Navegando por Autor "Silva, Ana Célia da"
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- ItemA construção da identidade da criança negra na literatura infantil(Universidade do Estado da Bahia, 2020) Santos, Cremilda dos; Silva, Ana Célia daEste estudo tem como finalidade fazer uma abordagem sobre a importância da cultura afro-brasileira em bibliotecas e escolas da educação fundamental pública. Enfatiza a literatura infantil nas práticas pedagógicas em escolas como ferramenta de formação da identidade afro-brasileira. Tem como objetivo analisar a utilização da literatura infantil nas práticas pedagógicas em escolas da educação fundamental pública para a formação da identidade afro-brasileira, através de estudos utilizados na literatura por Rosemberg (1979), Negrão (1987), Munanga (2004), Silva A. (2011) dentre outros, sobre a construção da identidade do negro. Essa pesquisa foi desenvolvida por meio do método com abordagem qualitativa com enfoque na pesquisa bibliográfica e análise documental, tendo como universo investigativo utilização da literatura infantil nas práticas pedagógicas em escolas. Os instrumentos para a coleta de dados para a pesquisa bibliográfica foram constituídos por um roteiro composto de revisão de literatura de textos científicos, consulta em base de dados nacionais e internacional para o levantamento de artigos de periódicos, além de anais de eventos científicos, tese e dissertação. Vale destacar que a análise dos dados apontou que as bibliotecas e escolas precisam adotar a literatura infantil como ferramenta de construção da identidade do negro. A pesquisa apontou como técnicas ciclo de palestras com representantes do Movimento Negro nas escolas e ações culturais nas bibliotecas sobre a temática para divulgação e promoção da História e Cultura Afro-Brasileira
- ItemAções afirmativas e permanência estudantil nas universidades estaduais baianas(2021-03-26) Figueiredo, Otto Vinicius Agra; Queiroz, Delcele Mascarenhas; Zimmermann, Clóvis Roberto; D'Adesky, Jacques; Araújo, Marta Maria Oliveira Pacheco; Silva, Ana Célia da; Messeder, Marcos Luciano LopesA pesquisa tratou das ações afirmativas e da permanência estudantil nas universidades estaduais baianas (UNEB, UEFS, UESC e UESB), doravante representadas pela sigla UEBA. O principal objetivo foi identificar o nível de institucionalização que a ação afirmativa e a permanência estudantil ocupam nessas instituições públicas de ensino superior. Para perseguir tal objetivo, foi necessário descrever como se deu o processo de implementação das respectivas políticas nas UEBA e analisar de que maneira estão presentes nas resoluções, planos e relatórios de cada uma das universidades. Optou-se pela pesquisa qualitativa que tem por objetivo traduzir os sentidos dos fenômenos no mundo social e trata de reduzir a distância entre teoria e dados, entre contextos e ações. O método utilizado foi estudo de caso coletivo, que é apropriado para abordagens qualitativas de pesquisa e indicado para realização de exames detalhados de determinado objeto para que seja possível identificar categorias de observação, bem como a geração de hipóteses para novos estudos ou quando o estudo conjunto de alguns casos se faz necessário para compreender determinado fenômeno. A técnica de coleta de dados adotada na pesquisa foi a análise de documentos, que traduziram o processo de institucionalização das ações afirmativas e de permanência estudantil nas UEBA. O procedimento metodológico adotado na análise dos dados foi a triangulação teórica a partir de perspectivas interpretativas da teoria da justiça, teoria do reconhecimento e teoria decolonial. Para realizar a triangulação teórica foi elaborado modelo de análise para identificar os níveis de institucionalização das ações afirmativas e permanência estudantil nas UEBA, traduzidos em níveis básico, médio I e II e avançado. O modelo de análise integrou níveis de institucionalização do percurso da vida universitária levando em consideração o acesso, a permanência estudantil e a afiliação acadêmica e intelectual na perspectiva da universidade decolonial. Dentre os principais resultados encontrados pelo estudo destacam-se: a incidência política do movimento negro em pautar governos e o Estado brasileiro para que o enfrentamento ao racismo entrasse nas agendas e se tornasse política pública; o percurso da permanência estudantil no Brasil, que evidenciou o quanto a concepção dominante a associava ao suprimento das necessidades materiais dos estudantes, sendo que este estudo defendeu a permanência conectada às ações afirmativas alcançando dimensões materiais e imateriais; a triangulação teórica, que buscou as justificações e potencialidades das correntes para fundamentar as ações afirmativas e permanência estudantil na educação superior; e a análise das políticas de cada UEBA, que permitiu entender o percurso das ações afirmativas e da permanência estudantil e identificar os níveis de institucionalização com a aplicação do modelo de análise proposto. A tese apresentada pela pesquisa é a proposição do modelo e de indicadores de análise utilizados enquanto modelo prático-teórico para a implementação de ações afirmativas e da permanência estudantil na perspectiva da afiliação acadêmica e intelectual para a construção da universidade decolonial.
- ItemArtebagaço odeart ecos que entoam a mata africano-brasileira do cabula(2007) Nicolin, Janice de Sena; Luz, Narcimária Correia do Patrocínio; Santos, Inaicyra Falcão dos; Silva, Ana Célia da; Nunes, EduardoArtebagaço Odeart são perspectivas de linguagens mítico-poéticas que apelam para a episteme africano-brasileira, com o intuito de superar o etnocentrismo que alicerça as políticas públicas de Educação. A pesquisa parte da análise da experiência vivida pelo Grupo Teatral Artebagaço Odeart, num colégio público de Ensino Médio, na área de Língua Portuguesa, no bairro do Cabula em Salvador, Bahia. O Cabula é a territorialidade onde moram os fundadores do Grupo Teatral Artebagaço Odeart, a saber: três educadores, que, ao longo de 16 anos da experiência educacional, conseguiram reunir, aproximadamente, mil estudantes. A temática que caracteriza a pesquisa Ecos que entoam a mata africano-brasileira exprime a origem das distintas linguagens da territorialidade em estudo, que comunicam a experiência concebida e recriam um cenário artístico teatral que aborda a história e a tradição cultural africanobrasileira plantada no Cabula. Assim, a pesquisa se constitui num mosaico pluricultural que afirma a África recriada e resguardada na “mata africano-brasileira”, caracterizada pelas comunalidades tradicionais e suas dinâmicas de sociabilidade no Cabula. A abordagem teórico-metodológica é composta por autores cujas produções acadêmicocientíficas têm como referência o patrimônio africano-brasileiro, e que permite também o acesso a categorias analíticas fundamentais, a saber: arkhé, eidos, ethos, territorialidade, comunalidade, alteridade, civilização africano-brasileira, educação pluricultural. Adotou-se a abordagem etnográfica para atender à dinâmica espaçotemporal da territorialidade do Cabula, o que permitiu utilizar procedimentos metodológicos envoltos nas perspectivas “desde dentro para desde fora” e “vividoconcebido”, que enfatizam as elaborações mais profundas do conhecimento acumulado pelas comunalidades, e estabelecer um modelo operacional de análise e interpretação, intercambiando com os códigos de valores da territorialidade do Cabula e os códigos de valores da sociedade urbano-industrial etnocêntrica. Como principais resultados alcançados, destacam-se: as proposições pedagógicas que apelam para o repertório civilizatório africano-brasileiro, estabelecendo linguagens criativas para o cotidiano escolar, visando a promoção do direito à alteridade própria dos jovens do Ensino Médio; sua afirmação no âmbito do currículo escolar especialmente na área de Língua Portuguesa e suas perspectivas transdisciplinares, a exemplo daquelas relacionadas às áreas de História e Artes, capazes de promover os valores que estruturam as dinâmicas das comunalidades africano-brasileiras do Cabula.
- ItemA atuação das organizações negras baianas no campo da educação no período de 1970 a 1990(2013-04-12) Araújo, Jurandir de Almeida; Queiroz, Delcele Mascarenhas; Santos, Jocélio Teles dos; Silva, Ana Célia daA educação é uma das pautas de reivindicação e ação priorizada pelo Movimento Negro brasileiro, desde o pós-Abolição aos dias atuais. Movimento que, mesmo com todas as dificuldades, nas últimas décadas, tem conseguido dar visibilidade tanto às suas demandas à sociedade brasileira quanto à sua atuação na elaboração de políticas afirmativas de inclusão, reparação e respeito à diversidade, em todas as áreas sociais, principalmente, na educacional aonde as principais mudanças vêm acontecendo. No estado da Bahia, diferentes organizações negras, que emergem no meio social e político baiano a partir da década de 1970, vêm desenvolvendo atividades sociais, culturais e educacionais que visam a valorização do negro e da sua cultura. Atividades essas que nos instigaram a desenvolver a presente investigação, conduzida pela indagação: Quais os caminhos e estratégias utilizados pelas organizações negras baianas frente ao estado baiano e, em particular, ao sistema escolar, no sentido da construção de uma educação na perspectiva multicultural e antirracista na Bahia? O trabalho objetivou analisar as contribuições destas organizações na construção e promoção de uma educação que contemple a diversidade étnico-racial e cultural do povo brasileiro, no período de 1970 a 1990. Período no qual se observa as primeiras ações concretas, e a consolidação de uma educação plural, paralela ao sistema formal de ensino. O estudo afirmou a importância dessas organizações na construção e promoção de uma educação diferenciada na Bahia e, por conseguinte, no país. Apontou as contribuições mais expressivas dessas organizações junto à sociedade, junto às escolas e junto ao Estado baiano, na implementação de políticas públicas de promoção da igualdade étnico-racial. Acreditamos que este estudo poderá contribuir para a ampliação do debate em torno da democratização da educação, de modo amplo, e da educação da população negra em particular.
- ItemCadernos de educação do projeto de extensão pedagógica do Ilê Aiyê: um precursor das diretrizes curriculares da Lei 10639/03?(2007) Perin, Rosemary Rufina dos Santos; Silva, Ana Célia da; Queiroz, Delcele Mascarenhas; Luz, Narcimária Patrocínio Correia; Guimarães, Elias LinsEste trabalho é o produto da dissertação de mestrado denominado “Os Cadernos de Educação do Projeto Extensão Pedagógica do Ilê Aiyê: Precursores das Diretrizes Curriculares Nacionais da lei 10.639/03?1 ”. Buscamos investigar se os Cadernos de Educação do Projeto de Extensão Pedagógica do Ilê Aiyê podem ser considerados os precursores das Diretrizes Curriculares Nacionais da lei 10639/03, analisando o histórico que funda a Associação Bloco Carnavalesco Ilê Aiyê e consequentemente, os Cadernos de Educação do Projeto de Extensão Pedagógica do Ilê Aiyê. Foram identificados os seus temas mais relevantes para as Diretrizes Curriculares Nacionais da lei 10639/03, no intuito de apontar se os conteúdos dos Cadernos de Educação do Projeto de Extensão pedagógico do Ilê Aiyê podem trazer contribuição para essas Diretrizes. Essa pesquisa é de cunho qualitativo, na qual foi utilizada a técnica de análise de conteúdo e documental. Foram realizados o levantamento, bibliográfico, analise e interpretação dos conteúdos significativos dos cinco Cadernos do Ilê Aiyê. Os cadernos selecionados foram: o primeiro Caderno “Organizações de Resistência Negra” publicado no ano de 1995, que traz como dado relevante os quilombos, em especial Zumbi dos Palmares, a Frente Negra Brasileira, Filhos de Gandhi, Apaches do Tororó; O terceiro, “Zumbi 300 anosIlê Aiyê 21 anos” de 1996, como dado relevante tem a História de vida de Zumbi dos Palmares através do concurso artístico cultural promovido pelo PEP, Projeto de Extensão Pedagógica do Ilê Aiyê; o volume IV “As Forças das Raízes” publicado no mesmo ano que o anterior, aborda o Universo do Candomblé; O V, “Perolas Negras do Saber”, aponta varias celebridades negras na Religião, Política, Artes, Ciência, Educação e Esportes. O ultimo Caderno “Malês a Revolução”, em 2003, trata da influência da religião muçulmana, da revolução, seus participantes, o decorrer da revolução e o desfecho da mesma. Buscamos contribuir para o debate em torno da inclusão do Estudo da História da Cultura afro brasileira na Educação Básica. Os cadernos surgem no intuito de mostrar a História e a cultura africano - brasileira. Estes cadernos foram escolhidos devido à relevância dos seus temas que contribuem para a Cultura e História do povo africano e afro - brasileira. Enfim, podemos considerar que os cadernos são precursores das diretrizes curriculares nacionais por se tratar de um material singular que aborda a temática da civilização afro - brasileira, que já existia antes das diretrizes, embora não fosse o único. A partir deles muitos outros surgiram no intuito de contribuir para a temática da história e cultura afro - brasileira.
- ItemComemorações e fotografias: práticas de inovação pedagógico-cultural e os afro-brasileiros na Escola Maria Teófila – Amélia Rodrigues – Bahia(2008) Souza, Amós da Cruz; Matos, Wilson Roberto de; Ferreira, Edson Dias; Silva, Ana Célia daApresenta-se, neste trabalho, as práticas singulares dos alunos e professores da Escola Maria Teófila que, com suas festas e eventos comemorativos, instituíram a diversidade cultural no seu currículo, logrando, com isto, êxitos relativos à afirmação dos afro-brasileiros no cotidiano escolar. Na descrição dessa experiência étnico-pedagógica e suas relações culturais e étnico-raciais surge, indiretamente, a historicidade da cidade de Amélia Rodrigues (localidade do Recôncavo baiano onde prevalecem produtos do canavial, suas usinas e alambiques) no contexto da década de 1990, a partir da linguagem fotográfica e suas relações com as memórias e narrativas. O olhar, portanto, destaca a resistência e a negociação empreendidas por sujeitos que até então têm sido vistos nas margens da nacionalidade brasileira e suas práticas escolares. Numa análise cruzada desses dados no acervo fotográfico dessa unidade escolar, nos depoimentos orais de professores que atuaram nesses eventos e alguns documentos escritos pertinentes ao desvelamento dos sentidos e intenções dessa construção, alguns resultados surgem como propostas: a possibilidade dialógica dessa prática com a lei 10.639/03, que prevê o ensino formal da História e Cultura dos afro-brasileiros; uma potencialidade da humanização de alunos afro-brasileiros em situação de risco social em escolas públicas do Estado da Bahia como exemplo; a sugestão do pluralismo pedagógico mediante negociações e parcerias entre escola e comunidade.
- ItemAs contribuições da dança afro-baiana na construção da identidade étnico-racial dos dançarinos do grupo cultural Malê-Debalê(2007) Pereira, Jackson Jorge Almeida; Silva, Ana Célia daPriorizamos entender, nos limites dessa dissertação, o papel da dança afro no processo de construção da identidade negra. A dança afro aqui apresentada reúne, além de elementos de base africana, características de outras matrizes estéticoculturais (européias, brasileiras, balé clássico, jazz, dança moderna e outras.). A julgar pelos fundamentos exibidos pelos dançarinos, essa linguagem corporal fornece alicerces para a revalorização do negro e da sua rica história. O objetivo central dessa investigação é identificar de que modo a dança afro contribui para o processo de construção da identidade étnico-racial negra dos dançarinos do Grupo Cultural Malê Debalê. Notamos o efeito positivo que a dança afro sempre produziu na auto-estima, na auto-imagem, enfim, na vida dos dançarinos do Malê. Pensamos que se a dança afro, juntamente com o seu ritmo, canto, indumentária, penteado participa da formação de uma imagem positiva do negro em relação a si mesmo e ao seu grupo étnico, então ela tem papel relevante no processo de construção da identidade negra. Assim, decidimos tornar central a pergunta: “Qual a contribuição da dança afro no processo de construção da identidade étnico-racial dos dançarinos do Grupo Cultural Malê Debalê? No afã de conhecer o nosso objeto de investigação (a dança afro enquanto fornecedora de subsídios para a identidade negra), optamos por uma abordagem qualitativa, baseada na observação participante e nos estudos de caso, porque pude concentrar esforços na observação direta dos dados fornecidos pelos sujeitos investigados. A dança afro-baiana constitui expressão de arte e resistência negra, bem como uma possibilidade capaz de valorizar a diversidade cultural na escola. A análise e interpretação dos dados nos levaram a concluir que a prática da dança afro desenvolveu uma nova mentalidade nos sujeitos investigados, muito menos pela adesão aos objetos que mudaram a sua estética, mas sobretudo pela consciência e dignidade porque passaram a lutar.
- ItemDinâmicas para a escolarização da criança negra em Salvador: a experiência da Escola Criativa Olodum – ECO(2015-09-15) Santos, Simone Magalhães; Queiroz, Delcele Mascarenhas; Santos, Ana Kátia Alves dos; Silva, Ana Célia da; Costa, Livia Alessandra Fialho daO presente estudo debruça-se sobre a experiência da Escola Criativa Olodum (ECO) – uma escola não formal, localizada no Centro Histórico de Salvador-Ba – espaço no qual o fazer pedagógico está vinculado ao interesse do educando numa articulação permanente entre a educação escolarizada e as manifestações culturais de matriz africana. Nosso objetivo é analisar as dinâmicas1 que contemplam as práticas político-pedagógicas fundamentadas nas Diretrizes Curriculares para o Ensino da História e da Cultura Afro-Brasileira e Africana (Lei n. 10.639/03), as quais foram desenvolvidas na referida instituição entre os anos de 2000 e 2005, buscando identificar de que maneira essas práticas contribuíram para a construção da identidade étnico-racial dos que dela participaram, de forma a ampliar sua escolarização. O estudo suscita como investigação precípua a seguinte questão: Quais são os efeitos dessa experiência na vida dos estudantes que delas participaram? Qual a percepção desses sujeitos em relação à questão racial nos dias atuais? Ademais, em que medida essas práticas serviram de suporte e motivação para elevar a autoestima dos estudantes, possibilitando-lhes ampliar sua escolarização? Para tanto, a metodologia que norteia este trabalho consiste em uma abordagem qualitativa, a partir de referenciais teóricos, além da pesquisa de campo, por meio da técnica de entrevista com educandos da Escola Criativa Olodum e analise documental da instituição.
- ItemAs diversas manifestações do brincar e as suas contribuições na construção da cultura escolar: um estudo de caso em uma escola pública da zona rural do município de Serrinha – BA(2008) Nunes, Rosa Bernadete Pinto Paes; Messeder, Marcos Luciano Lopes; Carvalho, Maria Rosário Gonçalves de; Silva, Ana Célia da; Pereira, Ângela Maria Nunes MachadoA criança vem sendo apreendida e reconhecida como participante ativa na construção sóciocultural, com suas experiências, vivências e formulações sobre o mundo em que vive: a criança é um ator social e agente cultural que pode nos revelar aspectos significativos da sociedade. Esta pesquisa se insere, portanto, no panorama das investigações relacionadas à criança, com base na construção de um universo que lhe é próprio, diferenciado qualitativamente do mundo adulto, ainda que não isolado deste. Alinha-se aos estudos que compreendem as brincadeiras infantis como sendo uma expressão intrínseca às crianças, portanto, capaz de nos fornecer preciosas informações sobre a sua agência social e cultural. Busca uma aproximação entre as ciências sócio-antropológica e pedagógica, investigando as contribuições do brincar das crianças na construção da cultura da escola, através de um estudo de caso realizado na Escola Municipal Pedro Galiza, situada no Povoado Saco do Correio, zona rural do município de Serrinha, interior da Bahia.
- ItemA educação africana e afro-brasileira na escola mãe hilda: percepções e práticas(2017-05-04) Silva, Heloísa Ferreira da; Queiroz, Delcele Mascarenhas; Oliveira, Eduardo David de; Silva, Ana Célia daEste trabalho analisa as percepções e práticas sobre a Educação Africana e Afro-brasileira na Escola Mãe Hilda, nos contextos da lei 10.639 instituída em 2003, por considerá-la como um espaço de educação estruturado a partir da religião de matriz africana, do movimento negro e dos blocos afros. Discute as diferentes perspectivas da Educação Africana: Habte (2010; Wagaw (2010); Moore (2010) e da Educação Afro-brasileira: Ilê Aiyê (1995); Santos (2005); Junior (2011); Luz (2003) e também toma por base as Diretrizes Curriculares Nacionais - DCN (2004)). A metodologia é bibliográfica e empírica e identifica, a partir dos referenciais teóricos, a produção de conhecimentos das comunidades negras de Salvador para a educação contemporânea, através da observação do ambiente escolar. Analisam dados de entrevistas semiestruturadas com os sujeitos da pesquisa, as professoras, obtidos pelo método de análise de conteúdo Bardin (1977) com vinte categorias, com o intuito de analisar os relatos das professoras sobre as práticas desenvolvidas no cotidiano da escola. Observa que na Escola Mãe Hilda a educação é trabalhada na organização do espaço físico, na estética, no currículo, na existência de uma banda de percussão (Banda Erê), nos conteúdos dos cadernos de educação editados pelo Bloco Afro Ilê Aiyê e também no fardamento escolar. Constata que a comunidade em que está inserida a Escola Mãe Hilda é produtora de conhecimentos a partir das suas perspectivas, singularidades e estratégias, valorizando a educação africana e afro-brasileira, com referências nas experiências de vida religiosa, na produção cultural e estética do Bloco Afro Ilê Aiyê e convivência com Mãe Hilda.
- ItemEducação escolar quilombola: um estudo sobre os aspectos difundidos no quilombo rio das rãs(2014-12-05) Purificação, Josemar Oliveira; Messeder, Marcos Luciano Lopes; Macedo, José Jaime Freitas; Silva, Valdélio Santos; Silva, Ana Célia daA dissertação ora apresentada aborda uma investigação acerca da Educação Escolar desenvolvida nas instituições públicas de ensino situadas no Quilombo Rio das Rãs. Por meio de observações, análises de documentos e diálogos junto aos professores, gestores, equipe técnica e moradores da comunidade quilombola; a pesquisa buscou identificar por meio dos procedimentos metodológicos adotados e depoimentos coletados; a presença ou ausência das culturas produzidas in loco em relação com os conteúdos explorados nas salas de aula. Para fundamentar, utilizou-se como pressupostos as normas estabelecidas no que tange à Educação Etnicorracial e a Educação Escolar Quilombola.
- ItemHierarquias Raciais e de Gênero e Medidas de Reparação: Sobre a Participação das Mulheres Negras em Cursos Superiores no Marco das Ações Afirmativas(2007-11-30) Bonfim, Vânia Maria da Silva; Queiroz, Delcele Mascarenhas; Nascimento, Elisa Larkin; Mattos, Wilson Roberto de; Silva, Ana Célia daEsta dissertação trata da articulação entre racismo e sexismo como estruturantes do lugar hierárquico da mulher negra com alta grau de escolaridade (ensino superior). A desigualdade na participação das mulheres negras no ensino superior público, no marco da Ação Afirmativa, mais especificamente, é o foco da discussão aqui tecida. O espaço empírico escolhido para coleta de dados sobre as universitárias negras foi o campus I da Universidade do Estado as Bahia/UNEB, situado na cidade de Salvador. Através de questionários foram coletados dados sócio-econômicos e raciais dos universitários que ingressaram na UNEB no ano de 2005. Considerando que, como revelou a literatura sobre o tema, a desigualdade na participação racial no ensino superior recai com mais rigor sobre as mulheres negras auto-classificadas como “pretas”, centrou-se análise nesse grupo de mulheres. Contudo, supunha-se que o contexto de cotas para ingresso de negros configuraria uma nova e positiva situação de acesso e participação destas mulheres. Entretanto, os dados conduziram à inferência de que existe uma particular articulação entre o racismo e o sexismo como estruturantes dessa participação que, ainda que mais atenuadamente, sobrepõe a ação afirmativa, na modalidade de cotas, quando analisada a participação das auto-classificadas “pretas” nos diferentes cursos. A alta escolarização num sistema de ensino marcado pelo condicionamento de gênero e pela estereotipação racial, somada às condições precárias de vida forjadas pela exclusão racial, contribuem para perpetuar a dificuldade de elevar as mulheres negras, destacadamente as “pretas”, a cursos superiores que se revertem em prestígio simbólico e material na sociedade, mesmo com as cotas. Espera-se que esta investigação possa se constituir numa contribuição à avaliação e à análise das ações afirmativas, no que concerne a eficácia dessa medida reparatória frente ao modus operandi do modelo racial brasileiro. E, desse modo, contribuir para a criação de mecanismos de reparação do racismo perpetrado pelo modelo racial brasileiro, para alavancar da situação altamente desfavorável as mulheres negras, as quais antes da imputação de estigmas de negra, mulher e escrava, eram entes proeminentes em suas sociedades ancestrais.
- ItemHierarquias raciais e de gênero e medidas de reparação: sobre a participação das mulheres negras em cursos superiores no marco das ações afirmativas(2007) Bonfim, Vânia Maria Da Silva; Queiroz, Delcele Mascarenhas; Nascimento, Elisa Larkin; Mattos, Wilson Roberto de; Silva, Ana Célia daEsta dissertação trata da articulação entre racismo e sexismo como estruturantes do lugar hierárquico da mulher negra com alta grau de escolaridade (ensino superior). A desigualdade na participação das mulheres negras no ensino superior público, no marco da Ação Afirmativa, mais especificamente, é o foco da discussão aqui tecida. O espaço empírico escolhido para coleta de dados sobre as universitárias negras foi o campus I da Universidade do Estado as Bahia/UNEB, situado na cidade de Salvador. Através de questionários foram coletados dados sócio-econômicos e raciais dos universitários que ingressaram na UNEB no ano de 2005. Considerando que, como revelou a literatura sobre o tema, a desigualdade na participação racial no ensino superior recai com mais rigor sobre as mulheres negras auto-classificadas como “pretas”, centrou-se análise nesse grupo de mulheres. Contudo, supunha-se que o contexto de cotas para ingresso de negros configuraria uma nova e positiva situação de acesso e participação destas mulheres. Entretanto, os dados conduziram à inferência de que existe uma particular articulação entre o racismo e o sexismo como estruturantes dessa participação que, ainda que mais atenuadamente, sobrepõe a ação afirmativa, na modalidade de cotas, quando analisada a participação das auto-classificadas “pretas” nos diferentes cursos. A alta escolarização num sistema de ensino marcado pelo condicionamento de gênero e pela estereotipação racial, somada às condições precárias de vida forjadas pela exclusão racial, contribuem para perpetuar a dificuldade de elevar as mulheres negras, destacadamente as “pretas”, a cursos superiores que se revertem em prestígio simbólico e material na sociedade, mesmo com as cotas. Espera-se que esta investigação possa se constituir numa contribuição à avaliação e à análise das ações afirmativas, no que concerne a eficácia dessa medida reparatória frente ao modus operandi do modelo racial brasileiro. E, desse modo, contribuir para a criação de mecanismos de reparação do racismo perpetrado pelo modelo racial brasileiro, para alavancar da situação altamente desfavorável as mulheres negras, as quais antes da imputação de estigmas de negra, mulher e escrava, eram entes proeminentes em suas sociedades ancestrais.
- ItemHistória oral de vida de mulheres soropositivas: contribuições para a construção de uma proposta de educação em saúde(2009) Maia, Cátia Maria Santana de Andrade; Atayde, Yara Dulce Bandeira de; Silva, Ana Célia da; Pereira, Débora Silva CastroO presente trabalho discute alguns aspectos da disseminação do HIV/AIDS, que se dá em escala mundial, e cujo meio de transmissão principal, na atualidade, é a via sexual. Isto sugere um modelo de prevenção complexo, que trabalhe questões ligadas à sexualidade e ao comportamento sexual. A feminização da AIDS na população brasileira é uma realidade reveladora: mostra uma situação de desigualdade de poder vivida pelas mulheres em relação aos homens no exercício da sua sexualidade, e essa desigualdade se dá também entre as próprias mulheres, ou seja, quanto mais pobres, de menor escolaridade e pertencentes à população negra, maior sua vulnerabilidade à epidemia. Considera-se a educação em saúde uma das ferramentas principais no processo de prevenção e conscientização, quanto à não-disseminação do HIV/AIDS. Esta pesquisa buscou através da história oral de vida dessa mulher compreender se a vulnerabilidade da mesma advém: 1)da falta de uma educação em saúde que integre as questões de gênero; 2)da sua própria visão acerca da prevenção e, por fim, 3)de sua própria condição de soropositiva. Pretendemos que essas histórias de vida contribuam para sugerir uma proposta de educação para saúde, elaborada a partir da compreensão do próprio sujeito, valorizando o seu saber advindo de suas experiências. A metodologia utilizada foi a história oral de vida com análise especial das unidades temáticas, e ênfase nas questões concernentes à infecção pelo vírus HIV e a evolução para a AIDS. A colônia foi composta de onze mulheres soropositivas, entrevistadas no IFAInstituto Família Aids, situado no Bairro da Liberdade, num universo de mulheres negras e não-negras, na sua maioria das classes populares. Espera-se que esta investigação, através dos resultados apresentados, contribua para aproximar as políticas públicas de um cunho verdadeiramente educativo e humanizado, abarcando e refletindo a realidade da mulher pertencente às classes populares.
- ItemIntelectuais negros, memória e diálogos para uma educação antirracista: uma leitura de Abdias do Nascimento e Edison Carneiro(2013-09-16) Macêdo, Marluce de Lima; Mattos, Wilson Roberto de; Silva, Ana Célia da; Souza, Florentina da Silva; Queiroz, Delcele Mascarenhas; Cardoso, Paulino de Jesus FranciscoNesta tese, reflito sobre intelectuais negros, memória, tradição, insurgência e educação antirracista, tomando, como pano de fundo para discussão da temática abordada, o conjunto de obras de dois autores negros brasileiros: Edison Carneiro e Abdias do Nascimento, buscando traçar relações entre as temáticas centrais que orientam esta reflexão – memória, tradição e insurgência – e a escrita destes autores com o objetivo de desvelar se a mesmas podem ser traduzidas como novos quadros interpretativos sobre as experiências das populações negras no Brasil, a fim de contribuir para uma (re)configuração da memória destas populações e também para a construção de uma educação antirracista e multiculturalista. Assim, os debates realizados giram em trono de uma análise e de uma reflexão aprofundada sobre qual é a memória hegemônica nos processos educacionais institucionalizados e quais os conteúdos e proposições das obras dos autores selecionados. Por fim, situo estas obras num quadro de memória protagonizado por intelectuais negros(as), alicerçado no combate ao racismo e ao colonialismo e na criação/proposição de conhecimentos que têm como meta sociedades mais inclusivas e igualitárias. Alguns campos teóricos foram diálogos destacados: Estudos Culturais e Pós-coloniais, Estudos Étnicos e autores(as) negros(as) diversos(as) que tomo aqui como um campo de Pensamento Negro. Do ponto de vista do método, apresento uma proposição teórica a partir de Bakthin e Glissant, enfocando o dialogismo para uma leitura realizada enquanto uma tradução do discurso manifesto dos autores, mas, também, das linhas marginais do texto, privilegiando – como metodologia – a análise textual das fontes bibliográficas e das demais fontes.
- ItemItapuã tecendo redes de alianças comunitárias através da acra(2011-12-21) Divino, Jackeline Pinto Amôr; Luz, Narcimária Correia do Patrocínio; Júnior, Henrique Antunes Cunha; Silva, Ana Célia da; Souza, Leliana Santos deA história e legado socioeducacional da ACRA - Associação Crianças Raízes do Abaeté, como uma expressiva rede de alianças comunitárias é o cerne desta dissertação. A ACRA é organização sem fins lucrativos localizada no Parque Metropolitano do Abaeté em Itapuã, município de Salvador, Bahia, Brasil. A base filosófica da ACRA é a “pedra que ronca”, protagonista da história e memória viva de Itapuã, referência mítica que contemporaneamente “tece” as redes de alianças comunitárias que atravessam os séculos influenciando de modo significativo o cotidiano dessa territorialidade. A população da pesquisa envolve umas 120 pessoas entre crianças, jovens e suas famílias descendentes de pescadores/ganhadeiras e lavadeiras do bairro e que são beneficiadas pelas iniciativas da ACRA. Para a realização da pesquisa optamos pela perspectiva natureza qualitativa numa abordagem exploratória utilizando na coleta de dados acervos iconográficos, referências bibliográficas nacionais e internacionais, entrevistas, semiestruturadas, observações e a realização de oficinas lúdico-estéticas baseadas no repertório sócio histórico das comunalidades de Itapuã. A partir dos dados coletados foi permitido elaborar uma cartografia sócio demográfica de Itapuã que comunica aspectos do viver cotidiano do lugar e cria proposições para o fomento e consolidação de iniciativas institucionais similares a ACRA. A principal contribuição dessa pesquisa é ter indicado as proposições socioeducativas erguidas no âmbito da ACRA para a área de Educação no campo da descolonização e educação e as perspectivas de linguagens lúdico-estéticas que afirmam a alteridade civilizatória africano-brasileira e seu contínuo civilizatório na Bahia.
- ItemKipovi cabuleiro um tom da memória do Cabula(2016-01-08) Nicolin, Janice de Sena; Menezes, Jaci Maria Ferraz de; Santos, Inaicyra Falcão; Oliveira, Nadri Nóbrega; Silva, Ana Célia da; Luz, Narcimária Correia do PatrocínioKipovi Cabuleiro é uma perspectiva de linguagem poética de educação pluricultural, fruto dos estudos de memória da ancestralidade de uma territorialidade sociabilizada por africanos e seus descendentes da Bahia, das formas e modos de linguagem de o contador de história da tradição oral africana narrar o passado ancestral. Cabula é a territorialidade do estudo e topônimo da língua africana quicongo que imprime o sentido da presença inaugural da arkhé congo-angola no lugar. A pesquisa apelou para a episteme africano-brasileira, que valoriza estudos com aprofundamentos nos legados africano e africano-brasileiro e favoreceu o conhecimento da história do Cabula e do símbolo contador de história da tradição oral africana. O objetivo do estudo foi compreender a dinâmica de um contador de história da tradição oral africana para recriá-lo como um contador da história do Cabula, o Kipovi Cabuleiro. Com abordagem metodológica própria, o movimento agachado, foi possível acompanhar a dinâmica das narrativas da memória do Cabula e as elaborações mais profundas da memória da pesquisadora ao dialogar com os procedimentos das perspectivas metodológicas ―desde dentro para desde fora‖ e a dialética do ―vivido-concebido‖. Os impactos das projeções de linguagens analisadas do Kipovi Cabuleiro chegam à compreensão de que a consciência para a valorização da memória de uma territorialidade africano-brasileira, em cenários de educação pluricultural, restitui e renova o sentido de afirmação da ancestralidade fundadora e das alteridades africano-brasileiras; e que carece de disposição política nas instituições de educação básica no sentido de criar iniciativas de enfrentamento ao etnocentrismo e ao racismo no Estado da Bahia.
- ItemPelejando e arrudiando. Processos educativos na afirmação de uma identidade negra em território quilombola: Baixa da Linha(2015-11-09) Santana, Carlos Eduardo Carvalho de; Menezes, Jaci Maria Ferraz de; Cruz, Antonio Roberto Seixas da; Dorneles, Malvina do Amaral; Mattos, Wilson Roberto; Queiroz, Delcele Mascarenhas de; Silva, Ana Célia daPor se tratar de um processo de ensino e de aprendizagens, a construção de uma identidade quilombola a partir das comunidades negras rurais compõe a contemporaneidade de uma História da Educação, marcada por processos educativos próprios e comuns entre si. Por sua vez essa história confunde-se com a própria definição de um território de identidade negra e quilombola na Bahia. Para melhor definição, esta Tese utilizará os termos “Pelejar e arrudiar” como metáforas que dialogam e ajudam a compreender simbolicamente como as comunidades negras aquilombadas definiram esse território de identidade, a partir das suas vivencias e experiências. Do ponto de vista metodológico, esta análise buscou elementos que caracterizam uma pesquisa com abordagem etnográfica, numa investigação que trouxe fragmentos de processos históricos, narrados pelos próprios quilombolas. Tal leitura é fruto da observância aos olhares e sentidos empregados pelos sujeitos, na diversidade das comunidades quilombolas no território baiano, notadamente na região geográfica do recôncavo baiano, tomando a comunidade de Baixa da Linha, localizada na cidade de Cruz das Almas, Bahia, Brasil como base destas observações e conclusões.
- ItemPequenos mundos fundando o grande mundo na diversidade (escola e construção da identidade étnica)(Universidade do Estado da Bahia, 2003-07-16) Silva, Lúcia Marsal Guimarães; Luz, Narcimária Correia do Patrocínio; Silva, Ana Célia da; Bigller, Ellen; Motta, KátiaO presente estudo pretende descrever e analisar o processo de construção da identidade étnica em crianças . A população estudada freqüenta as séries iniciais da educação básica em duas escolas públicas de Salvador. Também foi observado o papel das professoras nesse processo. Foram explorados campos teóricos diversos, mas seu foco está nas propostas apresentadas por pesquisadores como Ana Célia Silva, Kabengele Munanga, , Marco Aurélio Luz, Muniz Sodré, Narcimária Correia do Patrocínio Luz, Nilma Gomes, Petronilha Silva dentre outros, os quais “falando do seu lugar”, a partir de seus “movimentos” têm contribuído para os estudos sobre educação e etnia, fortalecendo a luta pelo reconhecimento do legado da ancestralidade africana e sua importância para a construção e/ou fortalecimento da identidade afro-descendente. Busquei alcançar os seguintes objetivos: perceber como as relações estabelecidas na escola interferem na construção da identidade étnica dos afro-descendentes; compreender se ela tem contribuído para o reconhecimento e fortalecimento da diversidade cultural ou se continua centrada na cultura euro-americana; identificar as ações cotidianas das professoras no trato com a diversidade cultural, observando se elas sentem-se preparadas para lidar com tais questões; discutir ações que possam estabelecer perspectivas para a educação a partir de linguagens onde distintos contextos étnico-culturais possam transcender os valores hegemônicos. Para tentar alcançar tais objetivos optei por fazer uma abordagem etnográfica pois esta possibilita uma observação detalhada do cotidiano das escolas e permite a utilização de instrumentos diversos, tais como: análise de documentos, observação direta, observação participante, utilização de questionários e de entrevistas. Uma das conclusões do estudo aponta para a necessidade de uma urgente preparação do corpo docente para lidar com a Pluralidade Cultural, pois notamos que os valores da cultura euro-americana continuam imperando na educação, recalcando outras identidades étnicas também presentes na escola.
- ItemQuestões de identidade e pluralidade cultural em livros didáticos de espanhol produzidos no Brasil(2008-06-08) Oliveira, Rogério Soares de; Mota, Kátia Maria Santos; Silva, Ana Célia da; Fernandes, Márcia ParaquettDiante da atual realidade na qual se configura um cenário marcado pelo rompimento de fronteiras culturais e por se entender o mundo como um universo mais unificado, faz-se mister refletir sobre as concepções de cultura existentes nesse contexto. Na contemporaneidade, o mundo está cada vez mais marcado pela multiculturalidade das sociedades, pelo enfraquecimento de antigos referenciais culturais e pela multiplicação de afirmações identitárias. O ensino de línguas estrangeiras é uma oportunidade para inserir o aluno nesse universo planetário de uma aparente cultura on-line, mas que, cada vez mais, vem a reforçar identidades diversas. Nesse sentido, a dissertação aqui apresentada, além de promover espaço para uma discussão acerca dessas questões próprias da contemporaneidade, apresenta os resultados de uma pesquisa feita com dois livros didáticos de espanhol selecionados para integrarem o Programa Nacional do Livro para o Ensino Médio: El arte de leer Español e Síntesis: curso de língua española. A referida pesquisa versou sobre as seguintes questões: De que forma os manuais didáticos para o ensinoaprendizagem de espanhol produzidos no Brasil contemplam: a) a pluralidade cultural do mundo hispânico?; b) a afirmação da(s) identidade(s) latinoamericana(s)?; e c) a interação com a formação identitária do aluno brasileiro? Para tanto, adotamos a metodologia da análise qualitativa e a técnica de análise de conteúdo, tomando como indicadores de análise as seguintes categorias: espaços geográficos e territórios culturais explorados nos textos; as identidades dos personagens anônimos e famosos que circulam nos livros; e as atividades didáticas relacionadas às questões culturais propostas aos alunos. A partir das análises podese concluir que os livros selecionados dão diferentes respostas às questões propostas para esta pesquisa. O livro Síntesis: curso de lengua española, não explora, de fato, a pluralidade cultural do mundo hispânico, tem seus personagens marcados por identidades não latino-americanas e não promovem, através das atividades relacionadas a questões culturais, nenhuma interação com a formação identitária do aluno brasileiro. Ao passo que, o livro El arte de leer Español explora a multiplicidade de espaços geográficos e territórios culturais do mundo hispânico, além de trazer referenciais do Brasil e de outros lugares. Além disso, o livro prioriza identidades latino-americanas e promove, em muitas atividades, a interação com as culturas e identidades dos aprendizes brasileiros de espanhol.