Navegando por Autor "Soares, Cecília Conceição Moreira"
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- ItemCuidado e saúde no terreiro Bandalecongo: orientando uma proposta de educação afrocentrada para a saúde no município do Juazeiro-BA(2018) Regis, Keith Emanuelle Matias; Miranda, Carmélia Aparecida Silva; Paz, Maria Glória da; Soares, Cecília Conceição Moreira; Conceição, Joanice SantosEsta pesquisa tem como objetivo compreender como os princípios e as concepções sobre saúde e cultura dos povos afrodescendentes de terreiro podem subsidiar processos de educação afrocentrada para a saúde. Acredita-se que esse caminho aponta possibilidades para o desenvolvimento de espaços de formação e afirmação da história, cultura e saberes da população afro-brasileira, auxiliando na construção de um projeto de ensino que assuma a função social da escola enquanto espaço de transformação e formação de sujeitos capazes de intervir em suas realidades, além de potencializar a condução de práticas educativas que promovam saúde para a população negra. Para isso, utilizaremos, como pressuposto epistemológico, a afrocentricidade, uma vez que ela tem se apresentado como recurso para o agenciamento e a valorização da história e cultura africana. O processo de pesquisa foi desenvolvido no Terreiro Bandalecongo, localizado no Bairro Palmares, no município de Juazeiro-BA, através da articulação com as instituições de educação em saúde (escolas e unidades de saúde) localizados nesse bairro e em bairros circunvizinhos. Assim, optamos pela pesquisa do tipo qualitativa, e nos baseamos no método conduzido pela pesquisa participativa e na teoria fundamentada em dados. A referida metodologia interage com o pesquisador e com o espaço de estudo, possibilitando a realização de uma pesquisa coletiva que, ao mesmo tempo, se configura como um processo educativo conscientizador, que também auxilia na produção de conhecimento que referenciada na história e nos saberes dos povos africanos e da diáspora. Para tanto, utilizamos, como dispositivos de produção de dados, fotografias, círculos de cultura e entrevistas sínteses, que foram analisadas segundo o processo de codificação da teoria fundamentada em dados e servirão para produção de um curta-metragem, que poderá ser utilizado como ferramenta mediadora em processos educativos. Nesse movimento, a afrocentricidade e as produções teóricas em torno da cosmovisão e práticas de saúde dos povos de terreiro nos auxiliaram com conceitos sensibilizantes para o desenvolvimento pde processos de comparação entre as categorias produzidas. No processo de análise, identificouse a existência de um processo de manutenção e resistência de um sistema de saúde africano e ancestral no Terreiro Bandalecongo, que promove estratégias de avaliação e cuidado para a população negra, enraizados na vivência comunitária, relação com a natureza, práticas de cuidado através de plantas e ervas medicinais, acolhimento e fortalecimento espiritual, provocando processos de promoção de saúde da população negra, fortalecimento de identidade africana, (re)orientação nos caminho e posição diante da vida e incentivo à organização e participação política na luta pela libertação e emancipação da população negra. Para isso, são desenvolvidas estratégias de educação que possibilitam autonomia, participação e vivência em rituais afro-brasileiros, promovendo condições de saúde e luta para a população africana da diáspora brasileira. Diante disso, planejou-se uma intervenção, de modo que as ações possibilitem a ampliação e divulgação do conhecimento produzido durante a pesquisa e fortaleça o movimento incentivado durante a aplicação da metodologia proposta. Destaca-se, por fim, que a intervenção foi planejada e realizada de forma coletiva junto aos participantes, durante o processo de pesquisa.
- ItemEspaço denegrido, corpos pretos e lugar de ancestralidade: estudo afroperspectivo sobre a rua do Curuzu no bairro da Liberdade, Salvador – Bahia(2022-04-11) Silva, Denis Harmony Santos da; Soares, Cecília Conceição Moreira; Cunha, Marcelo Nascimento Bernardo da; Vieira Filho, Raphael RodriguesEsta pesquisa situa-se no campo da História Social, em dialogicidade com a Etnohistória afroperspectivista e pautada numa abordagem multirreferencial dos conhecimentos sociais e das ciências humanas, como a Antropologia, Geografia e Filosofia, na tentativa de formular uma leitura a respeito dos elementos ancestrais e de ancestralidades a partir do olhar transvisto e decolonial acerca dos espaços enegrecidos e dos corpos pretos. Neste sentido, o estudo tem por objetivo analisar a ancestralidade africana e afrodiaspórica na Rua do Curuzu a partir da formação identitária e de negritude de seus moradores em conformidade com os espaços dos terreiros de candomblés do bairro da Liberdade. Sob esta ótica, a pesquisa propõe reconhecer o espaço geográfico enquanto lugar, ou seja, espaço de pertencimento, vivência e afetividade dos corpos pretos em movimentos na construção do entendimento a respeito da territorialidade ancestral e de ancestralidade. Nota-se que o espaço-territorial de investigação escolhido foi a Rua do Curuzu, localizado na grande comunidade do bairro da Liberdade, na Cidade de Salvador, no Estado da Bahia; optou-se também em observar os terreiros de candomblés Acè Jitolu e Vodun Zó, ambos localizados na Rua do Curuzu e correspondente a identidade coletiva Jeje Savalú. Além disso, foram coletados relatos orais dos moradores e ex-moradores das localidades, através de entrevistas semiestruturais, para análise da discussão. Buscar-se-á, com isso, reconhecer os sentidos e significados da ancestralidade afrodiaspórica e afro-religiosa presente no bairro a partir do cotidiano e vivencial de seus moradores.
- ItemSer e não ver/ver e não ser: a questão racial e o silêncio no colégio estadual de Junco(2018) Lopes, Renata Freitas; Miranda, Carmélia Aparecida Silva; Soares, Cecília Conceição Moreira; Barros, Zelinda dos SantosEste texto apresenta os resultados da pesquisa desenvolvida no âmbito do Colégio Estadual de Junco, que buscou investigar o silêncio pedagógico e institucional sobre os temas relacionados às questões étnico-raciais em seu espaço e a relação deste silêncio na percepção da identidade racial dos alunos que compõem sua clientela, através de um estudo de caso utilizando os instrumentos e técnicas da etnometodologia e da pesquisa participante, bem como a pesquisa documental. Constatamos através dos discursos do alunado, presentes em questionários de pesquisa, que existe realmente uma ausência desses temas nas ações do Colégio, e que a situação do aluno afrodescendente não é levada em consideração dentro do trabalho pedagógico do CEJ. Tal situação, também verificada nos documentos institucionais, nos leva a afirmar que a Lei 10.639\03 não se efetiva na unidade, colaborando para que situações de discriminação e preconceitos ainda sejam veiculadas através de discursos e silêncios no espaço escolar, contribuindo para o processo de negação desses alunos acerca de sua própria identidade. Buscamos, no texto, apresentar revisão bibliográfica ancorada em pesquisas e autores que discutem as relações étnico raciais como Munanga (1994, 1996, 2004) Gomes (2003, 2005), Cavalleiro (2003, 2005), os processos de reconhecimento da identidade cultural com Hall (2003,2004), Ferreira (2009) ,e os conceitos de cultura escolar como Barroso (1996), Viñao Frago (2000) e Julia (2001) buscando a compreensão de como se elaboram e sistematizam as construções sobre as diferenças raciais, e, de que forma são representadas no espaço escolar, as contribuições da população e da cultura negra na formação do país. Pretendemos, dessa forma, articular as noções de identidade racial dos sujeitos com a percepção do espaço da escola como território de construção de representações e identidades coletivas. Entendemos o espaço do Colégio Estadual de Junco, como um organismo único, que recebe e reproduz, através de seus alunos, o todo cultural no qual se insere e, percebemos que o discurso isonômico muito interfere no complexo processo de construção das identidades e nas relações estabelecidas entre os sujeitos. Acreditamos que, a partir deste trabalho, teremos possibilidade de colaborar com uma nova postura política diante da questão racial no lócus da pesquisa, contribuindo com a efetivação das Leis 10.639\03 e 11.645/08, na medida em que trazemos ao espaço escolar a visão plural diante da questão racial, e a compreensão dos desdobramentos desta com as questões sociais, culturais, históricas e políticas de nosso alunado.