Navegando por Autor "Silva, Saul Vislei Simões da"
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- ItemDesenho estrutural, síntese e atividades antioxidante, antimicrobiana, antileishmania, anti-inflamatória e anticâncer de um novo derivado acetilado da quercetina(2021-10-29) Silva, Saul Vislei Simões da; Santos Júnior, Aníbal de Freitas; Santana, Lourenço Luís Botelho; Meira, Cassio Santana; Costa, Silvia LimaA quercetina é um flavonóide com ação antioxidante e desperta interesse como agente biológico, em especial como potencial agente anticâncer. A baixa solubilidade em água, o extenso metabolismo enzimático e a reduzida biodisponibilidade limitam o emprego biofarmacológico dessa molécula. Esse trabalho objetivou realizar uma modificação estrutural na molécula da quercetina (Q) para a obtenção do análogo quercetina pentaacetato (Q5), visando investigar a sua atividade antioxidante e potencialidades biológicas, em culturas celulares. A rota sintética orgânica consistiu na reação da quercetina (300 mg) com anidrido acético (0,80 mL) e piridina (7,5 mL). O composto obtido foi caracterizado por infravermelho com transformada de Fourrier (FTIR) e por Ressonância magnética nuclear (RMN 1H e 13C). Os sinais dos espectros obtidos evidenciaram a reação de acetilação total. Avaliou-se o potencial antioxidante de Q e Q5 frente ao radical [2,2’-azino-bis (3-etilbenzotiazolin) 6- ácido sulfônico] – ABTS•+. Em seguida, foi avaliado o potencial antibacteriano dos compostos (Q e Q5) pelo método de microdiluição em caldo, e a concentração inibitória mínima (MIC), foi determinada frente às cepas das bactérias Staphylococcus aureus, Bacillus subtilis e Pseudomonas aeruginosa e o efeito fungicida frente à cepa de Cândida albicans. A atividade antileishmania foi realizada pelo teste de citotoxicidade, em culturas axênicas de promastigotas das espécies de Leishmania amazonensis e Leishmania braziliensis. Posteriormente, foi avaliado o potencial anti-inflamatório dos compostos (Q e Q5) através da dosagem da citocina pró-inflamatória fator de necrose tumoral (TNF) e da produção de óxido nítrico (NO), em sobrenadante de macrófagos do exsudato peritoneal de camundongos da linhagem BALB/c, ativados com Lipopolissacarídeo (LPS) e interferon gama (INF-Y). Em adição, foram realizados testes de citotoxicidade pelo método do AlamarBlue, em células cancerígenas da linhagem HepG2 (hepatocarcinoma humano), HL-60 (leucemia promielocítica) e MCR-5 (fibroblastos saudáveis de pulmão humano), e o teste de citotoxicidade do 3-(4,5- di metil tiazol -2-il) -2,5-di fenil brometo de tetrazólio (MTT), para avaliar o potencial anticancerígeno frente a culturas de células C6 (glioma de ratos). Os resultados mostraram que a quercetina foi pouco reativa, nas tentativas de rotas sintéticas reacionais realizadas, entretanto Q5 foi obtido com um rendimento de 54%. Os espectros FTIR e RMN confirmaram as substituições das hidroxilas da molécula da quercetina por grupos acetato, formando o composto Q5. Na análise da atividade de sequestro de radicais livres (ROS) pelo radical ABTS•+, Q5 apresentou atividade inferior (18%, CI50 = 379,560 ± 0,004 µM), quando comparado com Q (29% CI50 = 188,850 ± 0,003 µM), o que se justifica pela substituição das hidroxilas na reação de acetilação. Os compostos (Q e Q5) não demostraram atividade antimicrobiana (MIC> 100 µg mL-1 ). A quercetina não apresentou atividade antileishmania (CI50 > 100 μM) para as espécies testadas. Para a L. braziliensis, o derivado Q5 não demonstrou atividade (CI50 > 100 μM), porém, para L. amazonensis, o análogo exibiu menor valor de CI50 (75,1 ± 4,7 μM). Na atividade anti-inflamatória, os tratamentos com os compostos (Q e Q5) mostraram redução, de forma concentração dependente, sobre a produção de NO e de TNF (p< 0,05). Interessantemente, observou-se uma atividade superior das duas moléculas testadas em concentrações acima de 40µM, quando comparadas com o fármaco padrão, a dexametasona (20 µM). Não foram observadas diferenças estatísticas entre os compostos testados. A atividade anticancerígena para a linhagem HepG2 demostrou valores de CI50 >80 µM para a quercetina e CI50 de 53,86 µM para o análogo obtido. Para a linhagem HL-60, Q5 apresentou valor de CI50 superior ao da quercetina (33,55 e 51,26, respectivamente), demostrando seletividade da molécula sintetizada na indução de morte em células cancerígenas, quando comparada a linhagem de células saudáveis MRC5 (IC50 > 80 µM). Finalmente, a partir do MTT realizado em células C6, evidenciou uma superioridade citotóxica de Q5 (CI50 = 11 µM) quando comparado com a quercetina (CI50 >50 µM), além da promoção de modificações morfológicas celulares para perfis arredondados, ainda não observados na literatura. Conclui-se que o análogo quercetina pentaacetato apresentou efeitos biológicos potenciais, quando comparado com o bioflavonóide quercetina, podendo ser promissor para futuras investigações mais aprofundadas frente a outras culturas celulares, em especial as neurais.