Navegando por Autor "Santos, Joceneide Cunha dos"
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- Item"O vento perdeu a fúria e logo se consagrou”: a tradição de Cheganças em Arembepe, Camaçari – Bahia entre os anos de 1930 e 2012(Universidade do Estado da Bahia, 2023-08-28) Silva, Tainan Rocha da; Ferreira, Jackson André da Silva; Santos, Joceneide Cunha dos; Miranda, Carméla Aparecida Silva; Oliveira, Neivalda Freitas deA tradição de Cheganças e Marujadas, desde o ano de 2019, foi reconhecida como Patrimônio Cultural Imaterial do Estado da Bahia (IPAC, 2019). No município de Camaçari, sabe-se da existência de dois grupos: a Chegança de Mouros de Arembepe e a Chegança Feminina de Arembepe. De acordo com a tradição oral, o primeiro grupo fora criado no ano de 1930 e contou com a participação majoritária de homens negros e pescadores. O segundo grupo surgiu no ano de 2002, em que mulheres idosas, percebendo a baixa presença do primeiro grupo na região, decidiram criar uma chegança feita apenas por elas. Na década de 1930, a localidade de Arembepe era povoada majoritariamente por pescadores, marisqueiras e cultivadores de coco. Os anos que se seguiram até o período de 2012 foram marcados pela entrada da indústria, pavimentação de vias na localidade e atividades de turismo na região. Situação que teceu aproximações de Arembepe com as cidades de Lauro de Freitas e Salvador, resultando na entrada crescente de novos moradores e visitantes. As transformações observadas na localidade permitiram mudanças na tradição de Cheganças, o que não significou a destruição da manifestação cultural, pois, encarando-a enquanto dinâmica e repleta de contradições, as ações dos brincantes permitiram a continuidade da tradição de Cheganças em Arembepe. Os estudos da História Oral se tornaram essenciais para condução desse trabalho, aliados às discussões de culturas negras, história das mulheres e tradições inventadas, fora possível compreender de que maneira os brincantes conseguiram manter viva a tradição em Arembepe. Sob este cenário que se lançam os olhares à tradição de Cheganças, com o intuito de analisar como homens e mulheres negros, em meio as mudanças políticas, econômicas e sociais em sua localidade, exerceram estratégias para a continuidade da tradição.
- Item“Privilegiada fina dama de raros dotes”: estratégias e desafios na carreira da juíza negra Mary de Aguiar Silva em Belmonte (1967-1972)(Universidade do Estado da Bahia, 2023 - 01 -26) Amaral, Raquel Agda Santos; Santos, Joceneide Cunha dosO presente artigo tem como objetivo narrar a trajetória profissional da magistrada Mary de Aguiar Silva na cidade de Belmonte, sul da Bahia, nas décadas de 1960 e 1970, apontando algumas estratégias e dificuldades. Para alcançar nosso objetivo de pesquisa, nos amparamos em referências do feminismo negro, autoras como Lélia Gonzalez e Angela Davis foram fundamentais no caminhar da pesquisa. Sobre as fontes foi analisamos os periódicos do Boletim Oficial, e outras fontes relevantes, como fotografias, periódicos digitais do TJ-BA, periódicos de outros estados da mesma época em que ela era juíza. Os jornais foram utilizados como uma fonte primária para investigar a atuação da juíza Mary de Aguiar na cidade, utilizando manchetes e notícias para compreender seu impacto e envolvimento na comunidade local. Além disso, a análise dos jornais permitiu uma melhor compreensão do contexto da cidade de Belmonte, servindo como uma forma de apresentar a cidade por meio de suas publicações. Ao focarmos na figura da juíza Mary de Aguiar, também buscamos compreender os desafios e estratégias enfrentados por mulheres negras no exercício da magistratura. Identificamos conflitos políticos ocorridos na cidade, bem como ofensas direcionadas à figura de Mary de Aguiar, e investigamos as estratégias adotadas por ela para enfrentar essas adversidades. A análise abrange não apenas as questões jurídicas, mas também aspectos políticos e sociais que permearam sua atuação como magistrada na cidade de Belmonte.
- ItemO quente”: construção, perfil e lutas do sindoméstico - Bahia paraa conquista de direitos trabalhistas (1990 - 2013)(2021) Santos, Maria Heloísa Lima dos; Santos, Joceneide Cunha dos; Ferreira, Maria Cláudia Cardoso; Damasceno, José Jorge AndradeEste trabalho tem o objetivo de analisar a trajetória de constituição e luta do Sindoméstico/BA para compreender como se configurou a luta política sindical na Bahia, bem como, traçar o perfil das trabalhadoras domésticas sindicalizadas, aferindo sobre o envolvimento do sindicato com os movimentos sociais (negros e de mulheres), políticos e sindicais na luta pelo reconhecimento profissional, mediante conquista de direitos trabalhistas. Esta análise está situada na história da perspectiva do sujeito histórico: Sindoméstico/BA e sua principal liderança, Creuza Maria Oliveira. Quanto à sua abordagem, está situado no campo da história política sindical e utiliza-se da pesquisa documental e pesquisa bibliográfica enquanto método de pesquisa qualitativa. Partimos aqui das fontes dos jornais impressos do acervo do Sindoméstico/BA; dos boletins informativos de produção da própria instituição e das fichas de filiação desde o momento inicial de constituição em 1990 a 2013, ano da promulgação da Emenda Constitucional Nº 72 de 2 de abril de 2013, conhecida como PEC Das Domésticas.
- ItemRepresentação simbólica da bandeira do PAIGC e do Amílcar Cabral na comunidade dos Rabelados de Espinho Branco(2022-06-13) Semedo, Emanuel de Jesus Correia; Seibert, Karl Gerhard; Santos, Joceneide Cunha dos; Gonçalves, Maria de Lourdes SilvaRabelados é um fenômeno sócio-religioso surgido na Ilha de Santiago, Cabo Verde, inicialmente com a resistência de um grupo de fiéis às mudanças religiosas implementadas no seio da Igreja Católica em Cabo Verde, nos primeiros anos da década de 1940. Porém, somente no final da década de 1950 e início de 1960 em decorrência de atritos destas populações com outras autoridades do governo colonial português em Santiago, os Rabelados se organizaram em dezenas de pequenos núcleos populacionais em várias localidades no interior da ilha representando cerca de 2% da população santiaguense. Ao longo da trajetória histórica, adotaram estratégias de isolamento social e a coesão intragrupo no sentido de garantir a autonomia coletiva e a liberdade de viverem segundo seus valores sócio-religiosos tradicionais, mantendo o grupo afastado da sociedade maioritária até os finais da década de 1990. O presente estudo tem por objetivo investigar a relação entre os Rabelados do grupo Monte Santo com as autoridades políticas-administrativas do PAIGC/CV nos primeiros 15 anos pós-independência em Cabo Verde. Além disso, pretende-se analisar a representação simbólica da bandeira do PAIGC e a figura de Amílcar Cabral na comunidade dos Rabelados localizado em Espinho Branco, no município de Calheta São Miguel. Para isso, foi realizada a pesquisa histórica documental, alinhada à pesquisa etnográfica, possibilitando de melhor forma interpretar fenômenos específicos pertencentes à história dos Rabelados e as dinâmicas sociais atuais. Constatamos que os Rabelados demonstraram certa intimidade/veneração aos símbolos e a figura de algumas lideranças históricas do PAIGC. Com isso, atribuíram à bandeira do PAIGC e a figura de Amílcar Cabral uma dimensão sagrada. Porém, constatamos que a relação dessas populações com os “camaradas de Cabral” durante os primeiros 15 anos após a independência não foram pacíficas.