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Cinema, literatura e processo de humanização: apontamentos reflexivos através da obra fílmica Corpse Bride, de Tim Burton
(2022-07-21) Sales, Polliana Batista; Barreto Júnior, Manoel
A presente pesquisa teve por objetivo compreender as possibilidades reflexivas do processo de humanização inseridas no filme Corpse Bride (2005), de Tim Burton. Para tanto, optou-se pela modalidade de pesquisa bibliográfico-documental de caráter exploratório para o desenvolvimento do trabalho. Assim, buscou-se através de leituras contextuais da obra fílmica o levantamento e análise de categorias conceituais que orbitam a relação entre literatura e cinema, a fim de evidenciar como a linguagem artística cinematográfica articula a representação humana e suas práticas sociais, por meio da análise das estruturas narrativas da obra Corpse Bride (2005) e de análises críticas que identifiquem e caracterizem os propósitos do lento e contínuo processo de antropomorfização, este entendido como um processo de confirmação de traços essenciais ao que concerne ao humano. Nesse sentido, os pressupostos teóricos dialogam com Lukács (1970) e Candido (2011) para compreensão dos propósitos da humanização; Martin (2005) e Stam (2003) para elucidar acerca do cinema e da análise fílmica, assim como, Foucault (2000) e Antoine Compagnon (2012) como fundamentação às articulações da representação ficcional. Por esse percurso, os resultados apresentados ampliam as noções do texto literário através da diversidade que perpassam distintos campos artísticos e áreas de conhecimento.
Clube do livro e letramento literário: a empatia na leitura de obras ficcionais
(2022-11-08) Assunção, Wélida Cristina de Souza Muniz; Barreto Júnior, Manoel; Moreira, Shirlei Tiara de Souza; Almeida, Risonete Lima de
Este artigo propõe-se a apresentar os resultados de uma pesquisa prática de abordagem quali-quantitativa que busca compreender os efeitos que o compartilhamento da leitura de romances pode gerar na empatia dos leitores no que diz respeito a temáticas como a representação do racismo, da depressão e da violência doméstica. Para a realização da pesquisa foram identificadas as potencialidades das obras para a abordagem dos temas a serem tratados. Uma vez selecionadas, elas foram usadas nas discussões para expandir a temática, tendo como apoio outros tipos de textos tais quais memes, tirinhas e reportagens. Assim, visamos interpretar os dados coletados nos encontros, dando especial atenção à reação dos participantes durante as discussões. Foram três as reuniões do Clube do Livro, duas com alunos do primeiro semestre do curso de Inglês da UNEB Campus II, Alagoinhas, e uma com o Clube do Livro de Alagoinhas. Foram três as obras abordadas, cada uma delas tratando de uma problemática social; O ódio que você semeia (2017), de Angie Thomas fala de racismo, É assim que acaba (2016), de Colleen Hoover trata da violência contra a mulher, e As mil partes do meu coração (2018), de Colleen Hoover aborda a depressão na adolescência. Para a análise e interpretação dos dados usamos como apoio os estudos de Currie (1995); e Goldman (2009) embasando questões de imaginário; Djikic, Oatley e Moldoveanu (2013) e Oatley (2012) que tratam sobre empatia na leitura; e Cosson (2014) que aborda o clube do livro. Oferecendo textos de ficção e não-ficção, pretendeu-se, por meio do letramento literário, que o participante do clube do livro ampliasse a noção do texto ficcional, através de conexões intersubjetivas do que se vive na realidade, sobretudo, pela perspectiva da empatia.
De cronotopo e topoanálise: apontamentos e leituras possíveis da obra outlander: a viajante do tempo, de Diana Gabaldon
(2022-11-08) Reis, Thainá Soares; Barreto Júnior, Manoel
No campo dos estudos literários, o elemento narrativo espaço teve sua aplicabilidade limitada no que concerne ao discurso narrativo a estruturar o lócus da diegese ficcional. Dito de outra forma, o adensamento teórico-literário deste elemento acontece de modo ainda restrito. Já o elemento temporal, por outro lado, foi bastante teorizado, não apenas no campo literário, mas, também, pela filosofia, matemática, entre outras áreas do conhecimento. Por este olhar, a presente investigação tem como objetivo estabelecer diálogos possíveis que aloquem o espaço e suas instabilidades teóricas pelos contornos do cronotopo e da topoanálise, sobretudo, de modo a compreender como a espacialidade influencia as tomadas de decisões da personagem, Claire Beachump, na obra literária Outlander: a viajante do tempo (1990), de Diana Gabaldon, objeto de estudo desta investigação - de base metodológica bibliográfica que privilegia leituras contextuais da obra. Para tanto, esta análise se apropria dos pressupostos teóricos de Bakhtin (2018), (1988), a fim de estabelecer uma lógica do cronotopo, pelo viés de indissociabilidade entre os elementos narrativos tempo-espaço, bem como pela noção da topoanálise à luz de Borges Filho (2015), através do percurso espacial por considerar que neste há inferências não só psicológicas, mas, de igual modo, sociológicas, filosóficas e estruturais.
Inflexões de Eros no universo fictício de admirável mundo novo: a sexualidade como fenômeno distópico
(2023) Ramos , Naíse Paula Santos; Barreto Júnior, Manoel
Por meio do condicionamento de Eros, as estruturas distópicas surgem na narrativa ficcional Admirável Mundo Novo (2014), de Aldous Huxley, de modo a evidenciar o controle social do Estado. Compreende-se que os universos literários distópicos possuem a sexualidade como um dos alicerces para a fundamentação das configurações sociais vigentes em seus domínios. Ante tais perspectivas, busca-se compreender as implicações literárias do fenômeno psicossocial eros, enquanto elemento constitutivo da diegese estudada. Por conseguinte, a presente pesquisa se articula através da metodologia bibliográfica, pelo escopo interdisciplinar de Nitrini (2010), que formula percepções sobre os entrelaces entre a Literatura Comparada e outras áreas do conhecimento. Deste modo, um esboço das facetas de eros foi construído, a fim de melhor entendê-lo, pelos diálogos mitológicos e filosóficos de Platão (2017); com demarcação para as abordagens psicológico-sociais de Freud (2011; 2019) e Marcuse (1968). Em seguida, foram identificadas as formas de condicionamento de eros presentes na sociedade do romance estudado, bem como elas se caracterizam enquanto mecanismos de controle das subjetividades. Por fim, foram explicitados alguns elos entre o impulso libidinal e a configuração distópica da obra. Tais processos demandaram leituras contextuais do romance, ao que concerne às inflexões do Eros nesse admirável universo ficcional – que ainda traduz muito das realidades contemporâneas.
Milton & Holden: caçadas no campo de centeio – representações e buscas de si
(2022-12-15) Carvalho, Ariston Batista de; Barreto Júnior, Manoel
Essa investigação tem como propósito realizar uma leitura contextual com nuances comparatistas entre a obra O Apanhador no Campo de Centeio, publicada em 1951, do escritor estadunidense Jerome David Salinger e o texto da canção brasileira Caçador de mim (1981), composta por Luiz Carlos Sá e interpretada por Milton Nascimento. A partir dessas obras, buscaremos compreender como a personagem principal do livro, Holden Caulfield, em suas demonstrações de rebeldia e insatisfação nos relacionamentos interpessoais, se aproxima do eu lírico apresentado em Caçador de mim em suas buscas intersubjetivas do ser e do estar no mundo. De tal modo, buscaremos relacionar similaridades, singularidades e referências possíveis em ambas as obras, bem como suas mensagens sobre a trajetória de cada ser. Para tanto, essa pesquisa se articula a partir da leitura crítico-analítica das obras, sob o escopo da metodologia bibliográfico-documental, com o suporte dos pressupostos teóricos da Literatura Comparada, Teoria literária e recepção crítica das obras empenhadas.
Resistências poéticas e humanização em contornos confessionais: notas melancólicas da lírica de Robert Lowell
(2022) Alcântara, Cassiane dos Santos; Barreto Júnior, Manoel
Nas sociedades atuais, em seus fluxos e constantes movimentos, a poesia já não é mais tão percebida entre os indivíduos; aspecto que nos faz pensar numa suposta desarmonia entre a poesia e as práticas sociais. Assim sendo, desse tensionamento diário, entre a rudeza e a selvageria do cotidiano e a capacidade estética da palavra poética, o homem se reconecta com o mundo – pelo lento e contínuo processo de humanização. Por esse olhar, a presente pesquisa articula a resistência poética por meio da humanização através de notas de melancolia, como elemento lírico, em perspectivas confessionais, expressas na dicção poética de Robert Lowell (1917-1977). Nesse sentido, objetiva-se investigar como a melancolia aciona aspectos da humanização e, consequentemente, a potencial resistência poética da escrita confessional de poemas selecionados do livro Life Studies de Robert Lowell. Para tanto, a metodologia bibliográfico-documental é ampara para o desenvolvimento desta pesquisa, de abordagem qualitativa que empenha em sua fundamentação teórica os seguintes pensadores: Bosi (2000), que norteará a discussão sobre resistência poética; Candido (2010), cujas reflexões sobre humanização são muito bem-vindas; Freud (2016) e Santos (2009), que trarão contribuições importantes referentes à melancolia; Nelson (2013) e Phillips (1973), que consideram sobre os aspectos estéticos da poesia confessional. Por fim, os resultados evidenciam que os traços melancólicos da poética de Lowell funcionam como resistências poéticas e confessionais salutares para o próprio entendimento humano e do mundo - em suas constantes transformações.

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