Navegando por Autor "Farias, Maria de Lourdes Soares Ornellas"
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- ItemO amor que tu me tinhas: alienação parental na ciranda escolar(2015-04-29) Barbosa, Kallila; Farias, Maria de Lourdes Soares Ornellas; Moreira, Lúcia Vaz de Campos; Oliveira, Maria Olívia de Matos; Almeida, Alba Riva Brito deEsse estudo, nomeado O amor que tu me tinhas: alienação parental na ciranda escolar, nasce em terreno potencialmente fértil para discussões e produções sobre a temática, ainda pouco exploradas, seja nos campos da educação, psicologia, psicanálise ou no universo jurídico. Meu objetivo geral foi analisar a formação do professor da educação infantil e o manejo diante da alienação parental. Como problema, delineei: Que lugar e posição ocuparia o professor da educação infantil na dinâmica de alienação parental e qual a formação e que estilo poderia implicá-lo no processo (des)alienante de presença-ausência na vida escolar do aluno? Neste escrito, conceituo Alienação Parental (AP), o contexto histórico de sua teorização, tendo Gardner como referência. Além disto, proponho escutar a dinâmica psicossocial em questão pelas lentes da psicanálise e educação e entender o laço estabelecido na tríade primária constituinte da Alienação Parental, pai-mãe-criança, pela via da transferência, norteada pela teorização de Freud e Lacan. Escolho, ainda, pensar a formação do educador, com nomes como Tardif, Pardim e Souza, como possibilidade de dirimir os efeitos desses atos de Alienação Parental na estruturação do sujeito em foco. A rota metodológica traçada para a pesquisa foi a teórica bibliográfica, a partir do levantamento do estado da arte, de investigação e leituras. Os resultados mostram que a Alienação Parental é um sintoma da contemporaneidade; que atos de Alienação Parental são um maltrato à criança, uma prática de violência doméstica silenciosa, velada e recorrente; uma ampla possibilidade de contribuição para avaliar as pulsões de vida e de morte; a inexistência de uma política educacional de formação de professores que contemple o sintoma contemporâneo da Alienação Parental, e que prepare o professor para a identificação e a comunicação às instâncias competentes; e a falta de ações que contemplem a (des)alienação da criança. O texto busca lugares e posições dos pares envolvidos na dinâmica da Alienação Parental, primários e secundários, e a reverberação nos espaços de educação infantil.
- ItemAuctoritas inter-rogada: docência (re)inventada(2017-05-05) Cortizo, Telma Lima; Farias, Maria de Lourdes Soares Ornellas; Pereira, Marcelo Ricardo; Macedo, Roberto Sidnei Alves; Farias, Larissa Soares Ornellas; Oliveira, Maria Olivia de MatosA pesquisa doutoral nomeada de Auctoristas inter-rogada: docência (re)inventada é uma pesquisa fundada nos pressupostos teóricos metodológicos e epistemológicos da pisicanálise e educação, na medida em que trabalhou construtos da função paterna, pulsão de vida e morte, sujeito suposto saber e transferência, dentre outros. Tem como objetivo analisar a (des)autorização docente na escola contemporânea, buscando desvelar suas implicações no saber docente. O panorama social descortinado pela globalização, sustentado por um processo de modernização que expandiu de forma mais acelerada desde meados do século XX, repercute em profundas transformações no estar social contemporâneo. O culto a imagem intensificado pelas novas redes de informação e a busca incessante do hedonismo constituiu mudanças significativas nas formas de se relacionar. A modernidade líquida (Bauman, 2011); o processo de desencaixe (Giddens, 1991); o fim das metanarrativas (Lyotard, 2002) e a dessimbolização do mundo (Dufour, 2005) anunciam a inscrição de um cenário, cujos pilares acedem para formas de organizações mais flexíveis, híbridas e autónomas. No rastro da indiferença afirmada por Lipovetsky (2014), em que professor e aluno são tomados cada vez mais como iguais e o desejo de saber se constitui num cenário esvaziado de sentidos, a problemática se inscreve: de que maneira a (des)autorização docente se constitui na escola contemporânea e quais suas implicações no saber docente? O referencial teórico estudado teve como aporte Kojève (2006); Arendt (2011); Foucault (2012, 2016); Freud(1996); Lacan(1975); Pereira (2008); Ornellas(2011); Bauman (2011); Giddens (2011); Nóvoa (1999); Canário (2005); Gatti(2010), dentre outros. Nesse sentido, a abordagem qualitativa apresentou-se como metodologia de pesquisa que possibilitou apreender o entendimento e a interpretação dos atos dos sujeitos implicados. A ênfase foi no Estudo de Caso (YIN, 2005), por ser um estudo complexo de uma instância particular, que permitiu analisar o fenômeno em profundidade. Os dispositivos de coleta de dados utilizados foram: observação, entrevista semiestruturada e conversações. Os sujeitos foram selecionados pelo critério do desejo, perfazendo o total de sete advindos do ensino médio. O locus da pesquisa foi uma escola pública da rede estadual da cidade de Salvador, de porte grande, localizada num bairro central da cidade. Foram construídas unidades de análise, as quais tiveram como suporte a análise do discurso de vertente francesa. Os resultaram revelaram professores implicados e responsáveis com o saber docente, que mesmo sem se dizerem desautorizados ou adoecidos, apresentaram durante a aplicação dos dispositivos de coleta de dados, resquícios de uma autoridade inter-rogada, em grande medida, pelo lugar e posição assumidos cotidianamente diante do (a) aluno (a), acompanhados pelos desafios de um social complexo. O caos escolar expressa-se na indisciplina, na dispersão, na indiferença, no tédio, nos parcos recursos da docência esvaziada de significados e significantes para si e para o (a) aluno (a). Assim, a desvalorização, a solidão, a escuta e a transferência se apresentaram como ausência de reconhecimento da profissão. Portanto, a tese aqui defendida refere a (des)autorização docente na escola contemporânea como percursos constitutivos ambivalentes inscritos em tempos de liquidez tendo como referente a autoridade continuamente inter-rogada. Nesse sentido, postula-se o investimento na palavra e na escuta das singularidades como princípios que permitam emergir a autoria, o reconhecimento, o respeito e a valorização profissional, quiçá, por essa via, a docência possa ser (re)inventada.
- ItemEros e Thanatos: um estudo em representações sociais da formação do professor sobre sua práxis com surdos(2009-09-28) Oliveira, Patrícia Araújo de; Farias, Maria de Lourdes Soares Ornellas; Begrow, Desirrè De Vit; Leiro, Augusto CésarA pesquisa nomeada de Eros e Thanatos: um estudo das representações sociais da formação do professor sobre sua práxis com surdos discute a temática com vistas a uma aproximação do objetivo geral: buscar as representações sociais que o professor tem sobre sua formação, na tentativa de estabelecer uma possível relação entre o prazer e o desprazer de ser professor experenciados na sala de aula. O estudo se apóia na teoria das representações sociais, na concepção moscoviciana, formação do professor, bem como alguns constructos da teoria psicanalítica. Quanto ao método é uma pesquisa de abordagem qualitativa, do tipo estudo de caso com elementos etnográficos. O lócus da pesquisa é um Centro de Atendimento às Pessoas com Surdez e formação de professores. Tendo como sujeitos da pesquisa 07 (sete) professoras do ensino fundamental de 1ª a 4ª série. Como instrumentos de coleta foram utilizados a observação, entrevista em profundidade e desenho. Após a análise do material coletado elaborei categorias de análise as quais pude apreender as representações sociais da formação do professor sobre sua práxis com surdos a exemplo: concepção de ser professor de surdos, relação professor-aluno, o prazer e desprazer presentes na sala de aula e o professor pesquisador. Em seguida tentei fazer um enlace entre a observação, a entrevista e o desenho para não concluir registrei os resultados mais relevantes e algumas proposições que entendo necessárias para a ressignificação do objeto.
- ItemA espetacularização da violência na escola: O Bullying e o suicídio como efeito devastador na educação(2020-08-12) Balogh, Iêda Rodrigues da Silva; Souza, Sueli Ribeiro Mota; Souza, Sueli Ribeiro Mota; Câmara, Antônio da Silva; Abramovay, Miriam; Farias, Maria de Lourdes Soares Ornellas; Costa, Patrícia Lessa SantosEsta investigação é sobre o bullying, cyberbullying e suicídio na escola, descreve como esses fenômenos são constituídos em filmes ficcionais e em videorreportagens disponíveis na internet, assim como, demonstra a forma como essas histórias podem colaborar para o debate e prevenção desses fenômenos na escola. Questiona-se: como os fenômenos bullying, nas suas variadas manifestações e o suicídio, no contexto da violência na escola, foram constituídos nos filmes ficcionais e videorreportagens pesquisados e de que forma essas histórias podem ser utilizadas como estratégias de discussão e enfrentamento desses problemas no contexto educativo? Em termos mais específicos, apresenta como os personagens fictícios, as vítimas, as famílias e as escolas experienciaram as variadas formas de bullying e suicídio. Mostra como o bullying e cyberbullying instigam o suicídio egoísta de vitimas adolescentes nas escolas, expõe as ações de combate a esses fenômenos mostradas no material estudado e a ocorrência dessas ações no contexto real. Destaca também as contribuições do cinema ficcional para as discussões sobre essas temáticas com o público juvenil. O estudo foi realizado à luz da fenomenologia na pesquisa em educação, que permite retratar o fato como ele é. Nas discussões epistemológicas contamos com os diálogos traçados nos estudos de Husserl (2008), Schutz (1979), Bicudo (1994), etc. Sobre a metodologia adequada ao estudo, contamos com Amado (2014), Bogdan e Biklen (2013), Loizos (2003), Rose (2003), acrescentando as contribuições de Gardies (2007), Ramos (2003), etc., sobre o cinema e as imagens como material de pesquisa. Nas discussões sobre a violência, o bullying e o cyberbullying alguns trabalhos de Abramovay (2002, 2012, 2015), Olweus (1993, 2006, 2013), Fante (2008, 2012), etc. fundamentaram a discussão dessa pesquisa. Nos estudos de Durkheim (2000) e outros pesquisadores, fundamentamos a nossa discussão sobre o suicídio. Verificamos, então, que a escola ocupa, cada vez mais, lugar de produtora e reprodução da cultura da violência, e vem se destacando nas mídias encenando verdadeiros espetáculos. A convivência entre alunos é marcada pelo confronto e agressividade, e o bullying e cyberbullying têm se tornado um dos fenômenos mais inquietantes da realidade educacional, portanto, é urgente formular ações de combate a essas violências que atingem os adolescentes dentro e fora da escola, isso refletirá na incidência de suicídios ocasionados por esse problema nessa fase da vida, garantindo que eles tenham um futuro. Filmes ficcionais e videorreportagens disponíveis na internet permitem acessar dados e informações sobre esses fenômenos e favorecem a ampliação das discussões. A escola precisa ser vista enquanto espaço qualificado para a discussão sobre essas temáticas, ela não pode ser tomada como um campo isolado da sociedade. Os adolescentes, com o suicídio, pretendem eliminar o sofrimento do qual são vítimas, reconhecer o problema do bullying e cyberbullying sofrido por eles e falar do suicídio enquanto possibilidade de caminho trágico é uma realidade.
- ItemEstilo: capulho de algodão no colo do sujeito-bebê em impasse constitutivo(2020-05-04) Menezes, Eliana de Jesus; Farias, Maria de Lourdes Soares Ornellas; Kupfer, Maria Cristina Machado; Fernandes, Andrea Hortelio; Hetkowski, Tânia Maria; Farias, Larissa Soares OrnellasA presente pesquisa nomeada: Estilo: capulho de algodão no colo do sujeito-bebê em impasse constitutivo tem como objeto de estudo o estilo de professor frente ao sujeito-bebê em impasse constitutivo. Apresenta como objetivo geral investigar de que maneira o professor, com seu estilo, ocupa uma posição de agente primordial para o bebê em impasse constitutivo, com vistas ao advir do sujeito na ambiência da creche. Torna-se recorrente o número cada vez maior da entrada de bebês no universo da creche nos últimos anos. Com isso, ocorre uma travessia precoce do espaço privado da família para o público, o que pode deixar marcas de rompimento do laço familiar no cuidar e educar do bebê. Portanto, nesse contexto de passagem se demarca a presença de bebês com dificuldades no seu encontro com o professor em uma via de sofrimento psíquico. No entanto, o professor com seu estilo e em sua práxis, na ambiência da creche, pode permitir uma continuidade do laço, exercendo a função de agente primordial nessa passagem, de modo que o bebê possa advir como sujeito em constituição. Diante de tal assertiva, ousamos inscrever que a referida tese está assentada na base teórica da Psicanálise e Educação e levantar algumas questões que nortearão a presente pesquisa: De que maneira o professor, com seu estilo, ocupa uma posição de agente primordial para o bebê em impasse constitutivo? O que pode fazer um professor para contribuir com o advir do sujeito na ambiência da creche? Nesta investigação, a abordagem foi qualitativa, com viés de Estudo de Caso, inspirada nos eixos teóricos da metodologia IRDI. O lócus foi em uma Unidade de Educação Infantil de 0 a 3 anos (creche), na cidade de Mossoró, no Estado do Rio Grande do Norte. Os sujeitos foram 02 (duas) professoras entre 5 a 15 anos em exercício docente em creches e 04 (quatro) bebês de 1(um) a 2 (dois) anos de idade em impasse constitutivo no berçário. Os dispositivos de coleta de dados foram: observação, entrevista em profundidade e a roda flutuante. A análise dos dados obtidos foi inspirada na Análise de Discurso de vertente francesa. A pesquisa apontou que o estilo está presente no educar, brincar e olhar das professoras, podendo ser nomeado como brincante, escópico, maternante e regido pelos eixos constitutivos do sujeito, pela via da ambivalência, traduzida na função maternante, no laço transferencial entre a professora e o bebê, na transmissão da lei paterna, demarcando que ao assumir uma posição ambivalente e de falta, a professora, agente primordial, com seu estilo, sua marca pode permitir ao sujeito-bebê, em impasse constitutivo, enredar-se nas tramas do desejo na ambiência da creche.
- ItemRefigurar a vida-profissão: (auto)biografia, condições de trabalho e adoecimento(2021-03-23) Sousa, Rosiane Costa de; Souza, Elizeu Clementino de; Assunção, Ada Ávila; Araújo, Tânia Maria; Sitja, Liege Maria Queiroz; Farias, Maria de Lourdes Soares Ornellas; Ramos, Michael Daian PachecoEsta tese se inscreve no campo da pesquisa (auto)biográfica, tendo como centralidade discussões sobre a relação entre processos de adoecimento, condições de trabalho docente e refiguração da vida-profissão, e como objetivos: 1. analisar processos de adoecimento de professores(as) do Ensino Fundamental e suas relações com as condições de trabalho; e 2. discutir como esses(as) professores(as) refiguram a vida-profissão mediadas pelo método (auto)biográfico, através de disposições que constroem para conviver com a doença e dos cuidados de si. Optou-se pelo método (auto)biográfico, utilizando-se a escrita de si como dispositivo metodológico. Este estudo se tece com as narrativas de cinco professores(as) da Rede Pública Municipal de Ensino de Valença (BA). A partir de uma leitura interpretativa-compreensiva das narrativas, sete unidades temáticas ganham relevo: origem social, entrada na profissão docente, gênero, cotidiano docente, experiências do adoecer, necessidade de reconhecimento e estratégias de defesa. Essas narrativas revelam modos e significados de viver experiências do adoecer no território do exercício docente, com a apresentação de diversos determinantes, gerais e específicos, no que tange à relação entre processos de adoecimento e as condições de trabalho docente. Com a análise cruzada, identificou-se como as professoras e o professor relacionam processos de adoecimento às suas condições de trabalho e, também, os seguintes problemas de saúde: quadros de angústia, estresse, trombose, dor de cabeça, deslocamento de mandíbula, enjoo, problema de voz, hipertensão arterial, problemas mentais. Suas narrativas evidenciaram possíveis implicações que o adoecimento laboral suscita – solicitação de mudança para outra escola, desejo de abandono da profissão, afastamento para tratamento, desvio de função – e pistas de ações possíveis para enfrentamentos em situações de acometimento de doenças e sofrimento patológico. Por fim, com base num projeto de refiguração da vida-profissão, esta tese propõe modos de reexistir na vida e no território docente, mediante estratégias de convivência com a doença e disposições de cuidado de si.
- ItemRepresentações sociais e saberes de mulheres quilombolas: tessituras e vida no bioma caatinga(2017-04-12) Xavier, Josilda Batista Lima Mesquita; Nunes, Eduardo José Fernandes; Oliveira, Ivanilde Apoluceno de; Almeida, Rosileia Oliveira; Mira, Feliciano José Borralho; Farias, Maria de Lourdes Soares OrnellasEsse estudo se delineou com o objetivo de identificar/conhecer as representações sobre qualidade de vida que transversam a complexa estrutura cognitiva - subjetiva existente na relação de mulheres quilombolas consigo, com o outro e com o ambiente, provocando o encontro da pesquisadora com os saberes que emergem em duas comunidades quilombolas do interior baiano, Ciriquinha e Viração, a partir da concepção sobre o modus vivendi na (com) vivencia no e com o bioma caatinga. As representações constituintes no imaginário coletivo dessas comunidades, expressas nas vozes de mulheres, traduziram as tessituras elaboradas a partir de seus lugares de pertencimento (existencial, territorial e ambiental). O percurso investigativo se fez em um processo metodológico que possibilitou a interface com as abordagens da pesquisa quali-quanti, tendo como métodos fundantes o estudo de caso etnográfico sob a égide da Teoria das Representações Sociais – TRS (JODELET, 20015, 2001; MOSCOVICI, 2013, 2007, 1988; ORNELLAS, 2013; JOVCHELOVITCH, 2008; MARKOVÁ, 2006; ABRIC, 2000; SÁ, 1998), e a etnociência enquanto campo de estudo do papel da Natureza no sistema de crenças e de adaptação do homem a determinados ambientes (LEFF, 2009, 2006, 2003, 2001; TOLEDO; BARRERA-BASSOLS, 2009; . Os primeiros passos foram dados a partir da aplicação de um questionário semi-estruturado que nos deu acesso a dados biosocioambientais fundamentais para o entendimento do modus vivendi comunitário. O processo etnográfico permitiu a imersão da pesquisadora nos afazeres laborais e domésticos das mulheres colaboradoras, assim como uma sensação de estar à vontade durante a realização das dezessete entrevistas semi-estruturadas e dos quatro grupos focais, nos permitindo adentrar no sentido oculto das expressões linguísticas e culturais das mulheres envolvidas, e identificar as representações que expressam os valores e afetos vinculados aos seus modos de vida. A análise / reflexão dos construtos identificados foi embasada com os pressupostos da análise do discurso (AD) que considera os processos e condições por meio dos quais se produz a linguagem (ORLANDI, 2009), e da teoria das representações sociais (TRS) que possibilita a apreensão de aspectos sutis da racionalidade humana, das relações sociais que, na maioria das vezes, são comunicados pela linguagem. A intinerância em meio aos interlugares de existências (espaços territoriais e temporais, lembranças, anseios, temores, sonhos) das mulheres colaboradoras dessa pesquisa é narrado nessa tese de forma que o percurso teóricometodológico explorado evidencie o cuidado e atenção na “tessitura da rede” que envolveu e embalou todo o processo investigativo; a trama bio-sócioambiental em que “a rede é tecida” revele a beleza e complexidade da caatinga, locus de existência identitária de mulheres negras, rurais, quilombolas, nordestinas no Brasil (CARNEIRO, 2015; QUEIRÓZ, 2007; MUNANGA, 2006; ARRUTI, 2005; FIABANI, 2005; O´DWYER, 2005, 2002; SILVA; SANTOS; TABARELLI, 2003; DIEGUES; ARRUDA, 2000; REIS, 1996); a trajetória de vida a partir da identificação de representações que transversam os sentidos e ações das mulheres colaboradoras da pesquisa no processo sistêmico de estar 12 no mundo (NUNES; NASCIMENTO; OREFICE, 2013; SANTOS, 2007; CASTEL, 2005; CHARLOT, 2000) e, por fim, as considerações traduzirão o nó borromeano que traduz a complexidade das representações e das vidas simples de mulheres quilombolas que se faz e refaz, cotidianamente, revelando uma forma de pensar, ver e sentir o mundo, em muitos aspectos, de forma semelhante à maioria das mulheres, sejam elas da cidade ou da zona rural, como por exemplo no que se refere aos cuidados e sonhos em relação aos filhos e a família (acesso à educação formal, direito a um salário através do trabalho, direito à assistência médica com qualidade etc.), e por outro lado, com preocupações que são traduzidas em ações, que revelam um nível de consciência sobre a essencialidade da relação homem-ambiente / homem-natureza que suas experiências de vida cotidiana provocam / promovem e que, infelizmente, não é comum nos grandes centros (cultivo de alimentos livres de agrotóxicos, promoção de resgate de sementes crioulas sem manipulação genética, convivência com o semiárido etc.). Portanto, de forma (in)conclusiva, foram traduzidas as marcas indeléveis do percurso investigativo que, de modo singular, demarcaram os passos, balizaram as ações, e delinearam o modus de estar, sentir e refletir diante / sobre os olhares e sentidos das mulheres quilombolas de Ciriquinha e Viração em relação a sua qualidade de vida com e no bioma caatinga, apontando para as diversas possibilidades de se ter um nível de qualidade de vida que se diferencia daquele que é popularizado na mídia, que pulsa no imaginário coletivo e perpassa na interface entre o construto identitário, os saberes tradicionais e o lugar de pertencimento, estruturas fundantes de suas existências, e que se presentificam no dia a dia, em meio as contradições, ambivalências, sonhos, lutas, conquistas, união e liberdade.
- ItemRepresentações sociais sobre “escola” e “família”: promoção de influências socioemocionais para alunos em situação de risco(2019-09-02) Ribeiro, Thyara Ferreira; Bomfim, Natanael Reis; Meireles, Everson Cristiano de Abreu; Klotz, Gleicimara Araújo Queiroz; Costa, Lívia Alessandra Fialho da; Farias, Maria de Lourdes Soares OrnellasEste estudo doutoral intitulado Representações sociais sobre “escola” e “família”: promoção de influências socioemocionais para alunos em situação de risco surge de duas motivações: o contexto da realidade socioespacial onde se faz necessário repensar a escola no sentido de se enfatizar as facetas emocionais e sociais das pessoas em detrimento da proposta puramente acadêmica, onde se concebe e se avalia o rendimento individual a partir do potencial cognitivo, por meio de escores e números, concebendo-se o aprendiz como alguém que estabelece vínculos com os objetos do conhecimento, com os colegas, professores, a família, os amigos, sendo que estas interações, juntas, são capazes de desenhar o percurso escolar em associação com a disponibilidade de recursos na escola, os aspectos estruturais e políticos, assim como o preparo profissional mediante o processo ensino-aprendizagem. E a minha trajetória profissional de professora e psicóloga, cuja profissão docente se confunde com a história dos meus familiares e do meu trabalho com comunidades vulneráveis, o que desembocou no meu trabalho de conclusão do curso, atuação como Psicóloga escolar e, atualmente, como professora universitária no curso de psicologia. Nesse percurso, a formação continuada como caminho lógico me leva ao doutorado no Programa de Pós-graduação em Educação e Contemporaneidade (PPGEDUC) na Universidade do Estado da Bahia (UNEB). Assim, durante a participação no Grupo Interdisciplinar de Pesquisa em Representações Sociais, Educação e Sociedades Sustentáveis (GIPRES), a discussão se intensifica em torno da educação formal, desempenhada pela escola, verificando as dificuldades encontradas por professores e gestores no que se refere às demandas advindas do contexto familiar e aquelas advindas, de modo mais marcante, dos contextos de pobreza e exclusão social, reforçando a minha proposta de investigação em torno do desenvolvimento de influências socioemocionais e práticas socioeducacionais possíveis para a sustentabilidade de sujeitos em situação de risco. Assim posto, o objetivo geral da nossa pesquisa foi: Investigar como as RS construídas, junto aos profissionais da escola, pais, mães e parentelas acerca da “escola” e da “família”, podem contribuir para orientação de práticas socioeducativas e promoção de influências socioemocionais de alunos em situação de risco. A pesquisa se apoia nas representações sociais como teoria e método e evoca o conteúdo e processos da objetivação e ancoragem dos sujeitos. O caminho metodológico percorrido envolve três dispositivos: a Técnica da Associação Livre de Palavras (TALP), a entrevista semi-dirigida individual e semi-dirigida no grupo focal. Os resultados revelaram sete práticas socioeducativas capazes de orientar a promoção de influências socioemocionais.