaridad es esencial en una sociedad tan individualista como la nuestra Palabras clave: Conocimientos y prácticas en salud; Mujeres quilombolas; Educación popular.
dc.format.mimetypeapplication/pdf
dc.identifier.citationMEIRELES, Gercilene. Saberes e Fazeres em Saúde na Interface com a educação popular: experiência de mulheres no Quilombo de Trindade, Biritinga (BA). Orientadora: Maria Jucilene Lima Ferreira. 2024, 146 f. Dissertação (Mestrado em Educação e Diversidade)-Departamento de Educação(DEDC), Universidade do Estado da Bahia , Campus XIV, Conceição do Coité, BA, 2024
dc.identifier.urihttps://saberaberto.uneb.br/handle/20.500.11896/6096
dc.identifier2.Latteshttp://lattes.cnpq.br/7908254879507760
dc.language.isopor
dc.publisherUniversidade do Estado da Bahia
dc.publisher.programPrograma de Pòs -Graduação em Educação e Diversidade (PPGED)
dc.rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess
dc.rights.urihttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/
dc.rights2Attribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Brazilen
dc.subject.keywordsSaberes e fazeres em saúde
dc.subject.keywordsMulheres quilombolas
dc.subject.keywordsEducação popular
dc.titleSaberes e fazeres em saúde na interface com a educação popular: experiência de mulheres no Quilombo de Trindade Biritinga (BA)
dc.title.alternativeHealth knowledge and practice at the interface with popular education: women's experience in the Quilombo of Trindade Biritinga (BA)
dc.typeinfo:eu-repo/semantics/masterThesis
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