Navegando por Autor "Vieira Filho, Raphael Rodrigues"
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- ItemCaderno de educação do ILÊ AIYÊ: Produção, Recepção e sua Utilização na Escola Mãe Hilda(2022-06-22) Antunes, Joelma Cristina de Lima; Vieira Filho, Raphael Rodrigues; Nogueira, Claudete de Souza; Moura, Milton AraújoEsta pesquisa se propôs analisar os Cadernos de Educação, materiais pedagógicos produzidos pela Associação Carnavalesca Bloco Ilê Aiyê, refletindo sobre a forma como foram produzidos e como são utilizados pelos professores da Escola Mãe Hilda, instituição que compõe o Projeto de Extensão Pedagógica (PEP) do bloco afro. Como o Ilê Aiyê elaborou seus projetos educacionais, práticas pedagógicas e currículo? No que se difere do ensino proporcionado pelos sistemas estatais? O que oferece de contribuição para a sociedade? Foram algumas das interrogações que me instigaram no desenvolvimento desta pesquisa. Tendo como referência as orientações das leis 10.639/03 e 11.645/08, verificamos em que medida os Cadernos contribuem ou não para uma releitura histórica, política, social e cultural em relação ao protagonismo da população negro-africana na história, e se os projetos educativos do Ilê podem ajudar na construção de uma educação antirracista e proporcionar práticas pedagógicas inclusivas no que se refere ao campo das relações etnicorraciais. Selecionamos os Cadernos de Educação para análise: Vol. I – Organizações e Resistência Negra, de 1995; e o Vol. XVI – Candaces Rainhas do império Méroe, de 2008. Para obter as informações necessárias e construir os argumentos teóricos respondendo nossas questões, utilizamos uma metodologia qualitativa, baseada na pesquisa documental, na história oral e nos estudos culturais. Tivemos como instrumentos: a análise da bibliográfica e historiografia sobre o próprio bloco e os materiais didáticos produzidos pelo Ilê Aiyê; a observação em sala de aula, com registros em diário de campo; e a entrevista semiestruturada referenciada realizada com 4 interlocutoras: 3 Educadoras que participaram diretamente da construção do PEP e Cadernos de Educação e 1 Educadora que atualmente leciona na Escola Mãe Hilda. Essas mulheres nos ajudaram a compreender como os Cadernos de Educação foram criados, o contexto político, as lutas sociais, simbólicas, as intencionalidades e a vida de lutas da rede de intelectuais militantes negros insurgentes que contribuíram na construção das ações educativas do Ilê e sobretudo dos Cadernos. Também pudemos compreender como os Cadernos de Educação tem sido utilizado atualmente na Escola Mãe Hilda em suas práticas pedagógicas. As informações e dados produzidos foram tratados, categorizados e perscrutados através da triangulação e análise crítica sócio histórica das diversas fontes pesquisadas. Conforme observado os Cadernos de Educação são hoje utilizados na Escola Mãe Hilda como materiais complementares para elaboração de projetos coletivos orientados para o trato da História da África e das populações negras e das relações etnicorraciais em sala de aula. Por tratarem de temas dos desfiles de carnaval do Bloco, os Cadernos trazem uma diversidade de linguagens: imagéticas, poéticas, sonoras, entre outras, que são transformadas em instrumentos pedagógicos pelas educadoras da escola, tornando o processo de ensinoaprendizagem prazeroso e integrado as vivências dos alunos. Após a pesquisa consideramos que os Cadernos de Educação são materiais preciosos que podem e devem ser utilizado como referência em outros espaços educacionais, sobretudo nas escolas públicas.
- ItemDos sons às falas o legado dos sambas rurais nos sertões baianos(2022-03-28) Lima, Laécio Almeida; Döring, Katharina; Vieira Filho, Raphael Rodrigues; Souza, Luan Sodré deEsta dissertação apresenta a pesquisa de mestrado Dos Sons às Falas: O legado dos Sambas rurais nos Sertões baianos, realizada pelo educador e músico Laécio Almeida Lima, sob a orientação da professora Drª. Katharina Döring. Meu questionamento inicial partiu das necessidades e potencialidades pedagógico-musicais a partir das musicalidades negras brasileiras, atendendo as seguintes leis: Lei 11.645/2008 – ensino obrigatório da história e cultura afro-brasileira e indígena e Lei 11.769/08, que determina o ensino obrigatório da música no Ensino Básico. O projeto de pesquisa foi se transformando para um estudo de uma parte dos sambas rurais na Bahia, na região do Piemonte da Chapada Diamantina, indagando a presença, tradição e memória oral das musicalidades negras e caboclas nas zonas rurais da Bahia, pouco tematizadas enquanto musicalidades negras. Os procedimentos metodológicos perpassam a pesquisa bibliográfica e a pesquisa qualitativa de campo, pautada nos pressupostos teóricos da pesquisa-ação com entrevistas presenciais e virtuais e com apreciação de centenas de arquivos de áudios, vídeos, imagens e textos, contendo obras e performances de grupos apresentando sambas com chulas, batuques, reisados, bumba-meu-boi entre outras tradições cênico-poético-musicais produzidos e compartilhados por sambadores da região centro-norte da Bahia, do Semiárido, da Caatinga e dos Sertões. Apesar das limitações impostas pela pandemia do COVID-19, para obtenção, arquivamento e interpretação dos dados, consegui aprofundar a observação participativa, a entrevista semiestruturada, a análise documental e de conteúdo. Muitos autores dos campos interdisciplinares dos estudos culturais, históricos e musicais, além de diversas pesquisas no âmbito da cultura popular e sua relevância para a construção das identidades, construções simbólicas, histórico-sociais e práticas pedagógicas, contribuíram para a construção da pesquisa e do texto final, que pode servir para reelaboração de propostas pedagógicas e projetos políticos-pedagógicos de várias regiões, principalmente nas rurais, visando a implementação das Leis 11.645/08 e 11.769/08
- ItemEducação, direitos humanos e desenvolvimento sustentável: um estudo dos projetos educacionais para uma formação cidadã no bairro de mata escura(2009) Jesus, Genivaldo Luiz Santos de; Nunes, Eduardo José Fernandes; Vieira Filho, Raphael Rodrigues; Bomfim, Juarez DuarteA análise dos projetos político-pedagógicos das escolas públicas, no bairro de Mata Escura na periferia de Salvador, relacionados aos temas direitos humanos e desenvolvimento local sustentável. Pode contribuir para identificar os limites e possibilidades da escola pública para uma formação democrática e cidadã. Entendese que seja imprescindível que as instituições escolares repensem e redefinam suas funções nas comunidades e na sociedade atual baseada nas novas tecnologias e em constante transformação. O novo paradigma do desenvolvimento defronta-se com a tentativa de reverter o quadro de crise social em relação aos direitos básicos, tais como: educação, saúde, moradia, trabalho e lazer. Em particular, este estudo procurou identificar como os projetos desenvolvidos em duas escolas vêem contribuindo para a formação de uma consciência cidadã neste bairro. A metodologia de pesquisa participante e grupos focais contribuíram para uma aproximação com a comunidade, de modo que os envolvidos no processo protagonizaram a busca de soluções e a identificação das possíveis ameaças ao processo educacional. O desenvolvimento local a partir da escola nas comunidades periféricas é uma que vem sendo trabalhada por pesquisadores, estudantes, professores e a comunidade em geral. Nesta perspectiva, criam-se novas metodologias de trabalho para a promoção da cidadania e a garantia dos direitos humanos.
- ItemEstratégias e táticas de permanência no ensino superior: narrativas sobre experiências de estudantes negros cotistas na Universidade Estadual de Santa Cruz (2012- 2017).(2020-11-30) Santos, Maria Rita; Queiroz, Delcele Mascarenhas; Santos, Dayane Brito Reis; Oliveira, Rachel de; Costa, Lívia Alessandra Fialho da; Vieira Filho, Raphael RodriguesEsta tese objetivou conhecer as narrativas de experiências sobre permanência de estudantes negros cotistas concluintes em 2017 dos cursos de graduação de Alto e Médio-alto prestígio, da UESC, considerando as estratégias institucionais desenvolvidas nesta universidade e pelo Programa Mais Futuro do Estado da Bahia entre 2012 a 2017. Apresento como objetivos específicos: discutir a estadualização da Federação das Escolas Superiores de Ilhéus e Itabuna (FESPI) e criação da UESC relacionando com as reivindicações de permanência dos estudantes na década de 1980; debater os principais conceitos que envolvem as Políticas de Ações Afirmativas nas Instituições de Ensino Superior, destacando as propostas de Movimentos Negros nos contextos nacional e regional; analisar as estratégias institucionais do Programa de Permanência da UESC e do Programa Mais Futuro do Estado da Bahia de 2012 a 2017; e, por último, analisar as narrativas sobre permanência de estudantes negros cotistas concluintes em 2017 dos cursos de graduação de Alto e Médio-alto prestígio da UESC. A pesquisa foi orientada pelas seguintes questões: Quais narrativas sobre permanência foram elaboradas por estudantes negros cotistas concluintes em 2017 dos cursos de graduação de Alto e Médio-alto prestígio da UESC? Como essas narrativas se relacionam com as estratégias institucionais desenvolvidas nesta universidade e pelo Programa Mais Futuro do Estado da Bahia de 2012 a 2017? Nesta pesquisa dialogo com bases teóricas das “Epistemologias do Sul” e adoto a abordagem metodológica qualitativa, ancorada nos pressupostos da pesquisa narrativa com procedimentos interpretativos-compreensivos com inspiração hermenêutica, tendo como textos de campo as narrativas de experiências de quatro estudantes negros e documentos relativos à permanência institucional. No desenvolvimento das análises trabalho com dois eixos estruturantes compreendidos a partir dos mecanismos do racismo estrutural, a saber: Táticas Negras de Permanência Simbólica e Estratégias Institucionais. A partir desses eixos componho as seguintes unidades de análises: subjetividade racial, solidariedade, recursos materiais e recursos simbólicos. A pesquisa permitiu compreender que o racismo estrutura as políticas de permanência, produz ausências dos sujeitos negros e moldam estratégias institucionais distantes da perspectiva das ações afirmativas voltadas para a promoção do acesso desse grupo e redução das desigualdades raciais no ensino superior. Desse modo, os estudantes negros empreenderam resistências envolvendo investimentos educacionais, priorizando potencialidades, convivência social, criatividade, solidariedade e posturas éticas, ou seja, um conjunto de elementos que balizam a organização de Táticas Negras de Permanência Simbólica no ensino superior, um processo espontâneo construído no cotidiano do ambiente acadêmico, iniciado pela identificação dos limites das estratégias institucionais para atender variadas demandas que emergem ao longo dos cursos de graduação. Esse tipo de resistência, tem a ver com a produção de presenças negras, pois, confronta as ausências intencionais produzidas pelos mecanismos que perpetuam o racismo estrutural, também, manifestado no âmbito das instituições. Portanto, para efetivar uma política de permanência no ensino superior, se faz necessário, o Estado da Bahia reconhecer: o racismo como parte da estrutura social que se reproduz, porque, se alimenta e é alimentado pelas estruturas estatais e o Estado tem o poder para criar os meios necessários para enfrentá-lo; as dimensões raça e classe, porque, esta articulação possibilita adotar na formulação de estratégias institucionais os meios para atenuar os efeitos da desigualdade racial no ensino superior; a necessidade de reexaminar a perspectiva de “formação ampliada” e “redução das desigualdades pela educação” que aparecem nos objetivos do Programa Mais Futuro esvaziados de compromisso com a realidade dos estudantes; que o programa não tem atendido as demandas da permanência que emergem ao longo do processo de formação; a urgência de estabelecer rubrica específica para ampliar o programa, pois, até então, os recursos são oriundos do Fundo Estadual de Combate e Erradicação da Pobreza, indicando que esses objetivos não estão entre as prioridades.
- ItemUm estudo propositivo sobre o referencial curricular da EJA, tempos de aprendizagem, a partir da compreensão de docentes de arte da rede municipal de ensino de Salvador(2018-04-26) Teixeira, Daniela Menezes; Costa, Patrícia Lessa Santos; Vieira Filho, Raphael Rodrigues; Santana, Carlos Eduardo Carvalho deEsta pesquisa resulta das reflexões e análises obtidas no objetivo de compreender o entendimento dos docentes de Arte da Gerência Regional (GRE) de Itapuã, acerca do referencial curricular, Tempos de Aprendizagem, implementado em 2014, pela Secretaria Municipal de Educação de Salvador, para a Modalidade da Educação de Jovens e Adultos- EJA II (Anos finais). A dissertação se apresenta na perspectiva da abordagem qualitativa, tomando como estratégia de pesquisa o estudo de caso, pois visa diretamente à análise e à capitação das singularidades do fenômeno que o envolve. O desenho da pesquisa é apresentado a partir desse enlace entre a EJA, o currículo, as políticas curriculares apresentadas para a EJA II em Salvador. Como referencial teórico, utilizamos na categoria currículo, os estudos de Freire (2014, 2106), Tadeu (2015), Arroyo (2013), Paiva (2017), Mae (2011), Read (2013), dentre outros teóricos que abordam a temática em estudo. Assim, esta pesquisa possibilita compreender a relevância das vozes que constituem os docentes de Arte na EJA II, lançando um olhar sobre o sujeito curriculante, gerando possibilidades reflexivas, empíricas e participativas mediante a escuta e a condição existencial desses docentes, no sentido de garantir acesso, interatividade, presença ativa e formação continua para com esse currículo.
- ItemFotografia para preservação da memória: revelando sujeitos através da fotografia de Lázaro Roberto e do arquivo fotográfico Zumvi (1980-1999)(Universidade do Estado da Bahia, 2023-08-28) Santos, Maurício Roque Souza; Oliveira, Valter Gomes Santos de; Vieira Filho, Raphael Rodrigues; Rabelo, Elson de AssisEsta pesquisa desenvolve uma análise da trajetória do fotógrafo Lázaro Roberto, idealizador e responsável pela guarda do acervo Zumvi, um arquivo fotográfico iniciado nas décadas de 1980 a 1990 que reuni fotógrafos para pensar e fazer fotografia, a partir dessa união, surge um acervo com mais 30 mil negativos tendo como temáticas a cultura negra, os blocos afros, o cotidiano e os movimentos sociais na Bahia. Para tanto, a pesquisa iniciou-se com um panorama das representações dos sujeitos negros na fotografia brasileira e seus desdobramentos no século XX, bem como a visão de fotógrafos que atuaram na Bahia no período. Buscou-se dessa forma perceber como a fotografia de Lázaro Roberto se insere nesse contexto. O objetivo transversal da pesquisa foi investigar as condições de guarda do acervo e sua pertinência enquanto repositório da imagem da memória negra, bem como relatar o percurso social dessas imagens. Estas fotografias do negro na Bahia no século XX, compreendem registros que podem colaborar com a manutenção de aspectos de uma memória e de uma identidade negra. Deste modo, este projeto parte do princípio que a fotografia no Brasil, como instrumento de documentação, foi utilizada nos séculos XIX e XX como elemento de disputa simbólica, atuando para perpetuar elementos do racismo e balizando um discurso do negro como subalterno. Neste sentido, para uma maior compreensão do percurso do artista e de suas imagens, recorremos à pesquisa bibliográfica, entrevistas, e em maior parte, a fotografias já publicadas pelo Zumvi, buscando analisar por meio das representações imagéticas e referências históricas, discrepâncias ou concordâncias com o percurso destas imagens. Assim sendo, ao realizarmos o presente estudo, procuramos contribuir para o aprofundamento da discussão sobre a fotografia de sujeitos negros no Brasil, lançando outros olhares sobre a temática.
- ItemHip-hop no Recôncavo da Bahia: contribuições para uma educação decolonial(Universidade do Estado da Bahia, 2024-10-30) Araujo Neto, Manoel Alves de; Santos, Luciano Costa; Santos, José Eduardo Ferreira; Miranda, Jorge Hilton de Assis; Soares, Emanoel Luis Roque Soares; Vieira Filho, Raphael RodriguesA presente pesquisa visa compreender o Hip-Hop em face de suas contribuições formativas e pedagógicas. Este estudo se fundamenta em torno da práxis e das experiências nos entrelaces da diversidade social e racial, que circunda a ontologia das pessoas negras. O objetivo do estudo é compreender como se dá as contribuições do Hip-Hop para práxis educativa-decolonial. Esta pesquisa de doutorado dá continuidade aos estudos iniciados no mestrado (2019) do Programa de Pós-Graduação em Educação e Contemporaneidade (PPGEduC), da Universidade do Estado da Bahia (UNEB). Nessa atual oportunidade, a delimitação se constitui a partir da cultura Hip-Hop. O Hip-Hop é um movimento sociocultural (Miranda, 2014), e tem a juventude negra como público principal e organizador de suas atividades (Souza, 2011); (Hill, 2014). Por essa perspectiva, é percebido aqui como um instrumento educacional, identitário, decolonizador e de sociabilidade. A partir disso, tem-se observado, enquanto elemento de análise-didática, que a experiência da pessoa negra se entrelaça ao cotidiano e as práticas do Hip-Hop como um gerador de mobilizações de biografias, insurgentes e criações de outras narrativas, podendo ser um fio condutor para quebrar paradigmas, enfrentar o racismo (Kilomba, 2019) e propor ações educativas (Gomes, 2001; Walsh, 2013). A cidade de Cachoeira foi o lócus do estudo. Esta cidade está situada no Recôncavo da Bahia. Foram observadas e analisadas as atividades socioeducativas da Association of B-Boys and B-Girls to the World (ABW). Por essas delimitações, as análises convergiram para o estudo fenomenológico (Husserl, 2006), como meio de compreender e descrever o Hip-Hop fenômeno da pesquisa. A metodologia proposta é ordem qualitativa (Bauer; Gaskell, 2002), e conforme percepção do contexto empírico, se foi criando estratégias de interação com os sujeitos da pesquisa, bem como, o entendimento de como o fenômeno se apresenta. Enquanto recurso didático para descrição do fenômeno, foram realizadas entrevistadas de forma presencial. Elas foram feitas individualmente com duas pessoas, de ambos os gêneros, que fazem parte da ABW. Os instrumentos de coleta de dados foram: questionários semiestruturados, gravador e bloco de anotação. Como recurso de análise, buscou-se observar o conteúdo do discurso como forma de apreensão do conhecimento e elaboração dos dados. Compreendeu-se que os discursos e as práticas são habilitados por um conjunto de fatores sociais, históricos e ideológicos que passam a fornecer sentido ao âmbito individual e coletivo quando entrelaçado o Hip-Hop ao contexto da vida cotidiana. Ocupando esse lugar, constatou-se que o Hip-Hop tem sido uma forma de aglutinar saberes, aprimorar os laços comunitários e possibilitar a continuidade do enfretamento para minimizar os impactos da realidade desigual. Foi identificado que as formações socioeducativas possuem referenciais calcados por questões identitárias, as quais são reproduzidas ao longo tempo por diversas gerações como vínculo comunitário para manter pedagogicamente vivo os princípios ancestrais. Assim, diante do legado de formação e ocupação sociocultural pela ABW, se percebe que iniciativas de ação popular podem auxiliar no desenvolvimento da organização coletiva, cognitivo, epistêmico e de experiências positivas, e ao mesmo tempo, promover no âmbito de pesquisas acadêmicas outros caminhos para se pensar a educação decolonial.
- ItemLivros didáticos de história: concepções civilizatórias para o ensino primário da Bahia (1925-1933)(Universidade do Estado da Bahia, 2024-02-23) Assis, Cristina Ferreira de; Brito, Gilmário Moreira; Galvão, Ana Maria de Oliveira; Luz, José Augusto Ramos; Pina, Maria Cristina Dantas; Reis, Joseni Pereira Meira; Vieira Filho, Raphael RodriguesO objetivo central desta pesquisa é analisar as concepções civilizatórias em livros didáticos de História no contexto da Reforma do ensino primário da Bahia entre 1925 e 1933. Situada no campo da Nova História Cultural, essa tese busca em três livros didáticos de História as possíveis relações entre as concepções neles presentes e aquelas que circularam no modelo educacional adotado durante a gestão de Anísio Teixeira, especificamente a partir da Reforma da educação primária durante o governo de Góes Calmon. Sua finalidade visa aproximar as práticas, conteúdos e instruções difundidas aos alunos e professores, interpretando-se mais especificamente o desenvolvimento de hábitos e comportamentos relacionados à civilidade entre as estratégias de instrução da escola primária na Bahia. Para isso, foram selecionados como fontes os livros didáticos Vultos e datas do Brasil, de Alberto de Assis, Nossa Pátria, de Rocha Pombo, e História da Bahia, de Pedro Calmon, indicados por Anísio Teixeira, na condição de Diretor de Instrução da Secretaria do Interior, Justiça e Instrução Pública do Estado da Bahia entre 1926 e 1927. No entrecruzamento da História da educação e da História cultural, situa-se o livro didático como instrumento da cultura escrita e suporte de relações e tensões estabelecidas entre a cultura escolar e outras culturas produzidas pela sociedade na Bahia. Para isso, interessa ainda compreender o tempo histórico, os costumes e valores republicanos em voga no contexto de adoção do primeiro Programa de ensino oficial do estado, que apontou metodologias de ensino e prescrições aos professores. Os livros foram analisados a partir de seu conteúdo e sua materialidade, segundo a perspectiva de Choppin (2009), Chartier (2002), Elias (1994), dentre outros autores. Ao indagar e problematizar as concepções civilizatórias difundidas pelos livros realizou-se um entrecruzamento entre as obras e outras fontes, como o Programa de ensino de 1925, as correspondências de Anísio Teixeira com os educadores e intelectuais, além de jornais e revistas, a fim de evidenciar aproximações e diferenças entre as concepções identificadas no contexto da reforma escolar da Bahia. Para investigar a trajetória dos autores, a produção dos livros e a circulação de suas concepções, a pesquisa se concentrou em biografias, jornais, revistas e outras obras publicadas por eles. Entre as considerações finais foram encontrados indícios sobre o leitor imaginado pelos autores e pelas editoras, e sobre as intencionalidades dos órgãos gestores em educar e civilizar a mocidade. Observou-se também que as palavras “civismo” e “família”, foram fortemente utilizadas pelos autores dos livros didáticos, mas “moralidade”, “instrução” e “cultura” foram as mais destacas como sinônimos das concepções civilizatórias, com ênfases e exemplos distintos, embasadas em discursos que tentavam orientar a modernização da sociedade. Contudo, as apropriações dos sentidos difundidos pelos livros não puderam ser contempladas, em razão dos desafios de realizar uma historicidade do leitor do início do século XX. Verificou-se, por fim, uma tentativa de modernização escolar eurocentrada, pautada em novos horários, métodos de ensino e comportamentos, inserida em um projeto civilizatório, que perpetuou as desigualdades já existentes na Bahia.
- ItemLivros didáticos e abolição da escravidão no Brasil: leituras, interpretações e práticas pedagógicas(2015-08-21) Vérgas, Bárbara Dias; Britto, Gilmário Moreira; Pina, Maria Cristina Dantas; Vieira Filho, Raphael RodriguesA pesquisa apresentada procurou analisar as leituras, interpretações e práticas escolares dos professores de história da educação básica, de três escolas estaduais de Salvador, sobre livros didáticos e a participação do negro no processo de abolição da escravidão no Brasil. Através da exposição das políticas públicas para o livro didático sancionadas a partir do séc. XX, da verificação de documentos oficiais a exemplo do Guia dos Livros Didáticos de História de 2008 e 2012, do exame dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) do ensino médio para ciências humanas e tecnologias e análise de conteúdos de três livros didáticos indicados pelos guias e adotados nas escolas pesquisadas, procura-se mostrar as concepções inerentes as abordagens e metodologias para o ensino da história. Os professores, a partir de entrevistas, são situados enquanto mediadores de leituras e usos dos livros didáticos e fornecem elementos para depreender a função da história como disciplina escolar na sociedade contemporânea. Neste sentido, são apresentadas também as pesquisas desenvolvidas por historiadores e outros estudiosos sobre a abolição da escravidão na perspectiva da história social e cultural, e as mudanças e permanências presentes nos livros didáticos analisados sobre o lugar do negro na construção da História. Assim, no sentido de compreender a recepção das políticas dos livros didáticos e uso destes nas escolas, a partir de depoimentos de sete professores de história que trabalham em três escolas estaduais de Salvador, foi explicitado suas leituras, usos e práticas a fim de verificar as complexas relações presentes no interior dos espaços escolares, as críticas e contribuições destes docentes para construção do ensino de História. Intermediados pelos saberes presentes nos livros didáticos, estes estabelecem estratégias para seu uso e tem modificado também suas concepções sobre a presença do negro na História do Brasil, apesar de algumas permanências, avançam no sentido de entender os libertos e escravizados como sujeitos sociais. O conteúdo da Abolição da Escravidão no Brasil, que por vezes estão ausentes dos planejamentos oficiais, são trabalhados no cotidiano da sala de aula, mostrando-se importante para constituição da identidade dos estudantes e exercício de cidadania.
- ItemLúcia Di Sanctis e Nivalda Costa: trajetórias de mulheres negras no teatro baiano de 1966-1979(2022-08-10) Sousa, Caroline de Carvalho; Farias, Juliana Barreto; Lopes, Maria Aparecida de Oliveira; Vieira Filho, Raphael RodriguesEsta dissertação de mestrado apresenta, documenta e registra as trajetórias de mulheres negras no teatro baiano, por meio da análise das obras dramatúrgicas das artistas Lúcia di Sanctis e Nivalda Costa. Além disso, analisa as suas reverberações na cena teatral, no início de suas carreiras entre os anos de 1966 e 1979. Partindo dos aspectos metodológicos da escrevivência e do exame de registros conservados em seus acervos privados e, também, em instituições públicas, acompanhamos as subjetividades que atravessavam as autoras, sujeitas da pesquisa, em meio ao contexto histórico e complexo da ditadura militar, envolto sob uma atmosfera artística contracultural. Resgatando suas contribuições artísticas para a história do teatro baiano, refletimos como as questões raciais atravessam suas narrativas, colocando a mulher negra no protagonismo da cena teatral em uma perspectiva outsiders with in, como proposto pela pesquisadora Patrícia Hill Collins.
- ItemA luta pela terra: direitos e conflitos em Morro do Chapéu (Chapada Diamantina, Bahia, século XIX)(2022-07-29) Santana, Ana Lúcia de Jesus; Ferreira, Jackson André da Silva; Jesus, Paulo César Oliveira de; Vieira Filho, Raphael RodriguesO objetivo geral nesta dissertação é discutir sobre a importância da posse e da propriedade da terra na vila de Morro do Chapéu a partir dos conflitos litigiosos ocorridos na segunda metade do século XIX, através da análise da Lei nº 601 de 18/09-1850 – Lei de Terras – e do decreto nº 1.318, de 30 de janeiro de 1854 que regulamentava a execução da Lei citada, assim como dos processos criminais que tratam de litígios ocorridos na vila de Morro do Chapéu durante a segunda metade do século XIX. Este texto está inserido nos estudos voltados para a perspectiva agrária, uma vez que a partir da documentação estudada foi possível conhecer as motivações dos conflitos relacionados à terra, as formas de apropriação, as relações de trabalho e os sujeitos sociais envolvidos nas contendas. Em muitos desses processos, senhores de terras e membros da elite agrária apareciam litigando com trabalhadores rendeiros, agregados e posseiros, em um jogo de forças opostas, em que o poder dos fazendeiros e a resistência dos trabalhadores se faziam visíveis quando a questão era levada à justiça. Assim, para este estudo, é imprescindível a compreensão de como essas forças opostas apresentavam suas versões, revelando, nesses pleitos, laços e vínculos de desavenças, de amizades e de solidariedade entre os envolvidos direta e indiretamente nos conflitos.
- ItemMaria “Filipa” presente!: análise de construção de memórias e participação de Maria Filipa nos livros didáticos de história do ensino médio(Universidade do Estado da Bahia, 2022-11-23) Vieira, Lucineide Santos; Vieira Filho, Raphael Rodrigues; Moura, Milton Araujo; Fernandes, Mille Caroline Rodrigues; Cardoso, Cláudia PonsO presente trabalho objetiva analisar a maneira como os livros didáticos de História do Ensino Médio, distribuídos pelo Programa Nacional do Livro Didático (PNLD/2018), retratam a memória de Maria Felipa de Oliveira (?-1873), mulher de origem pobre, negra, pescadora, marisqueira, capoeirista que participou de modo aguerrido, no período do processo de Independência do Brasil, na chamada Guerra da Independência (1822-1824). Para tanto, foram analisados os capítulos de livros didáticos que versam sobre o processo da Independência das obras que compõem as coleções de maior predileção dos professores, distribuídas pela PNLD/2018. Na primeira parte dessa pesquisa, refletimos sobre a função do livro didático e, em especial, daqueles voltados ao ensino de História, como instrumento de poder, sua relação com o currículo e a legislação, voltados para o combate ao racismo e à promoção da educação étnico-racial. Em seguida, por meio de um breve percurso histórico, abordamos a criação do PNLD, bem como analisamos os documentos reguladores que norteiam a escolha dos livros didáticos aprovados e distribuídos pelo PNLD/2018: o edital e os guias voltados para o ensino de História. Na segunda parte, tendo como aporte teórico os estudos de especialistas, refletimos sobre o papel da teorização feminista e das lutas das mulheres negras. Logo apresentamos um diálogo com os teóricos em memória, identidade e representação, analisamos os fatores que geraram o silenciamento/esquecimento dos feitos de Maria Felipa de Oliveira nas lutas contra o colonialismo lusitano. Em seguida, baseando-nos na metodologia da Nova História, apresentamos os resultados da minuciosa pesquisa documental, realizada em repositórios digitais e outros acervos, apresentamos os feitos de Maria Felipa, prestando-lhe o devido reconhecimento, revelando-a para além do imaginário popular regional. E, na última parte, retratamos a análise da busca pela representação de nossa personagem e suas façanhas nos conteúdos da História da Independência do Brasil nos três livros didáticos selecionados. A metodologia utilizada foi baseada na identificação e análise de imagens e textos que apresentassem alguma abordagem sobre a temática recortada na presente pesquisa. A partir do que foi analisado, identificamos que nos conteúdos dos capítulos dos referidos livros didáticos a representação da memória de Maria Felipa de Oliveira e sua participação nas lutas pela Independência, ainda que guardada e recontada aos longos dos anos pela memória dos itaparicanos, continua, infelizmente, em grande parte, silenciada e esquecida, ou seja a mulher negra, como sujeito ativo na constituição da historiografia de nosso país, ainda continua negligenciada nos livros didáticos analisados e, ainda, arriscamos dizer que em outros tantos volumes de semelhante abordagem.
- ItemUm olhar sobre as Ciências Sociais na Bahia: história de um campo em formação(2019-08-20) Cruz, Luciana Pereira de Oliveira; Souza, Sueli Ribeiro da Mota; Almeida, Claudio Roberto dos Santos; Couto, Edilece Souza; Brito, Gilmario Moreira; Menezes, Jaci Maria Ferraz; Vieira Filho, Raphael RodriguesEsta tese analisa a História das Ciências Sociais na Bahia, desde a origem dos primeiros registros de estudos sobre temas sociais até a formação dos cursos na atualidade. Tendo como objetivo principal fazer uma reflexão sobre a trajetória de vida e experiências de sujeitos envolvidos com o tema em diferentes períodos históricos e contextos. Trata de discutir a presença dos primeiros pesquisadores brasileiros e estrangeiros que estudaram temas sociais na Bahia; as influências de diferentes áreas de conhecimento (medicina, direito e engenharia), para formação dos primeiros grupos de interpretes da sociedade baiana e os estudos de comunidade. Entre estes interpretes estão: Nina Rodrigues, Euclides da Cunha, Teodoro Sampaio, Manuel Quirino, Gilberto Freyre, Donald Pierson, Charles Waghey. Apresenta a formação das primeiras instituições de ensino superior do Estado; da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade da Bahia. Destaca a criação do curso de Ciências Sociais na UFBA, com a participação de Isaias Alves, Anísio Teixeira, Thales de Azevedo, Luiz Aguiar Costa Pinto, Guerreiro Ramos e Vivaldo Costa Lima; as Escolas de Sociologia e Política de Salvador e Vitória da Conquista. Além de destacar a presença feminina de professoras e pesquisadoras como Ruth Landes, Maria Isaura Pereira de Queiroz, Edith Mendes da Gama de Abreu, Zahidé Machado Neto, Maria Davis de Azevedo Brandão, Consuelo Pondé de Sena e Josildeth Consorte que desenvolveram estudos sobre temas sociais na Bahia. É uma pesquisa histórico e documental realizada nos Arquivos do Departamento de Ciências Sociais da UFBA; nos Arquivos do Museu Pedagógico de Vitória da Conquista (UESB); nos Arquivos de Teses Raras da Biblioteca dos Barris em Salvador-BA; no Arquivo Municipal de Salvador. Baseado na análise de teóricos como E.P.Thompson, Sergio Miceli, Thales de Azevedo, Lucia Luppi de Oliveira, Enrique Dussel, investiga como ocorreu a formação em Ciências Sociais no Estado. Por último, analisa a construção do curso na UFBA, UESB e UNEB a partir da matriz curricular em cada instituição e quais os desdobramentos para produção de conhecimento na Contemporaneidade.
- ItemTrajetórias formativas e registros biográficos de mestras de capoeira(2021-12-21) França, Ábia Lima de; Leiro, Augusto Cesar Rios; Vieira, Luiz Renato; Conrado, Amélia Vitória de Souza; Araujo, Rosangela Janja Costa; Vieira Filho, Raphael RodriguesA presente tese buscou analisar as trajetórias formativas e os registros biográficos de mestras de capoeira. Trata-se de um estudo de natureza qualitativa que lançou mão dos seguintes dispositivos: levantamento documental, questionário online e relato oral. A primeira etapa do estudo foi identificaras produções científicas e cinematográficas sobre as mestras de capoeira; a segunda, compreender os desafios e as potencialidades das trajetórias formativas das mestras; e a terceira, apresentar os registros biográficos de mestras de capoeira. Os resultados da pesquisa apontaram a escassez de estudos sobre a capoeira e as relações de gênero nas áreas da Educação, Educação Física e Gênero/Feminismo e a pouca visibilidade da presença das mulheres na capoeira a partir das produções cinematográficas. As trajetórias formativas das mestras na pequena e grande roda foram atravessadas por obstáculos da condição de ser mulher. As mestras têm buscado lutar em distintos espaços contra os preconceitos e colaborado para a manutenção e propagação da capoeira.
- ItemYalodês em movimento: mulheres negras, contos afro-brasileiros e o racismo na escola(Universidade do Estado da Bahia, 2022-06-27) Reis, Larissa de Souza; Vieira Filho, Raphael Rodrigues; Nogueira, Claudete De Sousa; Santana, Marise de; Fernandes, Mille Caroline Rodrigues; Cardoso, Claudia Pons; Silva, Valdélio SantosA presente pesquisa, intitulada “Yalodês em Movimento: Mulheres Negras, Contos Afro-Brasileiros e o Racismo na Escola” visa analisar de que maneira o estudo sobre contos afro-brasileiros de Candomblé da Bahia pode contribuir para o processo de enfrentamento de professoras negras diante do racismo na escola. Com esse intuito, expomos como objetivos específicos: investigar o contexto histórico da diáspora africana de povos bantu e yorùbá no Cabula; averiguar o papel das narrativas de tradição oral afro-brasileira para a educação antirracista, por meio da consulta a Candomblecistas; promover um estudo coletivo sobre contos afro-brasileiros com professoras negras de uma escola pública de Salvador, por meio de grupo focal e oficinas artísticas; observar como o processo de estudo e discussão acerca dos contos, com as professoras/o professor da pesquisa, pode revelar elementos de identificação e de combate ao racismo na escola. A investigação, de natureza qualitativa, segue o viés da pesquisa participante e tem como instrumentos de produção de dados: diário de bordo da pesquisadora; conversas informais; observação participante; entrevista semiestruturada; gravador de áudio; o aplicativo Whatsapp; as plataformas Zoom, Google Meet e Teams; grupo focal, oficinas artísticas e diário de bordo das/do professoras/professor. Este trabalho pode proporcionar um espaço reflexivo de âmbito socioeducativo e acadêmico, pelo investimento na valorização de discussões descolonizadoras, como forma de aproximação de análises em torno do racismo ocorrido em espaços socioeducativos.