Navegando por Autor "Seibert, Karl Gerhard"
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- ItemBIAFRA: As Representações Jornalísticas e Literárias da Guerra Civil Nigeriana (1967-1970)(2022-08-25) Ribeiro, Mariana Licurgo Ferreira; Seibert, Karl Gerhard; Nunes, Alyxandra Gomes; Figueiredo, Fábio BaqueiroBiafra, projeto de nação que se tornou guerra e por fim um símbolo de fome, violência e miséria. A Guerra Civil Nigeriana, ao longo de seus trintas meses, angariou a atenção do mundo para olhar e se penalizar por aquelas crianças famintas e esquálidas, cujas fotos os jornais publicavam atendendo ao propósito da agência de relações públicas Markpress – a serviço do governo de Biafra - a fim de, por piedade, conseguir uma sobrevida para Biafra. Este estudo se propõe a analisar quais representações acerca de Biafra foram forjadas pelos discursos jornalísticos e literários e quais mecanismos foram usados para isso. Para tanto, a pesquisa, dividida em quatro capítulos, traça um caminho que parte de uma revisão historiográfica sobre a Guerra de Biafra, a partir de autores que estiveram presentes em território biafrense durante os combates, como Jean Buhler (1969), Forsyth (1977) e Achebe (2012) e autores que realizaram estudos à posteriori como Falola e Heaton (2014), dentre outros. Partindo para a apresentação da Teoria da Análise do Discurso, através especialmente de Eni Orlandi (2005; 2009), assim como Hall (2016) a nível da compreensão da Teoria das Representação e Mudimbe (2013) e Goffman (2008) para a introdução às noções de estigma e etnocentrismo epistemológico. Ao final, faz-se a análise das fontes literárias Meio Sol Amarelo (ADICHE, 2008) e Destination Biafra (EMECHETA, 1983) no terceiro capítulo e, no quarto, a análise da cobertura de O Globo ao longo de toda a Guerra Civil Nigeriana. Observando que, mesmo passados 50 anos do fim dos conflitos, a disputa pela narrativa histórica é preponderante. Enquanto a imagem de Biafra, no Ocidente, através da cobertura jornalística contemporânea de O Globo reforçou lugares já demarcados acerca do que seriam os povos africanos, a partir de uma lógica etnocêntrica e paternalista. Por outro lado, os discursos forjados posteriormente pela literatura nigeriana de língua inglesa, nas figuras de Adichie (2008) e Emecheta (1983), ajudam a perceber o conflito pela lógica daqueles que, outrora, foram manchete pelas suas mazelas e não pelas suas histórias.
- ItemRepresentação simbólica da bandeira do PAIGC e do Amílcar Cabral na comunidade dos Rabelados de Espinho Branco(2022-06-13) Semedo, Emanuel de Jesus Correia; Seibert, Karl Gerhard; Santos, Joceneide Cunha dos; Gonçalves, Maria de Lourdes SilvaRabelados é um fenômeno sócio-religioso surgido na Ilha de Santiago, Cabo Verde, inicialmente com a resistência de um grupo de fiéis às mudanças religiosas implementadas no seio da Igreja Católica em Cabo Verde, nos primeiros anos da década de 1940. Porém, somente no final da década de 1950 e início de 1960 em decorrência de atritos destas populações com outras autoridades do governo colonial português em Santiago, os Rabelados se organizaram em dezenas de pequenos núcleos populacionais em várias localidades no interior da ilha representando cerca de 2% da população santiaguense. Ao longo da trajetória histórica, adotaram estratégias de isolamento social e a coesão intragrupo no sentido de garantir a autonomia coletiva e a liberdade de viverem segundo seus valores sócio-religiosos tradicionais, mantendo o grupo afastado da sociedade maioritária até os finais da década de 1990. O presente estudo tem por objetivo investigar a relação entre os Rabelados do grupo Monte Santo com as autoridades políticas-administrativas do PAIGC/CV nos primeiros 15 anos pós-independência em Cabo Verde. Além disso, pretende-se analisar a representação simbólica da bandeira do PAIGC e a figura de Amílcar Cabral na comunidade dos Rabelados localizado em Espinho Branco, no município de Calheta São Miguel. Para isso, foi realizada a pesquisa histórica documental, alinhada à pesquisa etnográfica, possibilitando de melhor forma interpretar fenômenos específicos pertencentes à história dos Rabelados e as dinâmicas sociais atuais. Constatamos que os Rabelados demonstraram certa intimidade/veneração aos símbolos e a figura de algumas lideranças históricas do PAIGC. Com isso, atribuíram à bandeira do PAIGC e a figura de Amílcar Cabral uma dimensão sagrada. Porém, constatamos que a relação dessas populações com os “camaradas de Cabral” durante os primeiros 15 anos após a independência não foram pacíficas.
- ItemRepresentações fílmicas do genocídio em Ruanda (1994)(2020-11-13) Santos, Bruna Tais dos; Seibert, Karl Gerhard; Fonseca, Danilo Ferreira da; Farias, Juliana BarretoNo dia sete de abril de 1994, a população de Ruanda viveu um dos momentos mais trágicos de sua história, o início do genocídio. Durante os cem dias de perseguição e assassinatos contra a minoria Tutsis, como também a qualquer pessoa que se mostrasse benevolente e contrário ao movimento de poder Hutu. Uma forte tensão se instalou no país, chegando a um total de mais 800 mil mortes, entre Tutsis e Hutus moderados. Antes de 1994, desde 1962, o país vivia um período de hostilidade, ocasionado por desentendimento político entre o governo ruandês e, principalmente, a oposição organizada por refugiados Tutsi em Uganda, chamada Frente Patriótica de Ruanda (FPR). Nem mesmo um acordo de paz, realizado em Arusha, em 1993, foi capaz de resolver as tensões entre os partidos, dividindo questões dentro de Ruanda, principalmente sobre o posicionamento do presidente Juvenal Habyarimana. O presidente ruandês foi criticado pelos extremistas Hutus por tentar um acordo que permitisse que o grupo inimigo retornasse e pudesse participar da política no país, que no período ainda era unipartidário. Após o atentado que levou a morte o presidente Habyarimana, a rádio local do país atribuiu o ato ao grupo FPR, desencadeando uma perseguição e assassinatos, inicialmente aos que tinham ligação com o grupo e logo mais uma perseguição a todos os Tutsis e Hutus moderados. Desta forma, a história sobre o genocídio de Ruanda é muito além de uma rivalidade étnica entre Tutsis e Hutus. Como forma de compreender de que maneira os acontecimentos trágicos são mostrados em filmes, as representações fílmicas, o presente trabalho de dissertação aborda o estudo da representação do genocídio de Ruanda em 1994, a maneira como o episódio é abordado, a forma que se constrói a narrativa e como se elucida as questões que desenvolvem o atrito entre esses dois grupos políticos e étnicos, tendo o audiovisual como um contador de história.