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Navegando Pós-Graduação por Orientador "Gund, Ivana Teixeira Figueiredo"
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- ItemO mulherismo africana como uma exsurgência de vozes e ações femininas: mulheres-mães agentes da transformação em Niketche, de Chiziane(Universidade do Estado da Bahia, 2024-12-06) Colatino, Aline de Souza; Gund, Ivana Teixeira Figueiredo; Sales, Karina Lima; Moreira, Josinelia ChavesEste estudo discutiu alguns aspectos voltados para a ideologia da Afrocentricidade em literatura de autoria negra, em específico, o romance Niketche: uma história de poligamia (2004), da escritora moçambicana Paulina Chiziane. A temática da Afrocentricidade é muito ampla, mas, com o levantamento bibliográfico preliminar, essa especificou-se em aprofundar as análises e discussões acerca do pensamento Mulherismo Africana, definido por Clenora Hudson-Weems – que tem a base na afrocentricidade e matriarcado africano, além disso, visa evidenciar a obra analisada como a materialização de um projeto afrocêntrico. A natureza dessa pesquisa foi qualitativa, pois os dados foram mais ligados ao campo da subjetividade e não teve caráter quantificável, e também, escolheu-se no processo de construção a revisão de referencial bibliográfico, apoiado em abordagens interdisciplinares. Assim, os ritos de estudos, que concretizaramm essa escrita, foram essenciais para que o conhecimento concreto da realidade de culturas africanas fosse analisado e compreendido por uma ótica decolonial, também contribuiu para que a África continental e a África da diáspora fosem discutidas, estudadas e ensinadas em pé de igualdade com outras culturas. Pretendeu-se, com essa pesquisa, investigar como o romance Niketche: uma história de poligamia, de Paulina Chiziane, evidencia aspectos da Afrocentricidade e promove quatro das dezoito agendas do Mulherismo Africana – Força, Ambição, Irmandade genuína entre mulheres e Maternal e nutridora –, por meio das experiências das personagens femininas e de suas estratégias de resistência e emancipação. Para alcançar esse objetivo essa escrita foi estruturada inicialmente com o arcabouço teórico, apresentando a definição de Afrocentricidade sob a perspectiva de Molefi Kete Asante (2009) e (2016); a percepção detalhada do matriarcado africano no berço Meridional abordado por Cheikh Anta Diop (2014); e as especificidades e agendas estruturantes de Mulherismo Africana defendidas por Clenora Hudson-Weems (2020). Em seguida, analisou-se o romance Niketche: uma história de poligamia, relacionando-o às agendas do Mulherismo Africana e às características de ações voltadas para o individual e as agendas mais ligadas à atuação de um coletivo, entendendo a essencialidade da irmandade entre uma mulherista Africana e as que sofreram e sofrem as mesmas opressões que ela como superação de consequências dos processos de colonização e patriarcalismo. As considerações finais do trabalho sintetizaram os principais achados da pesquisa, demonstrando como a análise literária do romance revelou aspectos da Afrocentricidade e promoveu as quatro agendas do Mulherismo Africana. Também evidenciou possíveis implicações dessas descobertas para futuros estudos e para a compreensão das dinâmicas sociais e culturais em contextos africanos.
- ItemO pêndulo de Euclides: do fato histórico ao desvelar da experiência em memórias do sertão(Universidade do Estado da Bahia - UNEB, 2024-02-20) Rodrigues, Francisco Enes Cláudio; Gund, Ivana Teixeira Figueiredo; Cordeiro, Tarcísio Fernandes,; Santos, Valdir Nunes dosO presente trabalho tenciona analisar o entrelaçamento entre literatura e memória no romance O pêndulo de Euclides (2009), do escritor baiano Aleilton Fonseca, ao possibilitar o conhecimento e o desvelar de novas perspectivas históricas e socioculturais do genocídio cometido contra as pessoas do Arraial do Belo Monte, por ocasião da guerra de Canudos, evento histórico ocorrido na Bahia entre os anos de 1896 e 1897. Assim, ressalta-se a natureza ética, estética e política da obra. O estudo tem como primícia investigar a escrita do passado, a fim de repensá-lo em sua inclusão como parte de um presente que ainda conserva os fatos históricos pelo prisma do discurso oficial. A contrapelo dessa imposição do discurso hegemônico, tem-se o livro em questão, que se constrói pela voz sertaneja descendente de conselheiristas: a voz da personagem seu Ozébio que permite o encontro e o diálogo entre dois mundos – o letrado com o popular –, este último representado pelas narrativas orais. Desse modo, utilizou-se da pesquisa com estratégia de caráter bibliográfico e exploratório pautando-se na revisão da literatura em artigos, periódicos, livros, sites especializados, entrevista ao autor, além de uma aula de campo à cidade de Canudos. Como arcabouço teórico, essa dissertação se fundamenta em Albuquerque Júnior (2011), Lima (1977), Achugar (2006), Compagnon (2003), Benjamin (1994), Bosi (2003), Báez (2010), Hall (2000), Halbwachs (1990), Castells (2018) e Cordeiro (2017). Em virtude das análises, percebeu-se que o romance estampa o sertão para além do estereótipo que o cristaliza apenas como terra ignota e espaço sem vida, apresentando-o como um território identitário de relevância nacional. E essa proposta literária é realizada por intermédio da voz do “narrador comunitário”, ao desmistificar a figuração do sertanejo como um ser fanático e violento, imagem propagada na grande maioria dos romances da tradição literária brasileira. Em virtude disso, torna-se importante ouvir a elocução da personagem seu Ozébio, pois é polifônica à medida que fala a partir do embasamento em memórias ancestrais e de outros discursos capazes de demonstrar a identidade e cultura sertaneja de modo singular intrinsecamente relacionadas ao território sertão. Por isso, também é possível vislumbrar por meio desse narrador-personagem as resistências às inúmeras investidas de apagamento cultural e das reminiscências ao longo do tempo, bem como a denúncia das mazelas sofridas pelos habitantes do lugar, muitas vezes impostas pelos poderes legitimados oficialmente.