Navegando por Autor "Seidel, Roberto Henrique"
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- ItemA invenção do sujeito cristão na literatura fantástica: aspectos da escrita de si em C. S. Lewis(Universidade do Estado da Bahia, 2019-07-12) Santos, João Lucas Alves dos; Seidel, Roberto Henrique; Drumond, Washington Luis Lima; Souza, Pedro deA estética da existência presente no pensamento de Michel Foucault é um modo como o indivíduo constitui sua subjetividade, exercendo sobre si mesmo um trabalho semelhante ao que o artista exerce sobre a obra de arte. Esse modo de constituição do sujeito teve suas origens na cultura do cuidado de si praticada na antiguidade greco-romana. No retorno que fez a cultura do cuidado de si Foucault observou que a prática de uma escrita pessoal exerceu, nesse momento, uma função de áskesis. A esse tipo de escrita, encontrada nas cadernetas de anotações e nas cartas de direção espiritual, ele dá o nome de escrita de si. Partindo desse contexto trazido nos estudos foucaultianos, essa pesquisa irá pensar a obra Cartas de um diabo a seu aprendiz de C. S. Lewis como uma espécie de escrita de si na constituição de sua subjetividade enquanto cristão. O livro trata-se de uma série de 31 cartas ficcionais que Lewis escreve da perspectiva de um diabo experiente, instruindo um tentador júnior a corromper a alma de um determinado humano durante a Segunda Guerra Mundial. A leitura que evidenciamos nessas cartas ficcionais é a de que Lewis, ao refletir seu processo de conversão e as posteriores dificuldades que enfrentou como cristão no início de sua prática de fé, decide se por usar da literatura fantástica para prescrever cuidados necessários que o indivíduo requer ao lidar com as tentações. Utilizando o método bibliográfico, objetivou-se investigar como o sujeito cristão se inventa a partir da escrita de sua própria experiência com a arte e a literatura. Neste sentido, Cartas de um diabo a seu aprendiz se mostrou uma escrita de direção espiritual na forma de literatura fantástica, onde Lewis exercita sua peculiar forma de ver o cristianismo e o ser cristão. A escrita de si de C. S. Lewis nas Cartas de um diabo a seu aprendiz proporciona uma ampliação da perspectiva do sujeito cristão na atualidade e contribui para refletir as formas de subjetivação ligadas a arte e a religiosidade de nosso tempo.
- ItemDeoscoredes Maximiliano dos Santos Mestre Didi: o reverberar ancestral africanobrasileiro(2018-07) Silva, Jean Paul d’Antony Costa; Assis, Kleyson Rosário; Seidel, Roberto HenriqueTrata-se de uma apologia a Deoscoredes Maximiliano dos Santos, o Mestre Didi, Alapini (supremo sacerdote do culto aos ancestrais), pelo seu centenário neste ano de 2017, estivesse ele entre nós de carne e osso. Há de se estranhar uma apologia em pleno século XXI, pois é de conhecimento ordinário que não há um só homem que tenha passado por esta terra isento de defeitos ou que não tenha em algum momento cometido erros. Mas não é sobre esses últimos que este livro se propõe a falar. Pois em um homem de gênio são as virtudes que se fazem ouvir mais alto, são elas que reverberam nas gerações futuras e fazem a diferença. Escultor, intelectual, sacerdote, educador – o multifacetado mestre o foi em tudo que se propôs a fazer. Várias vozes podem atestar isso, assim como suas próprias obras. O que este livro pretende é apresentar apenas uma pequena amostra de quem foi este homem, sua trajetória e relevância, formando assim uma espécie de memória biográfica. Para isto, o livro foi divido em quatro partes. A primeira reúne artigos de ilustres pesquisadores e pesquisadoras, alguns dos quais tiveram uma intensa convivência com ele. Na segunda parte encontram-se valorosos depoimentos de familiares e pessoas próximas, feitos através de uma narrativa livre, o que acaba por revelar o perfil de quem foi o Mestre Didi na sua cotidianidade. Em um terceiro momento apresentamos fac-símiles de anotações do Mestre Didi. Por fim, para finalizar, apresentamos uma breve cronologia do Mestre Didi. Além disso, o livro é composto por imagens do Mestre Didi e de pessoas que o acompanharam em sua trajetória no aiyê (terra), sobretudo no Ilê Axipá, por ter sido essa a casa fundada por ele e que leva o nome de uma das famílias fundadoras do reino de Ketu e do qual foi ele um ilustre descendente na Bahia.
- ItemUma estratégia de leitura da subjetividade em "Essa Terra".(Universidade do Estado da Bahia, 2014-06-11) Dias, Paulo Roberto Lima; Santos, Osmar Moreira dos; Seidel, Roberto Henrique; Novaes, Claudio CledsonO Romance Essa Terra do escritor baiano Antônio Torres revela aspectos subjetivos do fluxo migratório estabelecido entre o Nordeste e o Sul do país. Seu foco não está na migração em si e nas penúrias, provocadas pela seca. O autor toma como tema o fracasso migratório e o angustiante retorno à terra natal - Junco, hoje, Município de Sátiro Dias. Migrar significa a inserção no progresso da nação - o sucesso, cobrado pela família e por toda a comunidade. O fracasso migratório decorreria, então, de uma dificuldade de promover trocas simbólicas devido ao processo de subjetivação capitalística em curso? Diante disso, tenho como objetivo localizar no romance Essa Terra os recursos narrativos utilizados para abordar o processo de migração e de não- pertencimento para saber se o autor configura, em sua narrativa, conflitos relativos ao modo de produção de subjetividade capitalista. No tocante aos elementos identitários do texto literário, utilizo-me dos conceitos de subjetividade, singularidade e individuação de Félix Guattari e Suely Rolnik(Cartografias do Desejo). Quanto ao entendimento do processo de subjetivação, emprego os conceitos de sagrado e de profanação, concebidos por Giorgio Agamben. As questões das trocas simbólicas foram tratadas por meio dos conceitos da transculturação e de hibridismo, presentes em Stuart Hall, Homi, Bhabha e Nestor Canclini. A apropriação da pesquisa de Silviano Santiago permitiu perceber a contemporaneidade da escrita em Antônio Torres. A abordagem linguística e literária em si foi construída com as teorias de Giles Deleuze e Félix Guattari, Roland Barthes, Andreas Huyssen e René Wellek, com destaque para as explanações de Deleuze e Guattari sobre a noção de "personagem conceitual". Pode-se constatar que a escrita do romance "Essa Terra" trata exatamente das dificuldades de se constituir uma subjetividade em um ambiente de fronteira cultural, provavelmente em função das contingências do capitalismo e chama a atenção para o potencial criativo e produtivo das pequenas comunidades do interior do país.