A conversão de ecossistemas naturais em áreas cultivadas, associadas ao uso de práticas de preparo do solo por um longo período, causam perdas expressivas no conteúdo original da matéria orgânica do solo, além dessas mudanças originarem mais emissões de carbono para a atmosfera. A matéria orgânica tem grande importância para a produção agrícola, fazendo parte de um ciclo natural em que está em constante transformação. Dessa forma, deve ser incentivado o uso de sistemas de produção que contribuam para o aporte de carbono, ou diminua a sua mineralização. Esse trabalho tem o objetivo de comparar e quantificar os teores de matéria orgânica e carbono nas frações químicas, das áreas de cerrado nativo e sob exploração agrícola. O experimento foi conduzido em área experimental no município de Barreiras-BA, onde foram avaliadas cinco áreas com sistemas de uso diferentes, áreas com culturas anuais, pastagem, olerícolas, frutíferas em comparação a área referência com cerrado nativo. Os solos foram coletados nas profundidades de 0-10 e 10-20 cm, em seguida realizadas as caracterizações de fertilidade, granulometria, densidade, carbono orgânico total e fracionamento químico da matéria orgânica do solo, subdivida em ácidos fúlvicos, húmicos e a humina, em seguida tabulados e calculados teores de matéria orgânica do solo, quantidade de matéria orgânica e crédito de carbono equivalente. Os resultados foram submetidos à análise de variância e teste de Tukey a 5% de probabilidade, e o teste de correlação de Pearson. De acordo com os resultados observou-se que o manejo com frutíferas tem um maior aporte de matéria orgânica, seguido de olerícolas, culturas anuais e pastagem que apresentam os menores teores de carbono orgânico total e as frações húmicas. Considerando que este compartimento é fortemente influenciado pelo sistema de manejo do solo, e que a magnitude dessas alterações indica se o sistema está ou não tendendo para perdas de matéria orgânica. Em todas as camadas, apresentam correlações positivas, os teores de COT correlacionam positivamente as variáveis, o que destaca a importância de mecanismos de estabilização da MOS no incremento dos teores de COT no solo. As mudanças de ambientes naturais em áreas agrícolas tiveram impacto considerável no acúmulo e dinâmica da matéria orgânica. O cultivo com frutíferas proporcionou aumento nos teores de carbono e MOS nas frações húmicas em relação as demais áreas. A pastagem e culturas anuais diminuíram consideravelmente os valores de aportes de carbono, devido as áreas degradadas e manejo convencional.