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Navegando Pós-Graduação por Orientador "Oliveira, Maria Anória de Jesus"
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- ItemLiteratura baiana para infâncias (2013 - 2023): autorias e protagonistas negras(Universidade do Estado da Bahia, 2024-12-20) Santos, Ana Fátima Cruz dos; Oliveira, Maria Anória de Jesus; Lisboa, Souza Johnson, Andreia; Gonçalves, Luciana Sacramento Moreno; Dias, Lucimar Rosa; Silva, Márcia TavaresA presente pesquisa resulta de uma demanda legal e social, haja vista a alteração da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN) nº 9.394/96 pela Lei Federal nº 10.639/03, que torna obrigatória a inclusão da história e cultura africana e afro-brasileira na educação básica. Apesar de mais de duas décadas transcorridas, ainda se observa a carência de estudos sobre a produção literária baiana de autoria negra para as infâncias. Diante da lacuna constatada, delimitamos um corpus de oito obras para investigação na área em foco. São elas: Alika, de Regina Luz e Rebeca Silva (2019); Bucala: a pequena princesa do Quilombo do Cabula, de Davi Nunes e Daniel Santana (2019); Pretinha de Ébano vai à África, de Kalypsa Brito e Junior Pakapym (2021); Menina Nicinha, de Evelyn Sacramento e Bárbara Quintino (2021); Bartô: menino protegido, menino cheio de riquezas, de Fátima Nascimento e Márjara Silva (2022); História pretinha das coisas: as descobertas de Ori, de Bárbara Carine Soares Pinheiro e Cau Luis (2022); Themba, o menino rei, de Marcos Cajé e Cau Luis (2023); e O divertido glossário da Jana, de Lorena Ribeiro (2023). Nosso objetivo geral é identificar como a literatura baiana de autoria negra para as infâncias, publicada entre 2013 e 2023, favorece o combate ao racismo e inova o cenário literário. Os objetivos específicos são: i) situar os aportes teóricos relacionados às narrativas e às personagens afrorreferenciadas no período pós-lei 10.639/2003; ii) discutir a relação entre linguagem verbal e iconográfica na produção literária infantil, com foco nas protagonistas negras; iii) identificar diferenças e/ou semelhanças nas obras literárias baianas de autoria negra e dos(as) respectivos(as) ilustradores(as); iv) demonstrar como o método Ereginga, através das narrativas estudadas, ajuda a combater o racismo no campo de estudos. No que se refere à metodologia, realizamos a pesquisa bibliográfica de abordagem interpretativista qualitativa e quantitativa, mapeando as obras elencadas. Em se tratando da fundamentação teórica, nos respaldamos no campo da literatura destinada às crianças e aos jovens (LIJU), com o foco nas protagonistas negras (Oliveira, 2003; 2010; Jovino, 2010), LijAfro (Nascimento, 2019); Da Linguísticas Aplicada, recorremos às acepções de letramentos de reexistências (Souza, 2011) e letramento racial crítico (Ferreira, 2019), alinhadas à LINEBEIJU – literatura negro-brasileira do encantamento infantil e juvenil (Oliveira, 2022). Quanto aos resultados, identificamos que a alusão às personalidades negras africanas e negro-brasileiras são recorrentes nas obras, assim como a afirmação identitária, de pertencimento às raízes africanas, bem como a dimensão histórica, linguística e cultural de saberes e fazeres das Áfricas. As obras literárias remetem à territorialidade negro-africana, à corporeidade, à memória e às ancestralidades negras. Concluímos, por fim, que as obras estudadas correspondem ao método Ereginga, já que foram desenvolvidas por autorias negras, fundamentadas no paradigma afrocêntrico e nas referências da literatura afro-brasileira, ao visibilizar a valorização do protagonismo de sujeitos negros na diáspora africana e no contexto social brasileiro. O método Ereginga, dessa forma, não apenas traz à cena narrativas historicamente marginalizadas e pouco estudadas no Brasil, como, também, pode fortalecer a identidade e a representatividade negra, além de contribuir para subsidiar a formação docente e discente no escopo das obras que foram objetos de reflexões e proposições nesta tese.
- ItemViva o povo brasileiro: memória, identidade e relações étnico raciais(Universidade do Estado da Bahia, ) Santana, Adilton da Cruz; Oliveira, Maria Anória de Jesus; Oliveira, Luiz Henrique S. de; Cruz, Maria de Fátima Berenice daEsta dissertação propõe uma reflexão sobre os processos de negação e afirmação identitária, a partir de ações da memória, empreendidos pelos personagens Amleto Ferreira e Maria da Fé no livro Viva o povo brasileiro, de João Ubaldo Ribeiro, discutindo-se os conflitos e tensões do negro no romance ubaldiano. Busca-se responder no estudo à seguinte questão: de que forma se pode utilizar a análise e percepção do corpus literário e seus efeitos na sociedade como instrumentos discursivos úteis para evidenciar e problematizar o estudo das relações étnico-raciais na literatura brasileira? Entre os objetivos, busca-se analisar a representação da identidade negra brasileira compreendida entre os mecanismos de negação e afirmação identitária dos personagens, identificar as temáticas principais e refletir sobre as distintas representações identitárias na obra, além de problematizar o conceito de identidade. A partir da pesquisa bibliográfica, efetiva-se a revisão crítica sobre a obra em questão, especificamente nos discursos evocados dos referidos personagens e as relações entre a negação e afirmação da identidade negra, a fim de compreender a desconstrução das barreiras das relações étnico-raciais bem como seu impacto nos dias atuais no Brasil. Teoricamente, a análise se fundamenta em estudiosos no campo da crítica cultural, ciências sociais e literatura, a exemplo de Stuart Hall (2011), Homi Bhabha (1998), Frantz Fanon (2008), Achille Mbembe (2018), Kabengele Munanga (1999), Maria de Fátima Berenice da Cruz (2016), Maurice Halbwachs (1990), Edward Telles (2012), Antônio Cândido (2000), Rita Olivieri Godet (2014), Luiz Henrique S. de Oliveira (2014), dentre outros. Entre os achados, verifica se a necessidade de tornar pauta nos espaços intra e extra-acadêmicos a temática sobre a identidade negra no país a fim de enfrentar o racismo, a discriminação, o preconceito e a desigualdade racial, que representam enorme desafio a ser vencido pelas populações negras, cujo espaço é constantemente ameaçado pela resistente visão hegemônica branca que ainda se nega a reconhecer os problemas relativos às relações étnico-raciais.