Navegando por Autor "Santos, Jaciete Barbosa dos"
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- ItemAcessibilidade para surdos em ambientes artísticos- culturais: um estudo culturais: um estudo de caso sobre a FLIPELÔ - 2021(Universidade do Estado da Bahia, 2023-06-02) Cazumbá, Irzyane dos Santos; Santos, Jaciete Barbosa dos; Farias, Sandra Regina Rosa; Bento, Nanci AraújoA participação das pessoas surdas nos espaços artístico-culturais é uma temática que emerge na contemporaneidade, mediante as inúmeras leis e decretos que asseguram os direitos de inclusão e acessibilidade a esse público. Contudo, vivenciando esse processo de ter o direito, mas não encontrar os ambientes com os profissionais Tradutores Intérpretes de Língua de Sinais (TILS), para oferta dos serviços da acessibilidade linguística, encontram-se os surdos falantes da Libras, reivindicando os seus direitos de acesso às artes. Assim, a presente pesquisa objetiva analisar como acessibilidade em atividades artístico-culturais desenvolvidas na Festa Literária do Pelourinho (FLIPELÔ), edição 2021, contribuiu na formação das pessoas surdas. Para construção teórica, faz-se uso das obras literárias, tais como: Goldfeld (2002), Lopes (2007), Quadros (2004), Strobel (2008), Fernandes (2008), Skliar (1998), Quadros (1997), Perlin (2008). Algumas dissertações de mestrados e teses de doutorados que abordaram temas similares: Margarete (2015); Silva (2015); Alcantara (2021); entre outras.Para tanto foi utilizada a metodologia de abordagem qualitativa, através do Estudo de Caso, que sob a ótica de Yin (2004), que esclarece que se trata de uma investigação dentro do contexto de vida real e não há uma clareza dos fenômenos, e de Minayo (2012), que explica sua importância, pois acontece na vida individual e coletiva, dos sentidos e significados subjetivos aos seres. E a técnica de triangulação de dados (discursos) para análise de dados, os quais foram obtidos através de entrevistas semiestruturadas. Para averiguação dos objetivos traçados, foram realizadas entrevistas com uma administradora desses espaços da FLIPELÔ, com três surdos falantes da Libras, membros ativos da comunidade surda soteropolitana, com experiência no uso dos variados espaços culturais formais e não formais e com três TILS que atuaram. As análises dos dados deram-se através dos cruzamentos das informações coletadas das entrevistas e subsídios teóricos para fundamentações das conclusões. Os resultados indicam que através das vivências com acessibilidade nos espaços artístico-culturais da FLIPELÔ, as pessoas surdas despertaram desejo de comporem esses espaços, seja com seus serviços fazendo parte da equipe organizadora da FLIPELÔ, seja como expositores das suas artes, para que também eles contribuam com a cultura da cidade de Salvador, da Bahia, do Brasil, do Mundo.
- ItemContação de histórias no atendimento educacional especializado: seguindo a estrada dos tijolos amarelos(Universidade do Estado da Bahia, 2023-05-03) Pita, Jaqueline Sousa Santos; Oliveira, Rosemary Lapa de; Santos, Jaciete Barbosa dos; Goulart, Ilsa do CarmoEsta pesquisa teve como objetivo compreender os sentidos que os sujeitos conferem à Contação de Histórias no Atendimento Educacional Especializado – AEE, nos anos finais do Ensino Fundamental, por meio de um olhar investigativo sobre os discursos e cenário deste estudo. A pesquisa se ampara nas contribuições de autores que trazem reflexões sobre educação inclusiva e contação de histórias, dentre os quais destacamos: Mantoan (2015), Sisto (2012), Diniz (2007, 2016), Mazzota (2011), Busatto (2020), Crochik (2011), Matos (2014). A investigação teve como proposta uma pesquisa de campo com inspiração etnográfica. As informações produzidas foram analisadas tendo como base a análise de discurso, a partir de Foucault (2005) e Orlandi (2006, 2020), voltado para a formação discursiva. Foi realizada em duas turmas de AEE que atendem alunos dos anos finais do ensino fundamental que fazem parte de uma Escola da Rede Municipal de Salvador, situada em um bairro periférico da cidade. Os sujeitos da pesquisa foram duas professoras do AEE– sendo que uma das professoras é também a pesquisadora. Contamos também com seis estudantes com idades entre 11 e 15 anos, com relatório médico e/ou diagnóstico de Deficiência Intelectual e/ou Transtorno do Espectro Autista que frequentam a SRM e aulas regulares do ensino básico. A pesquisa evidenciou que contar histórias no AEE propicia um momento da rotina que, com objetivos e significados amplia a oportunidade dos sujeitos desenvolverem habilidades importantes em seu processo de constituição de indivíduo social, através de sua potência lúdica, e abrange inúmeros aspectos que potencializam o desenvolvimento dessas habilidades.
- ItemInclusão e docência: a percepção dos professores sobre o medo e o preconceito no cotidiano escolar(2014-09-30) Mattos, Nicoleta Mendes de; Silva, Luciene Maria da; Franciscatti, Kety Valéria Simões; Pimentel, Susana Couto; Nascimento, Antônio Dias; Santos, Jaciete Barbosa dos; Cotidiano EscolarNesta pesquisa buscamos identificar como as relações entre o medo e o preconceito são expressas no cotidiano escolar a partir da percepção das professoras que atuam em escolas regulares com alunos em situação de inclusão e de que maneira essas relações interferem na sua ação profissional, considerando a importância do professor na efetivação da atual proposta de inclusão educacional que orienta a política educacional brasileira. Realizamos uma pesquisa qualitativa sobre as bases do medo e do preconceito e os modos de atualização na sociedade contemporânea, bem como investigamos as contradições do projeto inclusivo. Utilizamos como referencial teórico a Teoria Crítica da Sociedade, particularmente os escritos de Max Horkheimer e Theodor W. Adorno para aprofundarmos os estudos sobre o medo e o preconceito, recorrendo também à Psicanálise, especificamente os escritos de S. Freud. Para a investigação sobre a inclusão educacional, buscamos subsídios principalmente nos estudos de Ligia Amaral, José León Crochík, José Geraldo Silveira Bueno, Rosalba Maria Cardoso Garcia, que nos permitissem estabelecer um diálogo com a Teoria Crítica da Sociedade. O estudo foi realizado na cidade de Valença – Bahia, através de levantamento documental e entrevistas com 07 (sete) professoras que atuam em 04 (quatro) escolas municipais regulares de ensino fundamental I. A partir da análise dos dados, verificamos que o medo está presente na prática docente na sala de aula, sendo experimentado como um sentimento associado à possibilidade de irrupção da agressividade, ligada às características do aluno em situação de inclusão, e que remete ao medo ancestral de aniquilamento, justificando as atitudes preconceituosas. Sobre o projeto de inclusão educacional, as professoras entendem que ele é necessário, e o defendem com ressalvas, afirmando o despreparo como condição intrínseca ao seu trabalho. O cotidiano dessas professoras encontra-se atravessado pelas emergências do dia-a-dia, não sendo a prática percebida como fonte de experiência, impedindo a reflexão e a responsabilização por suas ações. Foi identificada também a ausência de uma política municipal que contemple o projeto de inclusão educacional, fato que, juntamente com a forma de efetivação do projeto de inclusão, compromete o trabalho das professoras, mantendo-as numa posição de menoridade e justificando o seu despreparo, reforçando a permanência do medo e do preconceito no cotidiano docente.
- ItemInclusão socioeducacional de educandos com deficiência intelectual: percepções de mães da APAE Salvador(2022-08-30) Jesus, Matheus Wisdom Pedro de; Souza, Sueli Ribeiro Mota; Queiroz, Fernanda Matrigani Mercado Gutierrez de; Santos, Jaciete Barbosa dosA inclusão dos educandos com deficiência intelectual tem sido uma problemática que emerge diante de muitas políticas públicas contemporâneas que preconizam a necessidade de resguardar a pessoa com deficiência de eventuais discriminações, preconceitos e situações de violência. Mais especificamente, em evidência encontrase os aspectos relacionados à inclusão socioeducacional de discentes com deficiência que, com movimentos sociais, frequentam escolas regulares e simultaneamente os centros de atendimentos especializados. Contudo, vivendo diariamente a dialética em torno da inclusão e exclusão encontram-se as mães desses sujeitos que se dedicam quase que integralmente ao cuidado do filho com deficiência. Assim, a presente pesquisa objetiva analisar o processo de inclusão dos educandos com deficiência intelectual a partir das percepções de mães da APAE. Como referencial teórico que norteia todo o trabalho, trago considerações de Diniz sobre o modelo social da deficiência, Adorno, Horkheimer e Crochik dialogando com a ética da alteridade proposta por Lévinas e as questões relacionadas à inclusão trazidas em evidência por Mantoan. O campo de pesquisa foi a APAE Salvador onde foram entrevistados mães e pais de crianças com deficiência intelectual assistidas pelos serviços educacionais da referida instituição. Norteado pelo conceito de experiência trazido por Larrosa, foi utilizada a metodologia fenomenológica trazida por Husserl como forma de trazer as percepções mais subjetivas dos interlocutores entrevistados. Como instrumento para coleta dos dados foram utilizados questionários sociodemográficos e entrevistas semiestruturadas com vinte participantes onde, como recorte na análise dos dados, são trazidos alguns discursos específicos. Após as entrevistas, emergiram dos discursos categorias como luto familiar diante da chegada do filho com deficiência, ausência e omissão do cuidado compartilhado com a paternidade e a importância do suporte da instituição especializada para instrumentalização das famílias quanto a inclusão. A análise dos dados salienta a percepção das famílias sobre uma conjuntura social ainda excludente quanto aos filhos com deficiência, mas que percebe o suporte institucional especializado como fundamental para o desenvolvimento dos seus filhos e inclusão dos mesmos no âmbito socioeducacional.
- ItemMães de pessoas com deficiência múltipla: experiências vividas no itinerário do cuidar(2019-08-02) Belém, Karla Muniz; Silva, Luciene Maria da; Souza, Lucimere Rodrigues de; Dias, Viviane Borges; Santos, Jaciete Barbosa dosA epidemia do Zika vírus, vivenciada no país a partir de 2015, fez com que os números de casos de crianças nascidas com deficiência múltipla com graves sequelas aumentassem abruptamente. As vidas maternas foram alteradas severamente, fato que levou a questionar como estas mães viveram a experiência da chegada da criança com deficiência na família e quais eram suas concepções sobre a deficiência. Assim, a presente pesquisa objetiva analisar experiências sobre o cuidar, relatadas por mães de pessoas com deficiência múltipla. O referencial teórico tem por base alguns conceitos da Teoria Crítica da Sociedade, especialmente os estudos de Theodor Adorno, Marx Horkheimer e Marcuse em interlocução com estudos de Goffman e Crochík. Para aprofundarmos os estudos sobre cuidado, usamos especificamente os escritos de Tronto, Gilligan e Noddings. O estudo foi realizado na cidade de Ilhéus (Bahia) e os sujeitos da pesquisa são mulheres que tiveram filhos diagnosticados ou sob suspeita de infecção pela síndrome congênita do Zika vírus. Realizamos uma investigação empírica, de abordagem qualitativa do tipo História Oral, que descreve e analisa a trajetória materna desde a comunicação do diagnóstico, a concepção materna sobre a deficiência, a experiência adquirida na convivência com o(a) filho(a), o preconceito e a expectativa sobre o futuro de ambos. Os instrumentos de coleta de dados foram o questionário e a entrevista semiestruturada aplicados a oito sujeitos. Ao analisar o cotidiano das mulheres, foi observado que há uma forte influência do modelo médico na concepção que têm sobre deficiência. As mulheres realizam o trabalho sozinhas, sem descanso e sem emprego formal. Ademais, o convívio com os profissionais de saúde, outras mães e sites de busca mobilizam a construção e a aquisição de saberes sistematizados ou não sistematizados. Nesta múltipla relação, os sujeitos envolvidos trazem experiências diversas e um conhecimento singular sobre seus modos de viver. Assim, a prática da pedagogia do cuidado materno é construída na vida cotidiana na busca por uma vida digna. A análise dos dados evidenciou, também, a necessidade de políticas sociais que incluam uma formação ampla para toda a família, pois a atenção está voltada apenas para a deficiência.
- ItemPercepção dos professores sobre os alunos em situação de inclusão(2017-08-07) Ogasawara, Jenifer Satie Vaz; Silva, Luciene Maria da; Besnosik, Maria Helena da Rocha; Souza, Lucimere Rodrigues de; Santos, Jaciete Barbosa dosA presente dissertação tem como objetivo principal analisar as percepções dos professores de uma escola regular da Rede Municipal de Salvador sobre a sua prática pedagógica com alunos em situação de inclusão. A principal intenção era a investigação de como as percepções dos professores sobre seus alunos em situação de inclusão se refletem no seu fazer pedagógico. Assim, foi realizada uma pesquisa qualitativa do tipo estudo de caso no qual foram realizadas entrevistas semiestruturadas com cinco professoras de uma escola pública da cidade de Salvador. Todas as participantes tinham, em sua turma, pelo menos uma criança considerada em situação de inclusão. Embora o termo inclusão se mostre amplo, percebeu-se que as crianças citadas são as que possuem características que as enquadram no público da Educação Especial. Antes da apresentação dos dados da pesquisa, discute-se a formação dos professores, apresentando um panorama das pesquisas atuais e uma problematização com textos de Adorno e Horkeimer e outros autores que estudam tais teóricos. Fez-se necessário, também, debater sobre o preconceito como forma de embasar parte dos argumentos discutidos na análise dos dados. A pesquisa indicou que as professoras costumam agir em sala de aula de modo a transparecer a forma como pensam e percebem essas crianças. Na fala da maioria das professoras, parece existir um descrédito da capacidade que estas crianças têm em desenvolver a aprendizagem, o que reflete em poucas ações e investimentos que a promovam. Além disto, há um discurso de culpabilização do processo inicial de formação para o despreparo em lidar com as deficiências em sala de aula.
- ItemPesssoa com deficiência a tornar-se professor: narrativas sobre a formação docente(Universidade do Estado da Bahia, 2024-05-24) Ogasawara, Jenifer Satie Vaz; Silva, Luciene Maria; Santos, Jaciete Barbosa dos; Melo, Douglas Christian Ferrari; Souza, Lucimêre Rodrigues de; Dias, Viviane Borges; Farias, Sandra Regina RosaO crescente movimento sobre a inclusão educacional e a presença cada vez maior de pessoas com deficiência no ensino superior tornam crucial entender como os futuros professores são preparados para lidar com a diversidade em sala de aula. No entanto, a voz dos próprios estudantes com deficiência muitas vezes é negligenciada nesse processo. Neste contexto, a pesquisa buscou preencher essa lacuna e se propôs a analisar as narrativas de discentes com deficiência sobre a formação docente em curso nas licenciaturas da Universidade do Estado da Bahia para atuação em contextos inclusivos. A visão desses alunos potencializa a compreensão sobre a formação de professores em uma perspectiva inclusiva, uma vez que estão em processo de desenvolvimento profissional, ao mesmo tempo em que vivem a experiência de ser incluídos. A partir da reflexão de conceitos e formulações teóricas sobre deficiência, formação e universidade, a pesquisa, quanto aos objetivos, é exploratório-descritiva, de natureza qualitativa, tendo como técnica de coleta de dados entrevistas narrativas, visando explorar as percepções e experiências dos participantes sobre seus processos de formação nos cursos. Por meio da Análise Crítica do Discurso, as narrativas foram analisadas em três categorias principais: Deficiência, Formação e A Experiência de Pessoas com Deficiência na Universidade. Os resultados dialogaram com os princípios teóricos definidos por autores da Teoria Crítica da Sociedade, principalmente na relação do indivíduo com a sociedade e o conceito de formação. Os achados indicam que a Instituição invisibiliza e negligencia a acessibilidade e a permanência dos alunos, oferecendo poucas ações para garantir condições educacionais adequadas. Das entrevistas, nota-se que persiste a percepção da deficiência como enfermidade, resultando em conflitos de identidade e enfrentamento do capacitismo por parte dos estudantes; sobre a formação docente, prevalece a abordagem tecnicista evidenciando a lógica da pseudoformação e, embora a política de cotas seja eficaz para o acesso, há falhas na oferta de recursos e ações para que esse coletivo consiga concluir a graduação. Apesar das fragilidades, a presença dos estudantes com deficiência estimula iniciativas que contribuem para melhorar a acessibilidade no ensino superior, destacando-se também o papel crucial de alguns professores. Em suma, enquanto a universidade enfrenta desafios significativos para a inclusão efetiva de pessoas com deficiência, a presença desse grupo tem impulsionado iniciativas que podem levar a melhorias substanciais na sua experiência no ambiente acadêmico.
- ItemPreconceito e inclusão trajetórias de estudantes com deficiência na universidade(2013-03-27) Santos, Jaciete Barbosa dos; Silva, Luciene Maria da; Crochík, José Leon; Nascimento, Antonio Dias; Besnosik, Maria Helena da Rocha; Pimentel, Susana Couto; Nunes, Eduardo José FernandesEssa pesquisa traz como objeto de estudo a relação entre preconceito e inclusão na formação de estudantes com deficiência no contexto universitário. As questões que permeiam a problemática da investigação são: Como tem se constituído as trajetórias de estudantes com deficiência incluídos na universidade? Em que medida estes estudantes são vitimados pelo preconceito? Quais as estratégias de enfrentamento utilizadas diante do preconceito? Como percebem a inclusão educacional na formação universitária? O objetivo principal da pesquisa foi analisar trajetórias de universitários com deficiência para identificar possíveis marcas de preconceito, traduzidas pela discriminação social que predispõe os indivíduos a segregação e/ou marginalização no Ensino Superior. O espaço da universidade foi privilegiado como campo de investigação em função do seu papel na sociedade para sustentar e/ou confrontar pensamentos instituídos culturalmente. A pesquisa se fundamenta na Teoria Crítica da Sociedade, mais especificamente em obras e textos de Theodor W. Adorno, Walter Benjamin e Max Horkheimer que favorecem tecer articulações, por dentro da crítica do conhecimento, com conceitos de inclusão, exclusão, preconceito, experiência, diferença/deficiência, diversidade, universidade e formação. Quanto à abordagem metodológica, trata-se de uma investigação empírica, de abordagem qualitativa do tipo estudo de caso que descreve e analisa as trajetórias de seis estudantes com deficiência de uma universidade pública de Salvador (BA). Os instrumentos de coleta foram um roteiro de entrevista semiestruturada para estudantes com deficiência, um formulário de caracterização da instituição e registro fotográfico com imagens retratadas a partir da percepção dos entrevistados acerca dos elementos que favorecem e/ou desfavorecem a inclusão educacional na universidade. Foi possível verificar intensas manifestações de preconceito determinadas por processos internos e externos à universidade que produzem condições desfavoráveis à formação de qualquer estudante, com ou sem deficiência. Embora tenham sido observadas algumas ações pontuais de docentes, gestores, colegas e funcionários direcionadas à inclusão educacional na universidade, os resultados da pesquisa apontaram invisibilidade institucional em relação às pessoas com deficiência, evidenciada tanto na ausência de serviços e/ou suporte de acessibilidade quanto na presença de barreiras atitudinais, principalmente de preconceito nas relações interpessoais em sala de aula. A pesquisa revelou que, apesar dos indivíduos produzirem discursos de defesa à inclusão educacional, a formação universitária parece incapaz de fomentar práticas de acolhimento à diversidade humana, sobretudo a manifestada pela condição de deficiência, possível de se contrapor ao preconceito.
- ItemO professor e a inclusão de estudantes com deficiência no ensino superior: reflexões sobre formação docente(2020-10-02) Santos, Ivete Maria dos; Luciene Maria da Silva; Souza, Lucimêre Rodrigues de; Dias, Marian Ávila de Lima e; Santos, Jaciete Barbosa dos; Farias, Sandra Regina RosaSANTOS, Ivete Maria. O professor e a inclusão de estudantes com deficiência no ensino superior: reflexões sobre formação docente. Programa de Pós-Graduação em Educação e Contemporaneidade. Universidade do Estado da Bahia, Salvador, 2020. Esta pesquisa traz como objeto de estudo a relação entre formação docente e inclusão de estudantes com deficiência no contexto universitário. O objetivo principal foi analisar em que medida a presença do estudante com deficiência no ensino superior pode contribuir para experiências formativas que favoreçam o desenvolvimento do pensamento crítico e a autonomia docente. Nessa perspectiva, formularam-se os seguintes objetivos específicos: refletir sobre a relação universidade e formação no processo de inclusão da pessoa com deficiência, à luz da Teoria Crítica da Sociedade; compreender a percepção dos docentes sobre deficiência e inclusão de estudantes com deficiência no ensino superior; identificar aspectos da atividade docente que favorecem o desenvolvimento de experiências formativas dos professores com os estudantes com deficiência; verificar a existência de políticas e ações institucionais voltadas para os docentes, referentes à inclusão de estudantes com deficiência no ensino superior. A pesquisa tem como referência principal a Teoria Crítica da Sociedade, mais especificamente as produções de Theodor W. Adorno, Max Horkheimer, Walter Benjamin e Herbert Marcuse, para compreender os condicionantes sociais que interferem no processo formativo. Quanto à metodologia, trata-se de uma investigação empírica, de abordagem qualitativa do tipo estudo de caso. Os sujeitos da pesquisa foram oito professores que ministraram disciplinas em cursos/turmas que possuem alunos com deficiência. Os instrumentos de coleta de dados utilizados foram um questionário online semiestruturado e um roteiro de entrevista semiestruturada. Por meio dos resultados foi possível verificar que a presença do estudante com deficiência no ensino superior favoreceu o desenvolvimento do pensamento crítico da maioria dos docentes. Contudo, a presença do viés instrumental na formação, a precarização do trabalho e a ausência de espaços para compartilhar experiências, são fatores que comprometem o desenvolvimento da autonomia docente. Com relação à ocorrência de experiência, apenas na narrativa de um entrevistado foi possível identificar alguns elementos mais próximos do conceito de experiência apresentado por Benjamin. Todavia, no percurso para tornar suas práticas inclusivas, o contato com o estudante com deficiência possibilitou que alguns professores questionassem os estereótipos a respeito das potencialidades desses estudantes, além da maneira como exerciam a docência, mostrando uma aproximação da perspectiva de experiência defendida por Adorno. No que se refere à inclusão no ensino superior, embora a maioria dos entrevistados se declarasse favorável, alguns defenderam, como condição para a inclusão dos estudantes com deficiência, a implantação de uma estrutura física adequada. A pesquisa também identificou que os cursos de pós-graduação e as atividades desenvolvidas pelo Núcleo de Acessibilidade e Atendimento Educacional Especializado (NAAEE) foram as únicas ações institucionais voltadas para os docentes.
- ItemTecnologias, práticas pedagógicas e inclusão: interfaces entre o professor do atendimento educacional especializado e o professor da sala de aula comum(2019-03-27) Passos, Maria do Carmo; Sales, Mary Valda Souza; Santos, Jaciete Barbosa dos; Galvão, Nelma de Cássia Silva Sandes; Silva, Obdália Santana FerrazEsta pesquisa foi pautada nas contribuições dos processos tecnológicos para a melhoria das práticas pedagógicas, na perspectiva da educação inclusiva com foco no desenvolvimento educacional de alunos com deficiência no contexto escolar. O objetivo deste estudo foi de analisar como o trabalho de interface do professor do Atendimento Especial Especializado tem colaborado para melhoria das práticas pedagógicas do professor da sala de aula comum, de modo a contribuir na inclusão escolar de alunos com deficiência, a partir do uso das Tecnologias Educacionais (TE) e das Tecnologias Assitivas (TA). Assim, para construção do campo teóricoconceitual dialogamos com Mantoan (2003, 2011), Mantoan e Prieto (2006), Galvão Filho (2001, 2007, 2008 2013, 2016), Bersch (2009, 2013, 2017), Diniz (2007), Ainscow (2009), Lima Jr (2005), dentre outros. O percurso metodológico foi ancorado na abordagem qualitativa, com o método de estudo de caso descritivo, no qual utilizamos as técnicas da observação direta, diário de campo e entrevistas semiestruturadas para coleta de dados. Foram sujeitos dessa pesquisa, um professor do AEE e três professores de sala de aula comum numa escola pública do município de Salvador Bahia. Foram categorias analíticas deste estudo: o papel das tecnologias para o processo de inclusão escolar dos alunos com deficiência; a interface entre o professor do AEE e da sala comum, e os processos pedagógicos em que as tecnologias contribuem para inclusão escolar dos alunos com deficiência. O processo de análise e interpretação dos dados nos permitiu perceber muitos entraves ainda presentes no contexto escolar, os quais desencadeiam a necessidade de se construir uma cultura para tomada de consciência na direção de uma educação inclusiva que acredite nas possibilidades de aprendizagens de todos os alunos, sobretudo dos alunos com deficiência, principalmente em perceber o potencial das tecnologias como processos pedagógicos que podem contribuir para o processo de inclusão na escola comum. Os entraves se traduzem ainda numa certa ausência de estratégias por parte da escola em oportunizar o trabalho de interface entre os professores. Contudo, vale ressaltar como aspecto positivo revelado nesta pesquisa, o trabalho do professor do AEE como importante avanço na construção de autonomia de aprendizagem dos alunos com deficiência, embora ainda pouco refletido na sala de aula comum. Assim, a pesquisa aponta para necessidade de mudanças de paradigmas quanto à inclusão educacional de alunos com deficiência, bem como na emergência se efetivar políticas públicas na direção da formação inicial e continuada de professores, que levem em consideração aspectos culturais, sociais, filosóficos, emocionais, psicológicos, tecnológicos no contexto educacional.
- ItemTrajetórias de jovens com deficiência intelectual no mundo do trabalho: percepções familiares(2021-08-24) Silva, Daiane Sousa de Pina; Silva, Luciene Maria da; Dias, Viviane Borges; Santos, Jaciete Barbosa dosA chegada da vida adulta de uma pessoa com deficiência traz para a família expectativas quanto ao futuro de seus filhos. Os indivíduos com deficiência intelectual e seus familiares enfrentam dificuldades, principalmente as mães, quando os acompanham na busca por inserção no mundo do trabalho, pois almejam que seus filhos tenham autonomia de vida e possam realizar as atividades cotidianas da vida adulta. O estudo refere-se aos relatos de quatro mães e uma tia, responsáveis por cinco jovens com deficiência intelectual matriculados no Centro de Educação Especial da Bahia (CEEBA) e que estão no mercado de trabalho formal há mais de 12 meses. Tem como objetivo analisar as percepções de familiares sobre a trajetória de seus filhos e sobrinho após o ingresso no mercado de trabalho. O referencial teórico sobre estigma, preconceito, cuidado, família, deficiência intelectual e trabalho é baseado em alguns estudos de Erving Goffman, José Leon Crochík, Lucila Scavone, Ricardo Antunes, Alessandra Mendes Soares, Maria Salete Aranha, Débora Diniz, Gustavo Piccolo, Pamela Volz, Carlos Veiga, entre outros. Realizou-se uma investigação de abordagem qualitativa, do tipo estudo de caso, sobre aspectos diversos acerca da trajetória dos jovens com deficiência intelectual no mundo do trabalho, a exemplo da importância dada ao trabalho, as mudanças ocorridas após o ingresso no mundo do trabalho e o nível de satisfação dos filhos e sobrinho com o trabalho. Ademais, foi feita uma caracterização sobre a mediação do Centro de Educação Especial da Bahia (CEEBA) para a inserção dos jovens estudantes no mercado de trabalho. Foi possível verificar que as mães e familiares demonstram estar satisfeitas com o emprego de seus filhos e sobrinho e com as conquistas proporcionadas, entretanto, ainda existe um receio familiar para permitir maior autonomia ou independência para esses jovens; a interdependência entre mãe e filhos, tia e sobrinho permanece presentes nessas relações. Demonstraram também insatisfação com os baixos salários, com a ausência de novas oportunidades no mundo do trabalho, e reconheceram que o fato de os jovens estarem empregados não ampliou as amizades ou criou possibilidades de relações afetivas.