Campus II - Departamento de Educação (DEDC) - Alagoinhas
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Navegando Campus II - Departamento de Educação (DEDC) - Alagoinhas por Orientador "Lima, Ivaldo Marciano de França"
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- ItemA representação da história da África em coleções didáticas do ensino médio na Bahia: um estudo crítico das narrativas e imagens à luz da lei nº 10.639/03(Universidade Estadual da Bahia, 2025-08-08) Santos, Valter Alves; Lima, Ivaldo Marciano de França; Drummond, Washington Luís Lima; Chiquete, Celestino MáquinaRESUMO: A presente pesquisa analisa criticamente as representações da África e dos povos indígenas em livros didáticos de História, em face da Lei nº 10.639/03, que tornou obrigatória a inclusão da temática "História e Cultura Afro-Brasileira e Africana" no currículo oficial. O estudo problematiza como os materiais didáticos, historicamente moldados por uma perspectiva estereotipada, representam a diversidade e a complexidade histórica desses povos, e como esses vieses podem afetar a compreensão dos estudantes. O objetivo geral consistiu em analisar criticamente as representações da África e dos povos indígenas em livros didáticos, à luz de referenciais teóricos que abordam a desconstrução de estereótipos e a superação de vieses de toda a ordem. A metodologia, de natureza qualitativa e caráter descritivo, pautou-se na análise documental do livro "Minha África Brasileira e Povos Indígenas" e da coleção "História Sociedade & Cidadania" de Alfredo Boulos Júnior, e na análise bibliográfica de obras de Kwame Anthony Appiah e Ivaldo Marciano de França Lima. As análises revelaram que, embora a Lei nº 10.639/03 seja um marco legal significativo para a superação de lacunas históricas, sua efetivação nos materiais didáticos ainda se apresenta como um desafio complexo. O estudo aprofundou o conceito da "invenção da África" e das "ilusões de raça" de Kwame Anthony Appiah, demonstrando como a ideia de uma África homogênea é uma construção histórica que minimiza a vasta diversidade do continente e tem sido instrumental na justificação da exploração. A perspectiva de Ivaldo Marciano de França Lima foi fundamental para analisar a construção de representações e a identificação de estereótipos, permitindo verificar como um livro didático pode tanto reforçar o senso comum quanto atuar na desarticulação de discursos distorcidos. O livro "Minha África Brasileira e Povos Indígenas" destaca-se por sua proposta pedagógica explicitamente crítica, que busca ativamente confrontar narrativas hegemônicas. A obra utiliza estratégias visuais de confronto, como a justaposição de imagens contrastantes, para desestabilizar a visão de uma África marcada apenas pela miséria e pelo atraso, além de contextualizar historicamente as origens das imagens negativas por meio da instrumentalização da religião e das teorias raciais. Adicionalmente, integra estudos genômicos para reforçar a herança africana na formação da população brasileira, atuando como ferramenta antirracista. A coleção "História Sociedade & Cidadania" , de Alfredo Boulos Júnior, embora represente um avanço na inclusão de conteúdos sobre a história africana, com capítulos dedicados a civilizações como Egito, Núbia, Gana e Mali, e valorizando diferentes fontes, apresenta pontos de atenção. Sob a ótica de Ivaldo Marciano de França Lima, percebe-se o risco de uma fusão epistemológica entre a História da África e a História Afro-Brasileira, o que pode reforçar a ideia de uma África estática. A estrutura do livro, por vezes, segue uma cronologia atrelada ao tráfico atlântico, e a utilização anacrônica de termos como "negros" enfraquece a proposta de desracialização. Dialogando com Appiah, a coleção pode permanecer atrelada a categorias raciais sem desconstruir a "raça" como uma construção social, alinhando-se às "ilusões de raça". Em conclusão, a pesquisa reafirma a importância de uma abordagem crítica no uso dos materiais didáticos, evidenciando que a superação de visões estereotipadas é um processo complexo. O professor, como mediador do conhecimento, emerge como figura fundamental para contextualizar, problematizar e complementar os conteúdos, garantindo que o ensino de História da África e dos povos indígenas promova a inclusão e o respeito à diversidade, combatendo o racismo e contribuindo para a formação de cidadãos conscientes e engajados em uma sociedade mais justa e equitativa.
- ItemMemórias de Ruanda: Uma disputa presente na série Black Earth Rising.(Universidade do Estado da Bahia, 2024-07-19) Ferreira Junior, Nilton César Silva; Lima, Ivaldo Marciano de França; Ngoma, João DomingosA série Black Earth Rising, disponível na plataforma de streaming Netflix, dispõe de uma narrativa sobre os contextos ocorridos no processo pós genocídio ruandês de 1994. Nos seus muitos episódios é apresentada uma versão que sugere uma leitura contemporânea dos acontecimentos da história ruandesa, especialmente aquela que diz respeito aos engendramentos e articulações advindas do processo posterior ao genocídio já citado. Este trabalho objetivou, a partir de uma análise crítica da história, discutir aspectos da história contemporânea ruandesa a partir da série Black Earth Rising, indicando os problemas existentes no campo História da África, ao qual Ruanda está inserida, no Brasil. Para este trabalho foi utilizado revisão bibliográfica específica, além da análise dos episódios da série já indicada.