Navegando por Autor "Santos Júnior, Antonio Carvalho dos"
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- ItemAlém do preto no branco: feituras curriculares e ações Afirmativas negras do centro territorial de educação profissional do sertão do São Francisco (Juazeiro/Ba)(UNEB, 2016-02-26) Santos Júnior, Antonio Carvalho dos; Barros, Edonilce da Rocha; Martins, Josemar da Silva; Silva, Janaina Guimarães da Fonseca eProvocado pela insurgência da lei 10.639/03, que torna obrigatória o ensino da cultura e da história africana e afro-brasileira na educação básica, nossa pesquisa tem o seguinte objetivo: Compreender como são construídas políticas afirmativas negras nas práticas escolares/curriculares de alunos/as e professores/as negros/as do Centro Territorial de Educação Profissional Sertão do São Francisco. Metodologicamente nossa pesquisa se fez como estudo de caso, com a perspectiva etnográfica, utilizando-se da observação participante e entrevistas como estratégia de construção de dados. Para isso ancoramos nossas reflexões no campo dos estudos do currículo. No entanto, pensamos o currículo como lugar de produção de representação; como movimento de forjamento de identidades, essas que se fazem em relações de poder. Pensamos a escola aqui a partir da política de afirmação da identidade, a desnaturalizamos, para assim, evidenciarmos sua atuação em torno das questões raciais. Observamos que no CETEP um movimento afirmativo se faz nas práticas de professores negros, estes contrariam o silêncio institucional em relação às questões raciais e promovem práticas pedagógicas que disputam o currículo, operando um enegrecimento deste. A partir do encontro com Leonardo foi possível também observar que a identidade religiosa do candomblé transita na escola. Em nossa perspectiva, a raça não funciona como uma categoria que se explica basicamente a partir de características fisionômicas e genéticas dos indivíduos, ela funciona como operadora de um sistema de exclusão econômica, social e simbólica que, ao produzir narrativas sobre o outro, naturaliza seu lugar de subalternidade. Desse modo, a política afirmativa, dizer-se negro, é o esforço de ruptura com essa lógica de representação e exclusão, construindo significados positivos a cerca do povo negro a partir do próprio negro. Isso foi o que podemos observar em ações pedagógicas erigidas no CETEP, onde três professores negros encampam uma afirmação negra nas dinâmicas curriculares. Afirmação essa que também se faz entre os alunos, inclusive na vivência da fé.