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Navegando Pós-Graduação por Palavras-chave "Educação prisional"
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- ItemEscrevivendo a vida: educação e racismo entre as grades do presídio de Serrinha – Bahia(2023) Silva, Edilene Araújo da; Oliveira, Iris Verena; Silva, Ana Lúcia Gomes da; Almeida, Carla VeronicaA presente pesquisa tem como objeto de estudo a Educação Prisional, lançando um olhar sobre a importância da escola inserida no ambiente de privação de liberdade, seus cotidianos e o enfrentamento do racismo, no presídio de segurança máxima localizado no município de Serrinha-BA. A nossa pretensão é conhecer essa realidade através do olhar dos estudantes, dos (das) docentes e demais colaboradores. Para isso, proponho como principal objetivo compreender a importância da escola dentro da prisão, como se configura o seu papel no enfrentamento do racismo e os principais desafios enfrentados no trabalho pedagógico no âmbito prisional de Serrinha – BA. No desígnio de responder a tal inquietação, delineiam-se os seguintes objetivos específicos: Conhecer as experiências das/os professoras/es no que se refere às suas práticas pedagógicas na prisão e as relações étnico-raciais; Conhecer as experiências dos discentes no que diz respeito à educação, formação do homem no cárcere, racismo e encarceramento; e Proporcionar discussões sobre relações étnico-raciais interligadas ao exercício efetivo da docência, para possibilitar estreita relação entre teoria e prática. Os/as participantes, coautores/as da pesquisa, são professores/as que atuam no Conjunto e os discentes que cumprem pena nesse espaço de reclusão. Como alicerce teórico, os principais autores cujas reflexões guiaram esse debate são: Almeida (2018), hooks (2004, 2013), Fanon (1968, 2008), Davis (2018), Mbembe (2016, 2018), Certeau (1998, 2009) e Evaristo (2005, 2007, 2008, 2009, 2016, 2017, 2020) e tantas outras vozes negras que como faróis iluminaram as passagens dessa jornada. Auxiliando na construção do caminho metodológico, a pesquisa será orientada pelas Escrevivências onde as narrativas das experiências ganharam centralidade na investigação, as quais preveem a possibilidade de problematização e intervenção sobre a realidade. As narrativas em cartas, pressupõem uma aproximação mais pessoal com os/as leitores/as, além de posicionar e dar visibilidade aos/as colaboradores/as. A pesquisa é tipificada como narrativa e tecida com as inspirações epistemológicas dos estudos com os cotidianos e com as escrevivências. Os resultados demonstraram a relevância da escola dentro da prisão, o seu influxo positivo na trajetória dos estudantes durante o período de encarceramento. A escola tem possibilitado momentos formativos para os estudantes, mas permanece o grande desafio a ser enfrentado, afetar os/as docentes para construção de práticas pedagógicas mais significativas no que tange o enfrentamento e combate ao racismo, dentro da prisão. Uma prática pedagógica que transgrida as hegemonias raciais e contribua eficazmente na afirmação da identidade negra desse homem encarcerado, vislumbrando sua reinserção social. Percebeu-se um incômodo silenciamento tanto a respeito do racismo e suas concepções construídas ideologicamente que permanecem vivas nas memórias e atitudes dos estudantes, ainda que de forma escamoteada, quanto sobre os excessos cometidos na prisão, a opressão e o assujeitamento impostos aos corpos. Nos Encontros Escreviventes, alguns conceitos foram sendo (des)velados pelos estudantes e professores (as), mostraram-se acessíveis ao diálogo e reflexões para uma possível reconfiguração das práticas, (re)inventando modos outros de se fazer a educação prisional. Espera-se que essa pesquisa possa contribuir para o rompimento desse silêncio, propiciando inquietudes e debates sobre enfrentamento e combate ao racismo e a educação nas prisões.