Navegando por Autor "Santos, Vilma Souza Conceição"
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- ItemCurrículo e identidade campesina na educação de jovens e adultos em Amargosa-BA(2016-02-29) Santos, Vilma Souza Conceição; Costa, Patrícia Lessa Santos; Conceição, Ana Paula Silva da; Santos, Maria Gonçalves Conceição; Godinho, Luís Flavio ReisA presente pesquisa está estritamente ligada às questões do respeito ao direito à educação ao longo da vida, não apenas pelo viés da legalidade. Entende-se que este direito deve estar estritamente imbricado à criticidade e à afirmação social dos sujeitos jovens, adultos e idosos. Sendo assim, propõe-se a análise dos processos educativos em EJA, a partir do entendimento do que seria um currículo humanizado, biocêntrico. Com o intuito de delimitar o locus de pesquisa, esta foi desenvolvida no contexto da EJA, precisamente na especificidade da Educação Básica do Campo, no Município de Amargosa, localizado no interior do Estado da Bahia. O objetivo central é compreender de que forma (ou até que ponto) o currículo da EJA do campo contempla as vivências dos estudantes campesinos inseridos no contexto da agricultura. De cunho qualitativo, utilizou-se como metodologia a pesquisa-ação, já que a proposta visa a construir o conhecimento de forma colaborativa, com os sujeitos diretamente envolvidos com a EJA do campo, educandos e educadores. Para isso foram utilizados instrumentos e técnicas para a coleta e a análise das informações que permitissem uma maior aproximação com o objeto de estudo. Para embasar este trabalho, buscou-se referencial principalmente nos estudos de Freire (1987, 1983, 2007), Gadotti (2009) e Haddad e Pierro (2000), com conceitos referentes à EJA na perspectiva da autonomia e da criticidade; Barros (2011) e Fávero (2009), no que diz respeito à educação ao longo da vida; Macedo (2013) e Silva (2002, 2010), para debater o conceito de currículo; Wanderley (2010) e Gohn (2001), para dialogar sobre educação popular e os movimentos sociais; Hall (1996), Bauman (2005) e Rios (2011), para desbravar o conceito de identidade; Caldart, Kolling e Osfs (2002) e Neves (2010), para conceituar a educação do campo. Tendo em vista o caráter de provisoriedade e de inacabamento da construção de conhecimentos, destacam-se algumas considerações que foram possíveis para a presente reflexão. A primeira delas diz respeito à história da EJA no Brasil. Essa é marcada por uma série de fragmentações e de metas para se vencer o analfabetismo, sem que para isso se baseie em uma educação crítica. A segunda diz respeito ao caráter popular dos princípios fundantes da Educação Básica do Campo no Brasil, nascida pela força dos movimentos sociais do campo, o intuito era o de superar o ruralismo pedagógico de uma educação instrumental ideologicamente, os novos ideais aparam-se na valorização da identidade campesina, em seus aspectos sociais, econômicos e culturais. Também seguem outras constatações no que se refere ao locus de pesquisa, encontrou-se uma incipiência de documentos legais para regulamentar a EJA, relativas a currículo, diretrizes, propostas, projetos e planos de cursos específicos para a EJA do Campo, dispositivos indispensáveis na construção de uma educação pautada em conhecimentos formativos, significativos para sujeitos em um contexto de campo específico. Por sua vez, este estudo demostrou que os campesinos, estudantes de EJA, são sujeitos capazes de atuar como protagonistas na construção de uma educação que esteja a serviço dos mesmos, identitária e permissiva da realização dos desejos individuais e coletivos que os conduziram aos primeiros anos de escolarização já na idade adulta. Essa educação, defende-se, irá se operacionalizar por meio de um currículo centralizado na vida campesina, ou seja, intertranscultural, que prese por práticas e metodologias educativas entrelaçadas com a crítica social da vida do homem e mulher do campo. metodológicos freireanos.