Navegando por Autor "Souza, Vaneza Oliveira "
Agora exibindo 1 - 1 de 1
Resultados por página
Opções de Ordenação
- ItemRelações étnico-raciais e de gênero no contexto das práticas pedagógicas: escrevivências e (re)invenções na educação básica(2020) Souza, Vaneza Oliveira ; Miranda, Carmélia Aparecida Silva; Silva, Ana Lúcia Gomes da; Oliveira, Iris Verena Santos de; Barros, Zelinda dos SantosEsta pesquisa tem como objeto de estudo as práticas pedagógicas que tratam sobre relações étnico-raciais e de gênero em uma escola estadual localizada no município de Iraquara-BA. O objetivo geral é compreender, a partir das narrativas da experiência docente, como se configuram as discussões sobre raça e gênero na escola lócus e suas principais implicações nas práticas pedagógicas das/os professoras/es. Para tanto, nos ancoramos na perspectiva epistemológica das teorias pós-críticas em educação e no método da etnoescrevivência que alia pressupostos da etnografia crítica e da escrevivência (EVARISTO, 2005; 2007; 2009; SOARES; MACHADO, 2017), compondo um caminho metodológico onde as narrativas da experiência ganham centralidade na investigação, a qual prevê problematização e intervenção sobre a realidade. A pesquisa é comunicada através de Cartas Pedagógicas, gênero que pressupõe aproximação, vivência, posicionalidade e interlocução com leitoras/es. Dialogamos com intelectuais, pesquisadoras e feministas negras como Akotirene (2018), Gomes (2002; 1996; 2012), hooks (2017), Kilomba (2019), Lima (2015) e outras/os. As/os participantes, coautoras/es da pesquisa, são professoras/es e alunas da instituição. Como dispositivo de interpretação de dados foi utilizada a escrevivência, construindo as interpretações a partir das redes de sentido que emergiram das narrativas das/os colaboradoras/es. Os resultados apontaram para a reinvenção da escola e sua movimentação transitória de mudanças através do projeto institucional que discute o tema das relações étnico-raciais, integrando também o tema gênero. A partir do projeto a escola tem possibilitado momentos formativos e vem afetando professoras/es de várias áreas do conhecimento na construção de práticas pedagógicas e curriculares com os temas durante parte significativa do ano letivo, em especial no ano 2019. As narrativas evidenciaram ainda que existe um movimento inicial de práticas pedagógicas que transgridem hegemonias raciais e de gênero, por um coletivo docente desejoso e atuante na descolonização do currículo e das relações escolares, que percebe os processos formativos como “espaçotempos” importantes para refletir e reelaborar o trabalho. As/os docentes colaboradoras/es narraram suas experiências com práticas pedagógicas insurgentes e mostraram-se abertas/os para escutar as estudantes e refletir sobre suas impressões e sugestões e reconfigurar essas práticas, (re)inventando seus modos de ser e estar na docência de forma autoral. Permanecem como desafios principais na escola, estabelecer diálogo entre as distintas áreas do conhecimento e componentes curriculares, romper as amarras do currículo determinado, ampliar análises interseccionais e afetar mais professores/es para trilhar o caminho de construção de práticas pedagógicas antirracistas e antissexistas como compromisso político durante todo ano letivo. A intervenção foi operacionalizada através do Ateliê de Pesquisa, dispositivo de construção de dados e alteração da realidade. Os desdobramentos do acompanhamento do campo integram as ações do projeto institucional e a formação do coletivo de mulheres/estudantes na escola em 2021-2022.