Navegando por Autor "Silva, Fernanda Priscila Alves da"
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- Item“Fazer o corre e ter o pão de cada dia”: participação política, dinâmicas de socialização e educação em famílias de putas(2021-04-15) Silva, Fernanda Priscila Alves da; Costa, Lívia Alessandra Fialho da; Piscitelli, Adriana Gracia; Costa, Livia Alessandra Fialho da; Sousa, Fabiana Rodrigues de; Lemos, Ana Claudia; Messeder, Marcos Luciano LopesO foco desta tese é a análise das narrativas das mulheres trabalhadoras sexuais – Autorreferenciadas mulheres da batalha – sobre suas práticas e dinâmicas de socialização, formação, cuidado e educação dos seus filhos e filhas. Trata-se de um estudo empírico, de cunho exploratório, realizado entre os anos de 2017-2021. O referencial teórico se circunscreve ao campo de estudos em educação e dialoga com referenciais teóricos da Sociologia, da Antropologia e da Psicologia. Tais referenciais favorecem a compreensão de como um processo de socialização e cuidado que permite às pessoas tornarem-se e constituírem-se sujeitos, em um movimento dialético e dialógico, onde a relação entre as pessoas, no processo de cuidado, educar-se e socializar-se é sempre uma relação entre outros, entre mãe/pai (cuidadores) e filhos (as), educador(a) e educandos(as), entre as pessoas e o mundo que o cerca. O grupo pesquisado é composto de mulheres de baixa renda, em exercício de prostituição, prevalecendo idade a partir dos 35 anos, além de um grupo mais amplo de pessoas que consiste do grupo que compõe os familiares e rede de apoio e cuidado das crianças e socialização e educação dos filhos e filhas. As trabalhadoras sexuais entrevistadas neste estudo são, em sua maioria, autodeclaradas negras, de famílias de camadas populares. A pesquisa realizou-se por meio de visitas a locais onde as mulheres da batalha se encontram: praça, rua, bares, unidades domiciliares com o objetivo de conhecer as redes de relações e apoio onde elas exercem o cuidado como forma de educação e socialização de seus filhos e filhas. Foi realizada uma aproximação das interlocutoras da pesquisa, sendo elas, ora as próprias trabalhadoras sexuais, ora alguns filhos adultos que aceitaram participar da pesquisa. As técnicas foram entrevistas, histórias de vida, histórias de família, contatos com as famílias e mais outras técnicas como, por exemplo, a observação e construção etnográfica. Os resultados apontaram que as famílias das trabalhadoras sexuais, as famílias de Putas, não se diferenciam em termos de organização dos outros modelos de famílias. Entretanto, a convivência com mães trabalhadoras sexuais constroe sujeitos com olhares diversificados e abertos às questões apresentadas pelo Movimento de Trabalhadoras Sexuais. Por outro lado, o processo de organização e colaboração das trabalhadoras sexuais preconiza uma forma de cuidado pautada na solidariedade, rede que se apoia e organização coletiva no processo de socialização e educação dos filhos e filhas: a roda colaborativa é uma expressão de como as redes de afeto contribuem no “corre” das mães que também são Putas.
- ItemMulheres pobres em circulação: aprendizados e saberes construídos na batalha das ruas de Salvador(2015-02-09) Silva, Fernanda Priscila Alves da; Costa, Lívia Alessandra Fialho da; Sousa, Fabiana Rodrigues; Pacheco, Ana Claudia LemosEsta dissertação investiga os processos de mobilidade, movimento, socialização e construção de saberes de mulheres pobres, inseridas em contexto de prostituição, em Salvador, Bahia. As interlocutoras da pesquisa têm idades entre 30 e 65 anos e estão na batalha pela vida – expressão por elas utilizada para se referir ao trabalho como prostitutas nas ruas – desde a adolescência. Para este estudo foram entrevistadas 10 mulheres em seu local de trabalho (na Praça da Sé, Centro Histórico da cidade). O principal objetivo deste estudo consiste em estudar as trajetórias de vida, socialização, transformações e saberes de mulheres no cotidiano da prostituição. Mais especificamente, compreender os saberes construídos a partir deste cotidiano e o fazer-se/ formar-se mulher neste cenário. O referencial teórico está ancorado no campo de estudos autobiográficos em educação e numa perspectiva interdisciplinar de análise, conjugando orientações dos campos da psicologia (contextos familiares e construção de subjetividades) e da Antropologia (ao considerar a socialização um eixo importante para composição de uma etnografia das interações). São considerados como referencial secundário que ampara comparativamente as análises, estudos sobre prostituição e mercados do sexo, considerando principalmente alguns aspectos: a prostituição e o mercado do sexo, entendidos como processos de deslocamentos e transnacionalização; processos de socialização e mobilidades ocorridas no espaço, neste caso, a rua (praça) entre os diversos atores que circulam neste contexto; as construções de saberes e aprendizados realizados nestes (e a partir) destes espaços e vivências. As principais categorias norteadoras foram: socialização, educação, prostituição e trajetórias de vida sendo a categoria batalha uma expressão que emerge do campo no fazer e construir a pesquisa. Os resultados apontaram que a rua, enquanto contexto educativo constrói e transforma saberes através da inclusão de uma constelação de participantes que compõem, para além dos clientes, redes móveis de relacionamentos. Os aprendizados, ou em outras palavras, a educação – aqui pensada como forma/lugares de constituição de sujeitos – imprime nas dinâmicas sociais desta prática uma maneira própria de vivenciar o mundo e de atribuir sentidos e significados àquilo que é vivido a partir de tramas e enfrentamentos cotidianos da batalha na rua.
- ItemProcessos educativos no ilê àsé ôni ófélélé: ancestralidade, reciprocidade e empoderamento sociocultural(2022-05-31) Nascimento, Patrícia Ribeiro do; Messeder, Marcos Luciano; Costa, Lívia Alessandra Fialho da; Silva, Fernanda Priscila Alves daEsta dissertação tem como objetivo compreender os processos educativos desenvolvidos na Comunidade Tradicional Terreiro de Candomblé Ilê Àsé Ôni Ófélélé e entender de que maneira os processos educativos no espaço do terreiro se expressam em sentidos de ancestralidade, reciprocidade e empoderamento sociocultural. Esta pesquisa, portanto, diz respeito ao terreiro como um microcosmo de relações humanas, de gestão participativa e comunitária, pautado pelos valores civilizatórios africanos e afro-brasileiros e pela cosmologia nagô-yorubá. A metodologia desenvolvida foi o estudo etnográfico qualiquantitavo fundamentado pelo conceito de escrevivência cunhado pela intelectual Conceição Evaristo. Nesta pesquisa analisa-se o conhecimento transmitido e trocado por meio da oralidade e de práticas educativas fundamentadas pela ancestralidade a partir da aplicação de quarenta e cinco questionários organizados com perguntas objetivas e dissertativas, que foram aplicadas junto aos membros que participam ativamente da comunalidade. A presente dissertação considera como opções epistemológicas a apresentação e a valorização de diferentes narrativas e ciências, destacando, destarte, vivências e trocas como conhecimentos científicos e filosóficos, sem hierarquização de saberes. Ressalta-se ainda que tal estudo foi desenvolvido em diálogo com as diretrizes de trabalhos educativos estabelecidos pela Lei 10.639/2003, que evidenciam a necessidade de reconhecimento e pesquisas que propiciem reflexões sobre a história e memória de africanos e afro-brasileiros.