Navegando por Autor "Vieira, Claudia Andrade"
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- ItemO adolescer de meninas negras: percepções e experiências sobre as violências e discriminação de raça e gênero no espaço escolar(2022-06-03) Silva, Deise Cardoso Santos; Vieira, Claudia Andrade; Nunes, Míghian Danae Ferreira; Balogh, Ieda Rodrigues da SilvaO presente estudo teve como objetivo central entender as percepções das adolescentes negras, da Escola Municipal Clériston Andrade, localizada no município de Salvador-Bahia, sobre suas experiências de violências e opressões, a partir dos marcadores de gênero e raça. Como objetivos secundários, essa dissertação buscou: a) conhecer o contexto geral no qual as estudantes estão inseridas, na perspectiva social, cultural e econômica; b) entender o conceito de adolescência e como esse marcador se articulou para pensar as particularidades que envolvem a adolescência negra; c) conhecer as experiências de violência que adolescentes negras têm vivenciado na escola; d) compreender como os marcadores sociais das desigualdades de raça e gênero permitem perceber as vulnerabilidades na trajetória estudantil dessas adolescentes; e) refletir se e como a escola pode ser uma instituição promotora de ações pedagógicas de combate ao racismo e ao machismo na promoção ao respeito às diversidades. Para contemplá-los, optou-se por uma metodologia com abordagem qualitativa, que se propõe a entender fenômenos de cunho social e tem como interlocutoras adolescentes negras das séries finais do Ensino Fundamental II, periféricas e moradoras do bairro de São Marcos. Na pesquisa de campo foram realizadas entrevistas semiestruturadas como instrumento de coleta de dados, aplicadas na própria unidade de ensino. Como fontes secundárias, foram analisados o censo escolar (2020) e imagens pertinentes ao contexto do lócus da pesquisa, a fim de contribuir o seu entendimento no enfoque qualitativo. A partir das análises das entrevistas com as interlocutoras observamos que elas se sentem discriminadas no ambiente escolar e que vivenciam o racismo praticado por algumas e alguns colegas, que percebem que sofrem preconceito por serem do gênero feminino e que, de um modo geral, são bem tratadas por professoras, professores, gestão e demais funcionárias e funcionários da escola. Consideram positivas as ações pedagógicas feitas na escola e que gostam desse referido espaço.
- ItemO artevismo nas feituras de bonecas abayomis: uma interlocução entre as oficinas de abayomis e a produção intelectual de feministas negras(2021-12-17) Santos, Caroline Lima Dos; Vieira, Claudia Andrade; Silva, Claudilene Maria da; Cardoso, Cláudia PonsEsta pesquisa tem como objetivo analisar as narrativas de mulheres negras protagonistas em práticas pedagógicas por meio de oficinas de feituras da boneca Abayomi e suas interlocuções, em particular, com a Teoria Feminista Negra desenvolvida no Brasil a partir de elaborações das intelectuais e ativistas Lélia Gonzalez, Sueli Carneiro, Luiza Bairros, Matilde Ribeiro, Jurema Werneck e ngela Figueiredo. A análise e a contextualização dos registros históricos sociais disponíveis, nos levaram a problematizar os debates presentes na bibliografia encontrada sobre o tema, com diferentes versões acerca das origens das Abayomis, difundidas a partir do final dos anos de 1980 e atreladas aos contextos de organização dos Movimentos de Mulheres Negras no Brasil. As diferentes versões encontradas configuram-se em uma disputa narrativa acerca dos significados da boneca, proporcionando diversas formas que mulheres negras encontram para dialogar a respeito das identidades étnico-raciais a partir da feitura de Abayomis . Através da metodologia da História Oral, foram realizadas remotamente entrevistas temáticas com Lena Martins artesã residente no Rio de Janeiro, Dira Souza e Jaciara dos Santos arte educadoras do Estado da Bahia, interlocutoras que ministram oficinas de Abayomis em suas diversas áreas de atuação. Historicamente as narrativas das mulheres negras perpassam por um violento processo de silenciamento, atravessado pelos marcadores de raça, classe, gênero, sexualidade e geracionalidade. A partir dos dados levantados, observamos que nos saberes e práticas voltados para a feitura das Abayomis, as mulheres negras protagonistas nessa relação de ensino e aprendizagem têm sofrido com este silenciamento histórico através da invisibilidade de suas trajetórias. Notamos que as mesmas desenvolvem em suas práticas diálogos de enfrentamento ao racismo e sexismo por meio da abordagem a respeito da construção de identidades criando novas narrativas de valorização de mulheres negras através da feitura das bonecas.
- ItemCorpo-território-LGBT+: imagens e narrativas de professores/as transviados/as na educação básica(Universidade do Estado da Bahia, 2022-06-13) Cordeiro, Janivaldo Pacheco; Rios, Jane Adriana Vasconcelos Pacheco; Bento, Berenice Alves de Melo; Thiengo, Edmar Reis; Miranda, Eduardo Oliveira; Vieira, Claudia Andrade; Cardoso , Cláudia PonsEste estudo buscou compreender e analisar os atravessamentos que forjam identidades pessoais e profissionais de pessoas LGBTQIA+ na docência e que, por conta do gênero e da sexualidade dissidentes, provocam ressignificação de suas práticas pedagógicas, fabricam comportamentos e performances para o exercício do magistério e, de alguma forma, criam contextos para pensar os movimentos de representação e representatividade. De natureza qualitativa, o trabalho foi desenvolvido com base na Pesquisa Narrativa (CLANDININ E CONNELLY, 2015), apoiando-se nas narrativas de (re)existências (RIOS, 2021) que surgiram nas Entrevistas Narrativas e nas escritas de autorretratos, sendo analisadas utilizando a interpretação-compreensão proposta por Ricoeur (2019) e a “leitura em três tempos” sistematizada por Souza (2014, 2017). A pesquisa contou com a participação de sete colaboradores/as autodeclarados LGBT+ docentes da Educação Básica da Bahia. Nesse bojo, a discussão teórica das identidades e diferenças (RIOS, 2008; SILVA,2014) foram enriquecidas pela discussão em torno das identidades de gênero e sexualidade (BENTO 2017a, 2017b, 2018, 2021a, 2021b; BUTLER 2017, 2018a, 2018b, 2019b, 2019b, 2022; LOURO, 2014), sexualidade e as relações de poder e opressão (FOUCAULT, 2010a, 2010b, 2013, 2019), que docilizam os corpos-transviados, os classificam e reafirmam a diferença hierarquizada, demarcando-a de maneiras diferentes e de acordo com suas singularidades, e possibilitando, assim, o (re)conhecimento do corpo-território (MIRANDA, 2014, 2021). Nesse aspecto, o corpo-território foi incorporado na (e pela) tese, unificou-se e se corporificou nas discussões, imagens e narrativas, performances e corporalidades que não apenas atravessam este trabalho, o encarna, o desnuda e o constitui. De acordo com os resultados, os/as professores/as transviados/as são assujeitados/as ao cistema heternormativo que os/as vigiam, silenciam e invisibilizam as suas existências, forjando neles/nelas identidades voltadas à (auto)vigilância, ao (auto)silenciamento e à (auto)invisibilização como forma de sobrevivência no espaço escolar, mas também mostram indícios de que suas representações e representatividades são de extrema importância no combate ao preconceito, à discriminação e à visibilidade LGBTQIA+ . Assim, a tese defendida é que professores/as transviados/as encontram-se atravessados/as pela cis heteronormatividade que os/as (re)posicionam de forma que estes/as forjam suas identidades pessoais e docentes em suas imagens e narrativas construídas cotidianamente.
- ItemImagens reveladas, diferenças veladas: relações de gênero na dinâmica do espaço público na cidade do Salvador, Bahia(2017-12-20) Vieira, Claudia AndradePor seu desenho, por sua beleza, a cidade tem a peculiaridade de envolver e seduzir, mas o acesso, o uso e a fruição do espaço público não são iguais para todas as pessoas. Quais as fronteiras, limites e possibilidades das mulheres na relação com o espaço público, no que se refere ao desempenho das atividades profissionais e de trabalho? Analisar as assimetrias de gênero no acesso, uso e usufruto do espaço público, cujo recorte espacial é o Centro Antigo da Cidade do Salvador, Bahia, das primeiras décadas do século XX, é o principal desafio desta obra. A análise pressupõe que o espaço público não é neutro, sobretudo se avaliado na perspectiva das relações de gênero, classe e raça. Pensar na cidade como espaço demarcado pelo gênero é reconhecer que as transformações nas relações de gênero devem ser consideradas como parâmetro fundamental nas mudanças ocorridas no espaço.
- ItemMemória e educação: um olhar sobre a trajetória intelectual de uma mulher negra de santo(2022-03-25) Santos, Naiara Aparecida da Natividade dos; Vieira, Claudia Andrade; Passos, Marlon Marcos Vieira; Melo, Izabel de Fatima CruzEste trabalho tem por objetivo analisar o processo de desenvolvimento intelectual das mulheres negras de santo, a partir das memórias da trajetória educacional de Mãe Balá. A principal questão problematizadora da pesquisa é entender como se deu o processo formativo, de desenvolvimento intelectual de Mãe Balá, uma mulher negra, pobre, candomblecista, considerando as diferentes práticas de educação experienciadas? Para compreender o seu desenvolvimento intelectual, foi utilizada a metodologia da História oral e foi preciso ampliar a noção de práticas de educação e trabalhar com outras epistemologias possíveis. Refletir como os valores civilizatórios afrodiaspóricos são aporte educador sobre as raízes da população negra e que permeiam a sociedade brasileira, além de uma reflexão sobre a importância dos conhecimentos experenciados na vivência de candomblé por Mãe Balá como uma intelectualidade a ser valorizada para construção de um conhecimento valido e fundante. Para analisar a memória feminina negra como contribuinte para as epistemologias negras, adotamos um arcabouço teórico sobre memória, interseccionalidade, ancestralidade, educação e práticas de educação. Ao trabalhar com a memória de Mãe Balá, através da história oral, foi possível um resgate da ampliação dos espaços educativos que ela passou com a possibilidade de trazer uma epistemologia insurgente que localiza e visibiliza a população negra na história nacional. Quando analisado o percurso educacional de Mãe Balá questionamos a percepção de práticas tanto curricularizadas quanto práticas empíricas, percebemos a pluralidade de práticas alternativas, como também a interação e a complementaridade entre os diferentes saberes, nesse sentido comungamos a ideia de não dividir e nem hierarquizar os campos de conhecimento em escolar e não escolar.
- ItemPrescrições e silenciamentos nos cadernos de língua portuguesa para professores/as do ensino fundamental de Salvador do projeto nossa rede: a educação das relações étnico raciais e a história e cultura afro-brasileira e africana na educação de salvador de 2015 a 2020(2022-12-15) Brito, Kalypsa Kardinaly Souza; Brito, Gilmário Moreira; Santos, Mariana Fernandes dos; Vieira, Claudia AndradeEsta é “uma pesquisa científico-poética, que traz a importância de contar a nossa história ‘por nós e com nós’, não a partir do racismo e sim por nossas pontencialidades”2 . A pesquisa analisa prescrições e silenciamentos nos cadernos de língua portuguesa produzidos para professoras/es do ensino fundamental pelo Projeto Nossa Rede, da Secretaria de Educação a partir dos significados atribuidos à Educação Das Relações Étnico Raciais e a História e Cultura AfroBrasileira e Africana na Educação de Salvador de 2015 a 2020. Para tanto, foram realizadas revisões de literatura acerca dos conceitos de cultura escolar, cultura material escolar, relações étnico-raciais, história e cultura afro-brasileira e africana. Em seguida, levantamos dados educacionais no sítio virtual da Secretaria Municipal de Educação (SMED) e na plataforma Nossa Rede. Constatamos a ausência de referências às professoras/pesquisadoras da rede municipal no sítio oficial da SMED, desta forma, adotamos uma postura de enfrentamento ao memóricídio e primamos por protagonizar a produção/intelectualidade dos/as mesmos/as como uma postura politico-social-educacional. Para tanto, priorizamos uma consulta ao banco de teses e dissertações da Universidade do Estado da Bahia, Programa de Pós-Graduação em Educação e Contemporaneidade (PPGEDUC), por ser um dos programas nos quais mais encontramos pesquisas realizadas por mulheres que atuam na Educação Básica da Bahia. Incluímos ainda uma pesquisa no sítio virtual do Instituto Chapada de Educação e Pesquisa. No percurso epidemiológico atravessado pela pandemia da COVID-19, a construção metodológica adotada privilegiou a evidência da cultura material disponível no material didático. Assim, a pesquisa constatou, dentre outras questões, que apesar do diferencial existente na predominância de representações de crianças negras, permanece, em alguns casos, a manutenção de estereotipos para com as mesmas. Percebeu-se ainda a manutenção de referências a personalidades não negras e aos homens em locais de destaque nos cadernos enquanto referencias à mulheres como Carolina Maria de Jesus foram relegadas a locais de menor prestígio, como os anexos dos cadernos. Salienta-se, entretanto, que alguns avanços significativos acerca da História e Cultura Afro-brasileira e Africana também foram encontradas no material analisado.
- ItemViolências na escola: percepções de gestores (as) e professores (as) da escola municipal da vila praiana em Lauro de Freitas/BA(2022-07-14) Santos, Maria Jane Souza dos; Vieira, Claudia Andrade; Barros, Zelinda dos Santos; Silva, Luciene Maria daA pesquisa propõe investigar as violências na escola. Para tanto, temos como problema de pesquisa: como gestoras(es) e professoras (es) lidam com o fenômeno da violência na Escola Municipal da Vila Praiana? Elegemos, como principal objetivo, analisar as percepções das/os gestoras(es) e professoras (es) a respeito das diversas manifestações de violências no cotidiano escolar dessa instituição, articulando com os marcadores sociais de gênero, classe e raça para, dessa forma, compreender como esses atores lidam com o problema. Para alcançar tal objetivo, procuramos: entender a percepção de gestoras(es) e professoras (es) acerca do fenômeno das violências e das violências na escola; identificar as diversas expressões de violências na escola, destacando os eixos de subordinação, a partir das percepções de gestoras(es) e professoras (es); e investigar a percepção desses atores acerca do papel da família no enfrentamento das violências no contexto escolar em análise. Para o desenvolvimento do arcabouço teórico, foi realizada uma revisão da literatura acerca dos diferentes conceitos de violências e violências na escola, suas causas, consequências e tipos de violências, procurando identificar as variantes que incidem objetivamente a determinados grupos no ambiente escolar. No quadro de referências, destacamos as seguintes autoras: Abramovay (2004; 2005; 2006), Gomes (2013; 2015), Minayo (2004; 2006), Sposito (2001; 2012), Rístum (2001; 2002; 2010) e algumas pesquisadoras sobre marcadores sociais, a exemplo de Munanga (2004; 2005), Cavalleiro (2020), Barros (2005; 2011) e Gomes (2001; 2005; 2010). Utilizamos como metodologia a pesquisa de caráter qualitativa, por entendermos que essa abordagem possibilita o contato direto do pesquisador com o ambiente investigado e tem foco no processo e não no produto, mediante o olhar do pesquisador. A coleta de dados foi realizada através de fontes documentais da escola, livro de ocorrências e questionário aplicado com gestoras(es) e professoras (es). A análise dos dados nos permitiu identificar que a violência vem se agravando de diversas formas na escola. Foi possível observar que, em se tratando das violências que atingem grupos sociais mais vulneráveis, foram constatadas naturalizações e silenciamentos, prevalecendo uma estrutura social marcada pelo racismo, machismo, sexismo, que se sustenta como padrão normativo.