Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu (Doutorado Acadêmico) em Estudo de Linguagens (PPGEL)
URI Permanente para esta coleção
O Programa de Pós-Graduação em Estudo de Linguagens/PPGEL, vinculado ao Departamento de Ciências Humanas do Campus I da Universidade do Estado da Bahia, tem sua sede na cidade de Salvador/Bahia. Recomendado pela CAPES (Ofício N◦ 602-11/2005/CTC/CAPES–19/09/2005), foi implantado em 2006, ofertando o Curso de Mestrado. Na avaliação do quadriênio 2013-2016, alcançou a nota 4, obtendo, em 2020, a aprovação do curso de Doutorado. Recomendado pela CAPES e reconhecido pelo Ministério da Educação através da Portaria 997, de 23/11/2020, publicada no D.O.U. de 24/11/2020, o Doutorado tem início em 2021.
Navegar
Submissões Recentes
Agora exibindo 1 - 3 de 3
- ItemAnálise da construção conectora porque de: um estudo funcional centrado no uso.(Universidade do Estado da Bahia, 2025-10-31) Santos, Paulo Henrique da Silva; Carvalho, Cristina dos Santos; Oliveira, Taísa Peres de; Oliveira, Josane Moreira de; Santos, Elisângela Santana dos; Teixeira, Maria da Conceição ReisNesta tese, temos como objetivo geral analisar, em perspectivas construcional e sincrônica, os usos do conector causal porque de na variedade valenciana (falada e escrita) do português brasileiro (PB) do século XXI. Mais especificamente, pretendemos: (i) identificar as propriedades de forma e significado da construção conectora porque de; (ii) caracterizar os contextos de uso dessa construção com base nas categorias de análise controladas na pesquisa; (iii) traçar a arquitetura construcional de porque de na rede [X de]Conect; (iv) detectar níveis de gradiência e gramaticalidade e as relações de construcionalidade na expressão de causa codificada pelo conector porque de; (v) verificar os processos cognitivos de domínio geral e os mecanismos de mudança envolvidos nos usos reais da construção porque de; (vi) observar os colocados que surgem no entorno linguístico de porque de nas sentenças produzidas por valenciano(a)s e a natureza linguística desses colocados. Como base teórica, fundamentamo-nos na Linguística Funcional Centrada no Uso – LFCU (Martelotta, 2011; Cezario; Furtado da Cunha, 2013; Oliveira; Rosário, 2015), sob a perspectiva da abordagem construcional da gramática (Goldberg, 1995; Croft, 2001; Bybee, 2016 [2010]; Traugott; Trousdale, 2021 [2013]). Também nos valemos de estudos sobre a relação de causalidade (Sweetser, 1990; Paiva, 1991; Amorim, 2012, 2017; Oliveira, 2016, 2020). Quanto à metodologia, desenvolvemos uma pesquisa em viés qualiquantitativo (Cunha Lacerda, 2016). Como corpus, utilizamos dados de fala e escrita do PB valenciano do século XXI, extraídos de entrevistas orais, questionários escritos e textos digitais. Na análise, descrevemos as propriedades dos eixos da forma e do significado de porque de e o caracterizamos quanto às dimensões construcionais tamanho, especificidade fonológica e tipo de conceito. Na investigação, consideramos seis categorias de análise: domínio de causalidade, status informacional do segmento causal introduzido pela construção porque de, tipo de sequência linguística, preenchimento do slot X, tempo e modo do verbo da oração e posição da construção porque de X na sentença. A partir dessas categorias, constatamos os contextos de uso em que porque de mais ocorre nas amostras. Na fala e na escrita, essa construção conectora: tem uso ainda restrito ao domínio de causalidade referencial; tende a introduzir mais a codificação de uma informação nova; tem o slot X majoritariamente preenchido por um sintagma nominal pleno com núcleo concreto não animado; é empregada mais na sentença em posição posposta. Nos dados examinados, porque de ocorre mais em sequências argumentativas na fala e em sequências expositivas na escrita; ocorre mais com verbo da oração no presente do indicativo na fala e no pretérito perfeito do indicativo na escrita. Na nossa análise, também mostramos como se dá a atuação dos fatores esquematicidade, produtividade e composicionalidade na (micro)construção porque de. Com base nos usos desse conector, propusemos um novo subesquema para a rede [X de]Conect: [Conj de]Conect. Nessa rede taxonômica, porque de estabelece uma relação causal entre os constituintes vinculados.
- ItemSertão das águas: o Rio São Francisco nos romances de Wilson Lins e Carlos Barbosa(Universidade do Estado da Bahia, 2025-08-22) Bonfim, Joseilton Ribeiro do; Souza , Marcos Aurélio; Araújo , Nerivaldo Alves; Pinho , Adeítalo Manoel; Vieira , Nancy Rita Ferreira; Figueiredo , Joabson Lima deBuscamos, neste estudo, uma análise da produção romanesca dos escritores baianos Wilson Lins e Carlos Barbosa, tomando como foco a constituição de cartografias sertanejo-ribeirinhas ao longo das narrativas. Partimos, assim, para nossas questões norteadoras, as quais problematizam a presença das águas do São Francisco como um propulsor de identidades; e como os sujeitos e o território se constituem a partir das trocas e movimentam as visões unilaterais que tentam fixar conceitos e concepções. Ao trazer essas questões, esboçamos uma análise do espaço literário como um constructo produzido pelas relações entre esse território e as identidades ali forjadas, buscando, sobretudo, colocar em pauta como essas relações acontecem, como ambos – espaço e identidades – se interpenetram, se modificam, se constroem. A pesquisa de cunho bibliográfico faz uma abordagem qualitativa a partir da análise dos romances de Wilson Lins e Carlos Barbosa, considerando, principalmente, trechos das referidas obras que demarcam o Rio São Francisco como espaço literário em diferentes tempos. Esse espaço precisa ser visto para além dos limites cartográficos e apreendido a partir de seus diversos aspectos: físicos, materiais, climáticos, políticos, culturais, simbólicos, identitários, discursivos, dentre outros. O estudo analítico das obras de Lins produzidas no período de 1964 a 1980, assim como da prosa contemporânea de Barbosa, traça um panorama da literatura sanfranciscana e de sua inserção na cena literária baiana. Construímos a fundamentação teórica a partir das discussões dos conceitos de sertão, território, identidades e representação, além de buscarmos aprofundar as concepções de sertão das águas e cartografias-identitárias. Como referenciais basilares, nos valemos de Afrânio Coutinho e J. Galante de Souza (1990), Jorge de Souza Araújo (2008), Durval Muniz de Albuquerque Júnior (2011), Cláudia Pereira Vasconcelos (2012), Homi Bhabha (2013), Stuart Hall (2016, 2020), Walter Mignolo (2020) e Rogério Haesbaert (2021). As discussões propostas por esses autores deram base para sustentar os debates e problematizações realizados ao longo da tese, uma vez que defendemos a ideia de que é preciso que se ergam contra discursos ao modelo hegemônico. Dessa maneira, acreditamos que o rio literário que corre pelas páginas de Wilson Lins, Carlos Barbosa e de tantos outros autores forja um sertão feito de gente e de suas vivências e instaura um novo lugar de enunciação, fazendo com que as visões cristalizadas daquele território sejam ressignificadas.
- ItemVoo com destino às crenças e às atitudes linguísticas dos docentes de língua portuguesa em Salvador: uma análise da abordagem da anáfora do objeto direto no ensino médio(Universidade do Estado da Bahia, 2025-07-25) Luz, Claudia Norete Novais; Lopes, Norma da Silva; Mota, Jacyra Andrade; Araújo, Silvana Silva de Farias; Carvalho, Cristina dos Santos; Souza, Pedro Daniel dos SantosA tese tem como objeto de estudo a variação na retomada anafórica do objeto direto de terceira pessoa como aspecto primordial para entender as concepções gerais da variação, as normas e os direcionamentos que norteiam o ensino do Português Brasileiro, através da observação de docentes de Salvador. Adota os pressupostos teórico-metodológicos da Sociolinguística, a concepção de língua desse escopo teórico e os seus conceitos basilares de visão da linguagem como uma prática social, associada ao sujeito falante e ao grupo a que este pertence. O objetivo geral da pesquisa é analisar (i) as crenças dos docentes do ensino médio de Salvador sobre o que pensam em relação à língua portuguesa e à variação linguística dos seus alunos; e (ii) as atitudes linguísticas desses docentes ao identificar e avaliar as estratégias alternativas de uso do clítico acusativo empregadas pelos discentes na produção textual. Este trabalho, pautado nas crenças e atitudes linguísticas dos professores, é relevante por pontuar o que eles consideram sobre a língua portuguesa, o modo como avaliam a língua de que seus alunos fazem uso e em que direção se dá a sua intervenção pedagógica. O objeto direto anafórico de terceira pessoa, fenômeno linguístico em observação, tem tido tratamento distinto no campo das gramáticas tradicionais e no campo das pesquisas linguísticas, visto que essas procuram, constantemente, interpretar/explicar as preferências dos falantes, enquanto aquelas buscam fixar regras que demandem uma única forma, ou seja, o clítico acusativo de terceira pessoa. Para o desenvolvimento da pesquisa, contamos com a participação voluntária de doze docentes de língua portuguesa que atuam no ensino médio de Salvador, o grupo foi constituído da seguinte maneira: quatro docentes de português do Instituto Federal da Bahia, quatro da Rede Básica do Estado da Bahia, quatro da Rede Particular de Ensino. Para a coleta e a descrição dos dados dos professores, foram utilizados como instrumento de pesquisa (i) uma ficha cadastral, que teve como objetivo compreender o perfil social e a formação profissional dos participantes, como idade, sexo, ano de conclusão da graduação, titulação, tempo de serviço, rede de ensino que atua, (ii) um questionário constituído de seis questões abertas para a análise de natureza descritiva/qualitativa em que se procura descrever e interpretar o fenômeno, tendo como meta compartilhar significados, visando observar as crenças e as atitudes dos docentes a respeito do tema proposto, e, também, sobre a concepção geral da variação e das normas que norteiam as práticas do docente ao lecionar. O questionário preenchido pelos docentes teve como objetivo fazer uma análise qualitativa à luz das crenças e atitudes; as respostas coletadas foram organizadas, descritas, analisadas em gráficos, quadros e tabelas, pautados em informações quantitativas. Ou seja, os dados dispostos nas tabelas, nos quadros e nos gráficos revelam o cunho quantitativo da pesquisa, todavia as análises feitas sobre os dados obtidos são de natureza qualitativa, centradas em concepções das crenças e das atitudes linguísticas dos professores de língua portuguesa. A pesquisa realizada revelou perfis de docentes que creem num padrão linguístico artificial, uma vez que uma boa parcela dos docentes que contribuíram nesta tese apenas considera as variedades de prestígio, reconhecendo que, para ter domínio da língua, é preciso saber as normas apresentadas pela gramática tradicional. Esses docentes tendem a reduzir a produção textual dos alunos ao avaliar o seu texto. O estudo também revelou perfis de docentes na contemporaneidade abertos para a diversidade linguística, que privilegiam o uso linguístico dos alunos nas aulas de Língua Portuguesa. Tais condutas representam os feitos da ciência da linguagem, a linguística, na formação universitária, na formação docente e nas escolas.